Termas das Gaeiras
HM-70 - Termas das Gaeiras
CONCESSÃO
MORADA:
Edifício dos Paços do Concelho, 2510-086 Óbidos
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Leiria
Concelho - Óbidos
ÁREA DA CONCESSÃO:
130,28 ha
DATA DO CONTRATO:
26-08-2015
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Por fixar
Concessionário
Município de Óbidos
Captação
AQ4
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Bacias Meso-Cenozóicas - Bacia Lusitaniana.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
- Aluviões (Quaternário) - ocorrem nas planícies aluviais das principais linhas de água.
- Pliocéncio - areias, argilas, lignitos e diatomitos.
- Grés Superiores (Jurássico Superior) - argilitos, arenitos e conglomerados.
- Camadas de Alcobaça (Jurássico Superior) - alternâncias complexas de calcários margosos e arenosos, arenitos calcários, calcários bioclásticos e oolíticos e níveis margosos.
- Margas e Calcários de Dagorda (Triásico Superior-Hetangiano) - siltitos e argilitos com níveis de evaporitos (gesso, anidrite, sal-gema) e calcários.
- Rochas ígneas - filões de dolerito olivínico de cor cinzenta esverdeada escura.
O elemento estrutural dominante é a estrutura diapírica das Caldas da Rainha, com orientação geral NNE-SSW, cuja origem se deve a fenómenos de tectónica diapírica despoletados pela existência de camadas de evaporitos na unidade designada Margas de Dagorda. Esta unidade contacta por falha com as unidades do Jurássico Superior que, no bordo oriental, local onde ocorrem as emergências do recurso das Termas das Gaeiras, se apresentam em estrutura monoclinal com inclinações de 30°-60°E.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 26D Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1959
HIDROGEOLOGIA
Localiza-se no bordo oriental da estrutura diapírica das Caldas da Rainha, ao longo da falha que separa as formações evaporíticas (Margas de Dagorda), dos calcários do Jurássico Superior (Camadas de Alcobaça).
Confinado, selado no topo pelas camadas argilosas impermeáveis, intercaladas nos arenitos dos Grés Superiores, e a W pela referida falha, que, em conjunto com a unidade evaporítica, atua como barreira impermeável, facilitando a ascensão da água e justificando a ocorrência de diversas nascentes conhecidas ao longo dela.
- Sistema aquífero de águas superficiais do interior da estrutura diapírica - constituído por aluviões e sedimentos pliocénicos pouco consolidados.
- Sistema aquífero de águas superficiais - constituído pelos leitos arenosos dos Grés Superiores, confinados pelos níveis argilosos intercalados.
- Sistema aquífero hidromineral - desenvolve-se a maior profundidade nas Camadas de Alcobaça.
O circuito da água tem origem no flanco ocidental da Serra dos Candeeiros, uma estrutura anticlinal cujo núcleo é formado por calcários do Jurássico Médio. A fraturação, as juntas de estratificação e o diaclasamento favorecem a infiltração das águas meteóricas. O circuito subterrâneo faz-se a diferentes profundidades, ao longo do sinclinal de A-dos-Francos, com cerca de 15 km de largura, atingindo uma profundidade estimada em 85 a 100m, onde adquire mineralização e temperatura.
A água emerge no bordo oriental da estrutura diapírica das Caldas da Rainha, ao longo da falha que separa as Margas de Dagorda das unidades do Jurássico Médio-Superior.
Adaptado de G. Zbyszewsky, 1959
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Epsilonproteobacteria, Gammaproteobacteria.
Os valores obtidos na composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, apresentam uma distribuição em 6 classes (?̅ ≥ 0,36%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, com a presença maioritária de Epsionproteobacteria (47,24%) e Gammaproteobacteria (46,52%). O perfil taxonómico das quatro amostras é bastante semelhante, principalmente entre a primeira (F1) e segunda (F3) amostras colhidas. As percentagens de reads (sequências) são baixas (1,10%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que este hidrogenoma é caracterizado pela sua elevada estabilidade microbiológica, destacando-se uma composição idêntica entre as amostras do ano hidrológico de 2017 (F1 e F3).
Os géneros mais representativos são Thiovirga (predominante nas amostras F1 e F3), seguido por Sulfurospirillum (predominante em F7), Sulfuricurvum (predominante em F5), Arcobacter, Thiofaba e Leucothrix (sem representação em F5).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Sulfuricurvum kujiense, Thiovirga sulfuroxydans, Arcobacter marinus, Thiobacillus denitrificans e Leucothrix mucor. Destes microrganismos identificados Arcobacter marinus e Leucothrix mucor são bactérias halófilas, tolerantes a elevadas concentrações de sal (Hye Min Kim, et al., 2010) (J.A.Bland e T.D.Brock, 1973).
A diversidade bacteriana é mais elevada nas amostras F3 e F5. Os valores de OTUs que caracterizam esta água mineral natural variam de 63 a 343, entre as amostras F7 e F3 colhidas no outono, sobressaindo o decréscimo da riqueza específica na última amostra colhida, provavelmente devido à redução da expressão dos géneros Thiovirga e Sulfuricurvum.