Termas de São Pedro do Sul
HM-33 - Termas de São Pedro do Sul
CONCESSÃO
MORADA:
Largo Camões, 3660-436 São Pedro do Sul
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Viseu
Concelho - S. Pedro do Sul
ÁREA DA CONCESSÃO:
151,76 ha
DATA DO CONTRATO:
14-12-1998
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 147/2012, DR 49, Série II, 08-03-2012
Concessionário
Câmara Municipal de São Pedro do Sul
Captação
AC1
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo e Geotermia
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos de duas micas sin-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Na área da concessão afloram granitos hercínicos de duas micas sintectónicos de duas fácies: o Granito de Vouzela, com tendência porfiróide e grão médio a grosseiro, e o Granito de São Pedro do Sul, também de tendência porfiróide mas de grão médio. Na margem norte do rio Vouga afloram rochas metassedimentares de idade Neoproterozóico-Câmbrico do Complexo Xisto Grauváquico, aqui representado por xistos, metagrauvaques e metaquartzitos com intercalações de rochas calcossilicatadas. No vale do rio Vouga ocorrem depósitos aluvionares.
Destaca-se, pela sua importância regional, a falha das Termas que faz parte da megaestrutura de Penacova-Régua-Verin de orientação geral NNE-SSW, com um longo historial de movimentação desde finais da orogenia hercínica e atividade recente no contexto geotectónico atual. Outras direções estruturais assinaláveis orientam-se segundo N30°-40°E e N70°W, de que são exemplos, respetivamente, as falhas de São Pedro do Sul e de Ribamá, e a falha de Fataunços.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada das folhas 14C e 17A da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG- 1977, 2009
HIDROGEOLOGIA
Suportado por granito com tendência porfiróide, de grão médio, muito fraturado, confinado, com permeabilidade fissural, artesianismo e produtividade em geral elevada.
- Depósitos aluvionares e de terraços fluviais – constituem sistemas aquíferos descontínuos e geralmente de permeabilidade intersticial elevada.
- Unidade granítica superficial - resultante da alteração superficial do maciço granítico, com permeabilidade variável dependente do grau de alteração e/ou fraturação do granito.
- Unidade granítica profunda - muito fraturada, com permeabilidade fissural elevada, suporta o sistema aquífero hidromineral.
- Unidade xisto-grauváquica de baixa permeabilidade, contribui para o confinamento do aquífero hidromineral profundo.
O sistema de falhas profundas de Penacova-Régua-Verin e as falhas de São Pedro do Sul e Ribamá, permitem que os fluidos subterrâneos, infiltrados a partir das águas pluviais, alcancem profundidades elevadas, constituindo reservatórios com temperatura atualmente estimada, com base em geotermómetros, em cerca de 120oC. A elevada permeabilidade do maciço granítico facilita uma ascensão rápida dos fluidos desde o reservatório, o que permite manter a temperatura elevada perto da superfície.
Corte esquemático, adaptado de Haven et al. (1985)
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classe representativa: Aquificae.
O resumo comparativo da classificação taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, demonstra uma distribuição em 9 classes (≥ 3,02%), entre as quais Aquificae tem presença maioritária (30,35%), variando significativamente entre as amostras analisadas (desvio padrão igual a 28,33), sendo predominante nas amostras F3-F7 (outono). A classe Betaproteobacteria predomina na amostra F5 (27,79%) e não está presente nas amostras F1 e F7. Actinobacteria apenas está representada no perfil taxonómico das amostras colhidas na primavera (F1-F5). Por outro lado, esta composição taxonómica revela uma percentagem elevada de reads (sequências) sem classificação (15,01%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que estas comunidades microbianas são constituídas por vários géneros, com representação variável entre as amostras. Os géneros característicos deste hidrogenoma são Aquifex (presente em todas as amostras, Thermus (em F1 e F3-F7), Thermodesulfovibrio (em F1 e F3-F7) e Caldicellulosiruptor (em F5 e F3-F7). Por outro lado, os géneros Thiomonas e Hydrogenophaga são os mais representativos na amostra F5, apresentando um perfil taxonómico diferente das outras amostras.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Thermodesulfovibrio aggregans, Thermus scotoductus, Thiomonas intermedia, Symbiobacterium toebii, Methylobacterium goesingense, Caldilinea tarbellica, Thermus rehai e Thermodesulfovibrio thiophilus. Destes microrganismos identificados vários sobrevivem a elevadas temperaturas, como por exemplo Thermus scotoductus, descrito como uma bactéria termofílica, capaz de produzir pigmentos que poderão ter propriedades bioativas (Jason K. Kristjánsson, et al.,1994).
A diversidade das comunidades bacterianas é maior nas amostras F1-F5 colhidas na primavera. A riqueza específica é decrescente ao longo dos anos hidrológicos, verificando-se uma variação dos valores de OTUs de 361 a 98, entre a primeira (F1) e a última (F7) amostras. Esta variação deve-se à maior representatividade das classes Actinobacteria, Nitrospira, Deinococci e Thermotogae em F1.