Pisões-Moura
HM-17 - Pisões-Moura
CONCESSÃO
MORADA:
Rua D. Domingos jardo n.º17-A, 1900-185 Lisboa
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Beja
Concelho - Moura
ÁREA DA CONCESSÃO:
100,53 ha
DATA DO CONTRATO:
28-02-1996
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 27-A/2016, DR 32, Série I, 16-02-2016
Concessionário
SSC - Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, S.A.
Captação
Castello 3
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona de Ossa-Morena - Sector de Montemor-Ficalho
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
- Holocénico - Aluviões.
- Miocénico - Complexo de Moura constituído por 3 unidades:
- Calcários de Moura - calcários esbranquiçados, mais ou menos compactos e por vezes argilosos.
- Depósitos de detritos grosseiros - arenitos de grão grosseiro com cimento argiloso e lentículas de conglomerados.
- Arenitos de Moura - arenitos de grão fino com cimento argilo-margoso.
- Silúrico superior - Devónico inferior - Complexo Filonítico de Moura ("Xistos de Moura”), constituído por xistos siliciosos com intercalações de rochas vulcânicas, quartzitos e metacalcários.
A cobertura cenozóica apresenta-se quase indeformada, apenas com um ligeiro basculamento para W, resultado da atuação de movimentos alpinos.
O soco autóctone Precâmbrico-Paleozóico inferior forma uma estrutura anticlinorial com plano axial NW-SE, sobreposto pela unidade alóctone dos “Xistos de Moura” de idade Silúrico-Devónico. O padrão de deformação do substrato paleozóico é bastante complexo, devido à atuação de diversas fases de deformação hercínicas.
Vários acidentes tectónicos maiores contribuem para o padrão altamente deformado dos terrenos mais antigos.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 43B da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1970
HIDROGEOLOGIA
Suportado por rochas sedimentares do Miocénico, em comunicação hidráulica com aquíferos inferiores suportados por rochas xistentas, dolomíticas e outras de idade Precâmbrico-Paleozóico.Tem características de aquífero livre a semicativo com produtividades muito variáveis.
- Sistema aquífero superior - instalado na cobertura cenozóica da zona de Moura.
- Sistema aquífero inferior - constituído pelas unidades precâmbricas e paleozóicas do soco, estende-se na direção NE-SW e alimenta o sistema aquífero superior.
O sistema aquífero de Pisões-Moura é um sistema complexo constituído por um subsistema inferior, confinado, instalado em unidades paleozóicas constituídas por xistos, quartzitos, vulcanitos e rochas carbonatadas, que está em ligação hidráulica com um subsistema suprajacente de unidades miocénicas constituídas por calcários, arenitos e argilas. As nascentes originais do recurso emergem das unidades miocénicas, as quais de acordo com dados de sondagens posteriores, revelam espessura da ordem de 20 a 40 m. O recurso hidromineral além de ser captado diretamente nos sedimentos do Miocénico, é também captado, com características idênticas, nas unidades precâmbricas/paleozóicas subjacentes.
Assinatura Hidrobiómica (espécies exclusivas)
F3: Paenibacillus anaericanus
Shewanella gaetbuli
Flavobacterium columnare
Paenibacillus odorifer
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Alphaproteobacteria, Gammaproteobacteria e Betaproteobacteria.
Os valores obtidos na composição taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água bicarbonatada, apresentam uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 2,88%), ao longo dos anos de 2017 e 2018, indicando a presença maioritária de Alphaproteobacteria (22,71%), Gammaproteobacteria (20,61%) e Betaproteobacteria (13,10%). A classe Alphaproteobacteria é abundante nas amostras F1-F5 (primavera), enquanto que Gammaproteobacteria predomina nas amostras F3-F7 (outono).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A composição do bacteroma desta água, ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), revela uma percentagem de reads (sequências) sem classificação mais elevada nas amostras F3, F5 e F7, tal como também se observa no perfil taxonómico por classe. Na amostra F1, a distribuição em géneros apresenta maior diferença em relação às outras amostras. Os géneros Sphingomonas (presente em F1-F5), Candidatus Tammella e Thermodesulfovibrio (presentes em F3, F5 e F7) e Thermodesulfatator (com presença em F5 e F7) caracterizam o hidrogenoma desta água, no entanto, a sua representatividade varia em cada uma das amostra analisadas.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Sphingomonas panni, Methylonatrum kenyense, Candidatus Tammella caduceiae, Thermodesulfovibrio thiophilus, Candidatus Scalindua brodae, Sphingopyxis chilensis, Thermodesulfatator atlanticus, Chondromyces pediculatus. Destes microrganismos identificados Candidatus Scalindua brodae (markus Schmid, et al., 2003) e Sphingopyxis chilensis (F Godoy, et al., 2003) podem ter aplicabilidade em processos de biorremediação.
A diversidade bacteriana é mais elevada nas amostras F3 e F5, nas quais a riqueza específica é maior, visível pela distribuição em classes e géneros mais equitativa nestas amostras, comparativamente com F1 e F7. Os valores de OTUs que caracterizam esta água mineral natural, variam de 182 e 740, entre as amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017.