Termas das Gaeiras

HM-70 - Termas das Gaeiras

Termalismo

CONCESSÃO

Arch

MORADA:
Edifício dos Paços do Concelho, 2510-086 Óbidos

LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Leiria
Concelho - Óbidos

ÁREA DA CONCESSÃO:
130,28 ha

DATA DO CONTRATO:
26-08-2015

PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Por fixar

Concessionário

Município de Óbidos

Captação

AQ4

Tipo

furo

SETOR DE ATIVIDADE

Termalismo

Pipe

CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA

Tipo de Água
Sulfúrea
Composição Principal
Cloretada Sódica
Sulfúrea
Composição Secundária
Sulfatada
Cálcica
Mineralização
Hipersalina
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS:
Data da analíse físico-química completa - 17/12/2010
Mineralização Total - 2400 mg/L
pH - 7,1
Temperatura - 32,7 ⁰C
Condutividade Elétrica - 3000 µS/cm
PROJETO HIDROGENOMA:
pH - 7,0
Temperatura emerg. - 34,0 ⁰C

GEOLOGIA

Localização

Bacias Meso-Cenozóicas - Bacia Lusitaniana.

mapa70

Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010

UNIDADES GEOLÓGICAS:
  • Aluviões  (Quaternário) - ocorrem nas planícies aluviais das principais linhas de água.
  • Pliocéncio  - areias, argilas, lignitos e diatomitos.
  • Grés Superiores (Jurássico Superior) - argilitos, arenitos e conglomerados.
  • Camadas de Alcobaça (Jurássico Superior) - alternâncias complexas de calcários margosos e arenosos, arenitos calcários, calcários bioclásticos e oolíticos e níveis margosos.
  • Margas e Calcários de Dagorda (Triásico Superior-Hetangiano) - siltitos e argilitos com  níveis de evaporitos (gesso, anidrite, sal-gema) e calcários.
  • Rochas ígneas - filões de dolerito olivínico de cor cinzenta esverdeada escura.
TECTÓNICA:

O elemento estrutural dominante é a estrutura diapírica das Caldas da Rainha, com orientação geral NNE-SSW, cuja origem se deve a fenómenos de tectónica diapírica despoletados pela existência de camadas de evaporitos na unidade designada Margas de Dagorda. Esta unidade contacta por falha com as unidades do Jurássico Superior que, no bordo oriental, local onde ocorrem as emergências do recurso das Termas das Gaeiras, se apresentam em estrutura monoclinal com inclinações de 30°-60°E.

CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO

CARTA70

Adaptada da folha 26D Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1959

HIDROGEOLOGIA

SISTEMA AQUÍFERO:

Localiza-se no bordo oriental da estrutura diapírica das Caldas da Rainha, ao longo da falha que separa as formações evaporíticas (Margas de Dagorda), dos calcários do Jurássico Superior (Camadas de Alcobaça).

Confinado, selado no topo pelas camadas argilosas impermeáveis, intercaladas nos arenitos dos Grés Superiores, e a W pela referida falha, que, em conjunto com a unidade evaporítica, atua como barreira impermeável, facilitando a ascensão da água e justificando a ocorrência de diversas nascentes conhecidas ao longo dela.

UNIDADES AQUÍFERAS:
  • Sistema aquífero de águas superficiais do interior da estrutura diapírica - constituído por aluviões e sedimentos pliocénicos pouco consolidados.
  • Sistema aquífero de águas superficiais - constituído pelos leitos arenosos dos Grés Superiores, confinados pelos níveis argilosos intercalados.
  • Sistema aquífero hidromineral - desenvolve-se a maior profundidade nas Camadas de Alcobaça.
MODELO CONCEPTUAL DO SISTEMA AQUÍFERO:

O circuito da água tem origem no flanco ocidental da Serra dos Candeeiros, uma estrutura anticlinal cujo núcleo é formado por calcários do Jurássico Médio. A fraturação, as juntas de estratificação e o diaclasamento favorecem a infiltração das águas meteóricas. O circuito subterrâneo faz-se a diferentes profundidades, ao longo do sinclinal de A-dos-Francos, com cerca de 15 km de largura, atingindo uma profundidade estimada em 85 a 100m, onde adquire mineralização e temperatura.

A água emerge no bordo oriental da estrutura diapírica das Caldas da Rainha, ao longo da falha que separa as Margas de Dagorda das unidades do Jurássico Médio-Superior.

MODELO70

Adaptado de G. Zbyszewsky, 1959

Estudo do Microbismo Natural

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---

Classes representativas: Epsilonproteobacteria, Gammaproteobacteria.

Os valores obtidos na composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, apresentam uma distribuição em 6 classes (?̅ ≥ 0,36%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, com a presença maioritária de Epsionproteobacteria (47,24%) e Gammaproteobacteria (46,52%).  O perfil taxonómico das quatro amostras é bastante semelhante, principalmente entre a primeira (F1) e segunda (F3) amostras colhidas. As percentagens de reads (sequências) são baixas (1,10%).

70CLASSE

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---

Na classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que este hidrogenoma é caracterizado pela sua elevada estabilidade microbiológica, destacando-se uma composição idêntica entre as amostras do ano hidrológico de 2017 (F1 e F3).

Os géneros mais representativos são Thiovirga (predominante nas amostras F1 e F3), seguido por Sulfurospirillum (predominante em F7), Sulfuricurvum (predominante em F5), Arcobacter, Thiofaba e Leucothrix (sem representação em F5).

70GENERO

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---

As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Sulfuricurvum kujiense, Thiovirga sulfuroxydans, Arcobacter marinus, Thiobacillus denitrificans e Leucothrix mucor. Destes microrganismos identificados Arcobacter marinus e Leucothrix mucor são bactérias halófilas, tolerantes a elevadas concentrações de sal (Hye Min Kim, et al., 2010) (J.A.Bland e T.D.Brock, 1973).

70DIVERSIDADE

A diversidade bacteriana é mais elevada nas amostras F3 e F5. Os valores de OTUs que caracterizam esta água mineral natural variam de 63 a 343, entre as amostras F7 e F3 colhidas no outono, sobressaindo o decréscimo da riqueza específica na última amostra colhida, provavelmente devido à redução da expressão dos géneros Thiovirga e Sulfuricurvum.

 

70VIAVEIS

 

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