Ribeirinho e Fazenda do Arco
HM-20 - Ribeirinho e Fazenda do Arco
CONCESSÃO
MORADA:
S. Mamede de Infesta, Apartado 1044, 4466-955
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Portalegre
Concelho - Castelo de Vide
ÁREA DA CONCESSÃO:
93,72 ha
DATA DO CONTRATO:
30-11-2001
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 116/2019, DR 74, Série I, 15-04
Concessionário
Unicer Águas, S.A.
Captação
Vitalis III
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Sinclinal da Serra de S. Mamede.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
- Quaternário - depósitos de vertente e de fundo de vale.
- Unidades metassedimentares do Paleozóico:
Ordovícico - constituído na base por rochas arcósicas a que se segue uma espessa série quartzítica com algumas intercalações mais gresosas que, pela sua dureza, forma a crista saliente na paisagem.
Silúrico - essencialmente constituído por xistos cinzentos ou negros e algumas intercalações quartzíticas.
Destaca-se o sinclinal da Serra de S. Mamede, situando-se a área da concessão no flanco sudoeste desta estrutura. As unidades metassedimentares do paleozóico apresentam direção aproximada NNW-SSE e inclinações da ordem de 60° para NE, aproximando-se por vezes da vertical. A xistosidade é, na maior parte da zona, coincidente, ou muito próxima da estratificação.
O sistema de falhas presente tem direções NNW-SSE e NNE-SSW, destacando-se a falha de Castelo de Vide, uma falha de desligamento esquerdo que se encontra preenchida em grande parte por rocha filoniana de quartzo e que faz rejeitar horizontalmente a série ordovícica. Esta falha tem a direção NNW-SSE nas proximidades de Castelo de Vide, tomando a direção norte a norte desta vila e a direção NNE-SSW para sul. Localmente é responsável pela existência de inúmeras nascentes de água.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 28D da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1972
HIDROGEOLOGIA
O circuito hidromineral está instalado nos quartzitos ordovícicos, que apresentam permeabilidade fissural devida ao sistema de falhas e diaclases de direção predominante N-S.
O aquífero é confinado, com fluxo vertical e situa-se a uma profundidade estimada em 30m a 100m, com gradiente para NW. O sistema tem várias descargas naturais sob a forma de nascentes a meia encosta, emergindo algumas delas nos xistos silúricos.
- Série metassedimentar do Ordovícico - constituída essencialmente por quartzitos com permeabilidade fissural conferida por fraturação e diaclasamento, sendo as fraturas, no geral, abertas e sem preenchimento.
- Série metassedimentar do Silúrico - constituída essencialmente por xistos e alguns níveis de quartzitos intercalados, com permeabilidade baixa a muito baixa e funcionando em geral como aquitardos.
A recarga dar-se-á a partir das zonas mais elevadas da Serra de São Mamede, sendo a infiltração potenciada pela estrutura local.
As águas percolam em profundidade ao longo das fraturas que afetam os níveis quartzíticos, com fluxo aproximadamente vertical e emergem na vertente da serra de Castelo de Vide, colmatadas superiormente pelas camadas xistosas do Silúrico.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Alphaproteobacteria e Betaproteobacteria.
Os valores obtidos na composição taxonómica por classe, indicam uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 4,50%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, entre as quais Alphaproteobacteria (33,37%) e Betaproteobacteria (21,99%), apesar de serem representativas, variam significativamente de amostra para amostra. Esta assimetria na representatividade das classes entre as amostras estudadas, visível neste perfil taxonómico comparativo, pode ser devido à compatibilidade do quimismo desta água mineral natural para o desenvolvimento de diversas comunidades microbianas.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A composição destas comunidades bacterianas por género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), não é uniforme, verificando-se a alteração da distribuição em géneros e respetiva representatividade de amostra para amostra. No entanto, esta água hipossalina é caracterizada pelos géneros Methylobacterium (F1-F5 e F7), Candidatus Koribacter (F1-F5 e F3-F7), Cupriavidus (F3-F7 e F5), Burkholderia (F3 e F5) e Azospirillum (F1 e F3), quer pela sua representatividade e/ou presença em mais do que uma das amostras analisadas.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Methylobacterium radiotolerans, Cupriavidus basilensis, Oxalobacter vibrioformis, Burkholderia bryophila, Moorella glycerini, Methylobacterium mesophilicum, entre outras. Destes microrganismos Cupriavidus basilensis pode ter aplicabilidade em processos de biorremediação (Hikaru Suenga, et al., 2015) e Oxalobacter vibrioformis é capaz de degradar oxalato (Irmtraut Dehning e Bernhard Schink, 1989).
A diversidade bacteriana é mais elevada na amostra F5. Os valores obtidos de OTUs que caracterizam esta água, variam de 247 a 659, entre as amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017. O aumento da riqueza específica na segunda amostra colhida (F3) é visível pela respetiva distribuição em géneros com percentagens mais equitativas entre si, apontando para a baixa seleção natural das comunidades bacterianas presentes nesta água mineral natural.