Termas do Monte da Pedra
HM-12 - Termas do Monte da Pedra
CONCESSÃO
MORADA:
Crato, 7430-999 Crato
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Portalegre
Concelho - Crato
ÁREA DA CONCESSÃO:
58,82 ha
DATA DO CONTRATO:
28-07-1994
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Por fixar
Concessionário
Câmara Municipal do Crato
Captação
JK4
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos hercínicos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos. Maciço granítico de Niza.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Granito de Nisa - granito biotítico-moscovítico, por vezes porfiróide, de grão médio a fino, incorporando com frequência xenólitos de rochas xistentas. Não deformado e apenas afetado por fraturação tardi-hercínica. Nas zonas fraturadas apresenta-se bastante alterado e arenizado.
Os principais alinhamentos tectónicos que parecem condicionar o funcionamento do sistema aquífero hidromineral são:
- Um sistema de orientação NE-SW que permite a recarga, a circulação e o armazenamento da água subterrânea
- Um sistema de orientação WNW-ESE a E-W do tipo desligamento, que parece condicionar a subida e ressurgência da água mineral natural.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada das folhas 28C e 28D da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG- 1983, 1972
HIDROGEOLOGIA
Suportado por rochas graníticas porfiróides de grão geralmente médio, com permeabilidade variável conferida pelo grau de fraturação do maciço granítico.
- Sistema aquífero superior - unidade hidrogeológica com percolação subsuperficial a intermédia, normalmente relacionada com a alteração do maciço granítico e o sistema de diaclasamento pouco profundo.
- Sistema aquífero hidromineral - unidade hidrogeológica com percolação profunda, constituída por granito são, ou pouco alterado e permeabilidade fissural.
O modelo conceptual do sistema aquífero hidromineral supõe a infiltração de fluidos meteóricos em zonas de permeabilidade vertical franca que, após uma permanência mais ou menos longa em contacto com as rochas graníticas, volta a emergir em zonas de fratura. O mecanismo de emergência é controlado pelas estruturas tectónicas locais, na interseção das quais estão criadas condições de permeabilidade das rochas graníticas que permitem a ascensão do recurso hidromineral.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classe representativa: Gammaproteobacteria.
Os valores obtidos na classificação taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, revelam uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 0,19%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, demonstrando a predominância da classe Gammaproteobacteria (74,13%), com presença quase total na amostra F3 (94,21%) e menor expressão na amostra F1 (49,57%), enquanto que nas amostras F5 e F7, colhidas em 2018, a percentagem de reads (sequências) é da ordem dos 70%. A classe Epsilonproteobacteria tem menor representatividade nestas comunidades (11,92%), não está representada na amostra F1 e é quase residual na amostra F3 (0,50%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A composição taxonómica por género das comunidades bacterianas, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), indica alguma estabilidade microbiológica, apresentando o género Thiovirga com presença maioritária em todas as amostras, seguido por Sulfuricurvum (predominante nas amostras F5 e F7), Desulfotalea (predominante em F1 e presente nas amostras F3 e F5) e Hydrocarboniphaga (mais abundante em F3 e também presente em F5). Thiomonas está representado nas amostras F1 e F3, enquanto que Sulfurospirillum é comum nas amostras F5 e F7. Os géneros Sulfuritalea e Arcobacter marcam presença em todas as amostras.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Thiovirga sulfuroxydans, Sulfuricurvum kujiense, Arcobacter skirrowii e Desulfotalea arctica, relacionadas com a metabolização do enxofre (Tsukasa Ito, et al., 2005) (Yumiko Kodama, et al., 2004) (Christian Knoblauch, et al., 1999).
As amostras F1-F5 (primavera) apresentam maior diversidade bacteriana do que as amostras F3-F7 (outono). Os valores de OTUs obtidos de 32 a 284, caracterizam esta água mineral natural, correspondendo às amostras F7 e F5, verificando-se uma redução acentuada da riqueza específica na última amostra estudada, devido à menor representatividade das classes Betaproteobacteria e Deltaproteobacteria.