Termas de S. Vicente
HM-41 - Termas de S. Vicente
CONCESSÃO
MORADA:
Balneário das Termas de S. Vicente - Pinheiro, 4575-373 Penafiel
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Porto
Concelho - Penafiel
ÁREA DA CONCESSÃO:
50,00 ha
DATA DO CONTRATO:
22-05-2000
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 284/2005, DR n.º 56, Série I-B, 21-03-2005
Concessionário
Termas de S. Vicente - Sociedade de Exploração Hidromineral, S.A.
Captação
Santo Agostinho
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona centro-Ibérica - Série dos granitos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
- Aluviões - depósitos de fundo de vale de matriz argilo‐arenosa associados à Ribeira da Camba.
- Rochas graníticas hercínicas - afloram na área da concessão duas fácies distintas: um granito porfiróide, de grão grosseiro, de duas micas, essencialmente biotítico e um granodiorito biotítico, ambos tardi a pós-orogénicos.
- Rochas filonianas - representadas por diversos filões de microgranito de duas micas, essencialmente biotítico.
A área é caraterizada por diversos lineamentos tectónicos regionais que definem o padrão estrutural. Distinguem-se: o sistema N‐S a NNE‐SSW, o mais contínuo e desenvolvido, materializado pelo vale da ribeira da Camba ou pela orientação de filões de microgranitos; o sistema NW‐SE materializado num troço da ribeira da Camba e numa segunda família de filões de microgranito; o sistema NE‐SW, o menos expressivo. O diaclasamento local é dominado pela atitude N20°E‐subvertical, salientando‐se ainda a ocorrência das seguintes atitudes: N5°E, N30°E, N70°E e N120°E todas subverticais e ainda N140°E,70°para NE.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 9D da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1981
HIDROGEOLOGIA
Suportado por rochas graníticas, fortemente condicionado pela tectónica local, de permeabilidade fissural e confinado. Ocupa uma posição destacada, no seio das águas sulfúreas portuguesas, que lhe é conferida pelo valor anormalmente elevado de sulfuração total.
- Aquífero aluvionar - composto por argilas, areias e cascalheiras, de permeabilidade intersticial e produtividade elevada, é explorado essencialmente por poços de pequena profundidade.
- Sistema aquífero superficial - livre, instalado no solo residual granítico e no nível superficial muito alterado a decomposto da rocha granítica, desempenha papel importante na recarga dos aquíferos subjacentes.
- Sistema aquífero livre a semi‐confinado - com circulação de águas normais nas zonas alteradas e na maior parte das zonas fissuradas do granito.
- Sistema aquífero hidromineral profundo - confinado, desenvolve-se nos granitos, na dependência do complexo contexto tectónico desta zona.
O estabelecimento do circuito do recurso hidromineral das Termas de S. Vicente é condicionado pela conjugação de fatores litológicos e tectónicos. Destaca-se a falha de direção N5°-15°W que se admite ter um papel determinante no controlo da circulação da água mineral natural, e que funciona em simultâneo como contacto mecânico entre os dois tipos de granito mais recentes. O quimismo deste recurso hidromineral aponta para uma origem profunda, mas a baixa temperatura a que artesiam a Nascente Termal e o furo Santo Agostinho aponta para que o recurso tenha uma ascensão lenta, com perda acentuada de temperatura no seu decurso.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Gammaproteobacteria, Deltaproteobacteria e Betaproteobacteria.
A composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, revela uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 2,91%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, com a presença maioritária de Gammaproteobacteria (44,18%), Deltaproteobacteria (12,16%) e Betaproteobacteria (11,49%). A classe Gammaproteobacteria predomina nas amostras F3-F7 (outono) com percentagens de reads (sequências) da ordem de 60%. Deltaproteobacteria predomina nas amostras da primavera, com percentagens de reads de 12,80% (F1) e de 21,84% (F5), enquanto que Betaproteobacteria tem maior expressão na primeira e última amostras colhidas: F1 (17,94%) e F7 (12,79%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação ao nível de género, analisando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que este hidrogenoma varia bastante entre as amostras, no entanto consideram-se característicos desta água os géneros Thiofaba, Thiobacillus e Sulfuritalea, dada a sua representatividade. Assim como o género Acinetobacter na amostra F3.
Nas amostras F1 e F5, a percentagem de reads sem classificação é mais elevada do que nas amostras F3 e F7. Em F1, os géneros predominantes são Thiofaba e Sulfuritalea, enquanto que em F5 são Thiofaba e Deinococcus. Em F3, o género Acinetobacter tem maior destaque, enquanto que em F7 os géneros mais significativos são Thiofaba e Thiobacillus.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Acinetobacter ursingii, Caldanaerobacter hydrothermalis, Acinetobacter johnsonii, Acinetobacter tjernbergiae, Acinetobacter oleivorans, Thiobacillus sajanensis, Acinetobacter rhizosphaerae e Acinetobacter gerneri. Destes microrganismos Thiobacillus sajanensis, por exemplo, é uma bactéria que oxida compostos reduzidos de enxofre (p.ex. sulfureto e tiossulfato) (N M Dul’tseva, et al., 2006).
A diversidade bacteriana é mais elevada nas amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017. Esta água mineral natural é também caracterizada pela variação de OTUs totais de 144 a 401, entre as amostras F5-F7 e F3. O aumento da riqueza específica na amostra F3, deve-se à presença maioritária do género Acinetobacter.