Termas de São Pedro do Sul

HM-33 - Termas de São Pedro do Sul

Termalismo e Geotermia

CONCESSÃO

Termas de São Pedro do Sul

MORADA:
Largo Camões, 3660-436 São Pedro do Sul

LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Viseu
Concelho - S. Pedro do Sul

ÁREA DA CONCESSÃO:
151,76 ha

DATA DO CONTRATO:
14-12-1998

PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 147/2012, DR 49, Série II, 08-03-2012

Concessionário

Câmara Municipal de São Pedro do Sul

Captação

AC1

Tipo

furo

SETOR DE ATIVIDADE

Termalismo e Geotermia

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Doenças do aparelho respiratório
Doenças metabólico-endócrinas
Doenças reumáticas e músculo-esqueléticas
APLICAÇÕES DE GEOTERMIA:
Climatização do(s) balneário(s) termal(ais)
Águas quentes sanitárias
Aquecimento de piscina(s)
Rede urbana de distribuição de calor
Swimming pool

CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA

Tipo de Água
Sulfúrea
Composição Principal
Bicarbonatada Sódica
Sulfúrea
Composição Secundária
Carbonatada
Fluoretada
Sulfidratada
Mineralização
Fracamente Mineralizada
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS:
Data da analíse físico-química completa - 14/09/2016
Mineralização Total - 379 mg/L
pH - 8,8
Temperatura - 66,0 ⁰C
Condutividade Elétrica - 397 µS/cm
PROJETO HIDROGENOMA:
pH - 8,8
Temperatura emerg. - 67,0 ⁰C

GEOLOGIA

Localização

Zona Centro-Ibérica Série dos granitos de duas micas sin-orogénicos.

33mapa

 Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010

UNIDADES GEOLÓGICAS:

Na área da concessão afloram granitos hercínicos de duas micas sintectónicos de duas fácies: o Granito de Vouzela, com tendência porfiróide e grão médio a grosseiro, e o Granito de São Pedro do Sul, também de tendência porfiróide mas de grão médio. Na margem norte do rio Vouga afloram rochas metassedimentares de idade Neoproterozóico-Câmbrico do Complexo Xisto Grauváquico, aqui representado por xistos, metagrauvaques e metaquartzitos com intercalações de rochas calcossilicatadas. No vale do rio Vouga ocorrem depósitos aluvionares.

TECTÓNICA:

Destaca-se, pela sua importância regional, a falha das Termas que faz parte da megaestrutura de Penacova-Régua-Verin de orientação geral NNE-SSW, com um longo historial de movimentação desde finais da orogenia hercínica e atividade recente no contexto geotectónico atual.  Outras direções estruturais assinaláveis orientam-se segundo N30°-40°E e N70°W, de que são exemplos, respetivamente, as falhas de São Pedro do Sul e de Ribamá, e a falha de Fataunços.

 

CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO

33CARTA

 Adaptada das folhas 14C e 17A da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG- 1977, 2009

HIDROGEOLOGIA

SISTEMA AQUÍFERO:

Suportado por granito com tendência porfiróide, de grão médio, muito fraturado, confinado, com permeabilidade fissural, artesianismo e produtividade em geral elevada.

 

UNIDADES AQUÍFERAS:
  • Depósitos aluvionares e de terraços fluviais – constituem sistemas aquíferos  descontínuos e geralmente de permeabilidade intersticial elevada.
  • Unidade granítica superficial - resultante da alteração superficial do maciço granítico, com permeabilidade variável dependente do grau de alteração e/ou fraturação do granito.
  • Unidade granítica profunda - muito fraturada, com permeabilidade fissural elevada, suporta o sistema aquífero hidromineral.
  • Unidade xisto-grauváquica de baixa permeabilidade, contribui para o confinamento do aquífero hidromineral profundo.
MODELO CONCEPTUAL DO SISTEMA AQUÍFERO:

O sistema de falhas profundas de Penacova-Régua-Verin e as falhas de São Pedro do Sul e Ribamá, permitem que os fluidos subterrâneos, infiltrados a partir das águas pluviais, alcancem profundidades elevadas, constituindo reservatórios com temperatura atualmente estimada, com base em geotermómetros, em cerca de 120oC. A elevada permeabilidade do maciço granítico facilita uma ascensão rápida dos fluidos desde o reservatório, o que permite manter a temperatura elevada perto da superfície.

33MODELO

 Corte esquemático, adaptado de Haven et al. (1985)

Estudo do Microbismo Natural

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---

Classe representativa: Aquificae.

O resumo comparativo da classificação taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, demonstra uma distribuição em 9 classes (≥ 3,02%), entre as quais Aquificae tem presença maioritária (30,35%), variando significativamente entre as amostras analisadas (desvio padrão igual a 28,33), sendo predominante nas amostras F3-F7 (outono). A classe Betaproteobacteria  predomina na amostra F5 (27,79%) e não está presente nas amostras F1 e F7. Actinobacteria apenas está representada no perfil taxonómico das amostras colhidas na primavera (F1-F5). Por outro lado, esta composição taxonómica revela uma percentagem elevada de reads (sequências) sem classificação (15,01%).

33CLASSE

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---

Na classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que estas comunidades microbianas são constituídas por vários géneros, com representação variável entre as amostras. Os géneros característicos deste hidrogenoma são Aquifex (presente em todas as amostras, Thermus (em F1 e F3-F7), Thermodesulfovibrio (em F1 e F3-F7) e Caldicellulosiruptor (em F5 e F3-F7). Por outro lado, os géneros Thiomonas e Hydrogenophaga são os mais representativos na amostra F5, apresentando um perfil taxonómico diferente das outras amostras.

33GENERO

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---

As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Thermodesulfovibrio aggregans, Thermus scotoductus, Thiomonas intermedia, Symbiobacterium toebii, Methylobacterium goesingense, Caldilinea tarbellica, Thermus rehai e Thermodesulfovibrio thiophilus. Destes microrganismos identificados vários sobrevivem a elevadas temperaturas, como por exemplo Thermus scotoductus, descrito como uma bactéria termofílica, capaz de produzir pigmentos que poderão ter propriedades bioativas (Jason K. Kristjánsson, et al.,1994).

33DIVERSIDADE

A diversidade das comunidades bacterianas é maior nas amostras F1-F5 colhidas na primavera. A riqueza específica é decrescente ao longo dos anos hidrológicos, verificando-se uma variação dos valores de OTUs de 361 a 98, entre a primeira (F1) e a última (F7) amostras. Esta variação deve-se à maior representatividade das classes Actinobacteria, Nitrospira, Deinococci e Thermotogae em F1.

 

33VIAVEIS

 

 

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