Termas do Vale da Mó

HM-47 - Termas do Vale da Mó

Termalismo

CONCESSÃO

Termas do Vale da Mó

MORADA:
Praça do Município, 3781-907 Anadia

LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Aveiro
Concelho - Anadia

ÁREA DA CONCESSÃO:
60,01 ha

DATA DO CONTRATO:
30-11-2001

PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 290/2005, DR 57, Série I-B, 22-03-2005

Concessionário

Câmara Municipal de Anadia

Captação

SL01

Tipo

furo

SETOR DE ATIVIDADE

Termalismo

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Doenças do aparelho digestivo
Doenças do sangue
Room

CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA

Tipo de Água
Bicarbonatada
Composição Principal
Bicarbonatada Magnesiana
Composição Secundária
Ferruginosa
Mineralização
Fracamente Mineralizada
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS:
Data da analíse físico-química completa - 26/10/2016
Mineralização Total - 197 mg/L
pH - 6,5
Temperatura - 16,3 ⁰C
Condutividade Elétrica - 238 µS/cm
PROJETO HIDROGENOMA:
pH - 6,5
Temperatura emerg. - 16,1 ⁰C

GEOLOGIA

Localização

Zona Centro-Ibérica Bacia Carbonífera do Buçaco.

47MAPA

 Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010

UNIDADES GEOLÓGICAS:

As Termas do Vale da Mó localizam-se na Bacia Carbonífera do Buçaco, uma bacia sedimentar intra-montanhosa, preenchida por sedimentos de fácies continental de idade Carbónico Superior, que resultaram da erosão da cadeia montanhosa hercínica.

Litologicamente, a série carbonífera, designada Formação do Buçaco, é constituída por conglomerados, arenitos, pelitos com fósseis vegetais, e intercalações de carvão. Na zona leste da concessão, a Formação do Buçaco contacta por discordância angular com o Complexo Xisto-Grauváquico de idade Neoproterozóico-Câmbrico.

TECTÓNICA:

A Bacia Carbonífera do Buçaco constitui uma estreita faixa alongada na direção N-S, instalada ao longo de uma importante zona de cisalhamento - a faixa de cisalhamento de Porto-Tomar que limita as zonas Centro-Ibérica e de Ossa-Morena. Apresenta estrutura em sinclinal com plano axial vertical orientado segundo a direção N-S. A nível local, o vale onde emerge o recurso hidromineral encontra-se numa zona de falha de orientação N75°E.

CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO

47CARTA

Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:500.000, LNEG-1992

HIDROGEOLOGIA

SISTEMA AQUÍFERO:

Suportado por rochas sedimentares detríticas da Formação do Buçaco, apresenta permeabilidade intersticial baixa devido à presença de uma matriz por vezes muito argilosa. A água bicarbonatada magnesiana ferruginosa que fornece, torna este sistema hidromineral um caso único no património hidrológico português.

UNIDADES AQUÍFERAS:

A Formação do Buçaco, de fácies detrítica, apresenta grande variabilidade litológica, com níveis conglomeráticos alternados com camadas mais areníticas e argilosas, pelo que constitui um sistema aquífero de permeabilidade muito variável, podendo ser muito baixa, ou mesmo inexistente.

MODELO CONCEPTUAL DO SISTEMA AQUÍFERO:

O recurso hidromineral tem origem na precipitação atmosférica que atinge a bacia hidrográfica da ribeira das termas. A circulação subterrânea será facilitada essencialmente pelas camadas conglomeráticas. A existência de ambientes redutores, relacionados com a presença de matéria orgânica nalguns níveis da Formação do Buçaco, permitirá o enriquecimento da água em ferro e magnésio, contribuindo as camadas mais argilosas para tempos mais prolongados nesta interação água-rocha. A existência de uma falha no vale da ribeira das termas facilitará a emergência do recurso naquele local.

Estudo do Microbismo Natural

Assinatura Hidrobiómica* (espécies exclusivas)

F1: Clostridium cellulolyticum

*hidrogenoma consolidado

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---

Classe representativa: Deltaproteobacteria.

A composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água bicarbonatada, proveniente de duas captações (SL01 e SL02), indica uma distribuição em 8 classes (?̅ 2,55%) ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, das quais Deltaproteobacteria (20,39%) é a mais predominante, apresentando valores da ordem de 20% em todas as amostras, exceto em F3 (9,49%). Nesta segunda amostra colhida (F3) a classe Alphaproteobacteria, sem representação nas outras amostras (F1, F5 e F7), tem presença maioritária com uma percentagem de reads (sequências) de 54,44%.

47CLASSE

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---

Na classificação taxonómica ao nível de género, por comparação das amostras F3, F5 e F7 (captação SL02), verifica-se a presença maioritária dos géneros Sphingomonas, Methylobacterium, Acholeplasma, Desulfosarcina e Desulfofaba. Na amostra F1 (captação SL01), apesar da captação ser diferente, o perfil microbiano é semelhante ao das amostras da captação SL02, indicando alguma estabilidade na composição por género, apesar da percentagem significativa de reads sem classificação.

47GENERO

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---

As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Thermodesulfovibrio thiophilus, Sphingomonas yabuuchiae, Desulfosarcina cetonica, Methylobacterium mesophilicum, Gallionella ferruginea, Methylobacterium longum, Desulfosarcina ovata, Desulfobulbus elongatus, Desulfofaba gelida, entre outras. Destes microrganismos Gallionella ferruginea é uma bactéria comumente associada a águas subterrâneas de fluxo lento, ricas em ferro e com baixa concentração de carbono orgânico e oxigénio (Pedersen, 2011).

47DIVERSIDADE

A diversidade das comunidades bacterianas é maior nas amostras F1 e F3, nas quais os valores de OTUs são também mais elevados. Os valores de OTUs totais que caracterizam esta água mineral natural variam de 233 a 685, revelando maior riqueza específica na primeira amostra colhida (captação SL01), diminuindo de colheita para colheita, devido à representatividade dos géneros Acholeplasma, Thermodesulfovibrio e Gallionella.

 

47VIAVEIS

 

 

 

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