Vidago
HM-29 - Vidago
CONCESSÃO
MORADA:
Apartado 1044, 4466-955 S. Mamede de Infesta
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Vila Real
Concelho - Chaves
ÁREA DA CONCESSÃO:
193,15 ha
DATA DO CONTRATO:
30-03-1998
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 221/2000, DR 90, Série I-B, 15-04-2000
Concessionário
VMPS - Águas e Turismo, S.A.
Captação
Vidago 20
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo e Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos biotíticos, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Na região de Vidago predominam as rochas graníticas do maciço granítico de Vila Pouca de Aguiar, estando a área da concessão implantada sobre o granito de Pedras Salgadas, uma das fácies que constituem este maciço, que se instalou na fase final da orogenia hercínica. Trata-se de um granito biotítico, porfiróide de grão médio, muito esmagado e fraturado por ação da tectónica local.
Os vales das principais linhas de água estão preenchidos por aluviões constituídas por calhaus de diversas litologias (quartzo, granito, xistos e liditos) no seio de uma matriz areno-argilosa.
O elemento estrutural dominante constitui o sistema de falhas de Penacova-Régua-Verin, uma estrutura tectónica herdada da orogenia hercínica, múltiplas vezes reativada. Com orientação geral NNE-SSW, apresenta atividade recente com movimentação essencialmente de desligamento esquerdo, o que deu origem a bacias do tipo "pull-apart" de que a bacia de Vidago é um exemplo. Esta corresponde, assim, a um vale de fratura e estende-se por cerca de 4 km de comprimento desde o vale do ribeiro do Reigaz até Vidago.
Destacam-se ainda duas direções principais de fraturação: a mais frequente a variar de N-S a NNE-SSW e a segunda próxima de E-W (oscilando entre N65°E e N55°W).Todos os planos são sub-verticais, podendo apresentar inclinações de 70° a 80°.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada das folhas 6B e 6D da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50 000, LNEG-1969, 1998
HIDROGEOLOGIA
A água mineral natural emerge na bacia de Vidago, uma depressão tectónica, de direção NNE-SSW, controlada pelo sistema de falhas de Penacova-Régua-Verín. O reservatório é bastante superficial pelo que a água apresenta baixa temperatura. A fase gasosa, essencialmente CO2, presente nesta água tem origem mantélica e é introduzida no aquífero hidromineral na fase ascendente da água mineral natural que, pela sua hipersalinidade, incorpora com facilidade esse CO2.
- Sistema aquífero superficial - descontínuo e de dimensão reduzida, relacionado com as aluviões e os terraços fluviais dos ribeiros de Oura e Reigaz, com permeabilidade intersticial dominante.
- Sistema aquífero intermédio - também descontínuo, de permeabilidade intersticial variável consoante o grau de alteração e/ou arenização do maciço granítico, onde circulam águas hipossalinas a mesossalinas.
- Sistema aquífero hidromineral - com circulação fissural típica das zonas graníticas fraturadas, com fluxo sub-vertical dominante e valores de permeabilidade baixos, onde circulam fluidos de origem profunda e de elevada mineralização.
A água de origem meteórica infiltra-se nas zonas de cota mais baixa e de maior permeabilidade. As condições tectónicas locais, caracterizadas em especial pela existência de um sistema de falhas profundas, permitem o enriquecimento da água em gás carbónico (CO2) proveniente das zonas superiores do manto terrestre e, ao mesmo tempo, induzem uma percolação lenta a profundidades moderadas, de que resulta a elevada mineralização, a baixa temperatura e o conteúdo em gás carbónico que caracterizam esta água mineral natural. Destaca-se o padrão de fraturação de direção N-S a NNE-SSW, direção segundo a qual se encontram alinhadas diversas nascentes deste recurso hidromineral.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classe representativa: Betaproteobacteria.
A classificação taxonómica ao nível de classe, indica uma distribuição em 9 classes (?̅ ≥ 1,49%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, entre as quais Betaproteobacteria (65,72%) é predominante nas comunidades bacterianas desta água gasocarbónica, sendo mais abundante nas amostras colhidas no ano hidrológico de 2017 (F1 e F3), com uma representatividade de 71,04% e 94,78%, respetivamente. A classe Clostridia predomina em F1 (17,64%), não sendo representada em F5, colhida também na primavera. Por outro lado, Brachyspirae apenas tem presença nas amostras F5 e F7 do ano hidrológico de 2018.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), revela alguma estabilidade na distribuição dos géneros mais representativos nas amostras analisadas, apesar da significativa percentagem de reads (sequências) sem classificação nas amostras F1, F5 e F7. O hidrogenoma desta água é caracterizado pela presença maioritária dos géneros Rhodoferax (presente nas quatro amostras), Desulfosporosinus (nas amostras F1 e F3-F7), Acidovorax (em F1-F5 e F3), Brachyspira (nas amostras F5 e F7) e Giesbergeria (em F1 e F3-F7).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Acidovorax temperans, Brachyspira ibaraki, Desulfosporosinus meridiei, Rhodoferax ferrireducens, Burkholderia ubonensis, Thermodesulfovibrio aggregans, Schlegelella aquatica e Desulfosporosinus lacus. Destes microrganismos identificados Desulfosporosinus meridiei, Thermodesulfovibrio aggregans e Desulfosporosinus lacus são bactérias redutoras de sulfato (W J Robertson, et al., 2001) (yuji Sekiguchi, et al., 2008) (S Ramamoorthy, et al., 2006).
A diversidade das comunidades bacterianas é superior nas amostras F1-F5 (primavera) do que em F3-F7 (outono), coincidente com a variação de OTUs. Verifica-se uma variação dos valores de OTUs totais de 175 a 326, entre as amostras F7 e F1, que caracterizam esta água mineral natural. A riqueza específica é maior nas amostras da primavera (F1-F5), devido à presença dos géneros Acidovorax, Desulfosporosinus, Saccharopolyspora e menor representatividade do género Rhodoferax.