Pedras Salgadas
HM-28 - Pedras Salgadas
CONCESSÃO
MORADA:
S. Mamede de Infesta, Apartado 1044, 4466-955 S. Mamede de Infesta
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Vila Real
Concelho - Vila Pouca de Aguiar
ÁREA DA CONCESSÃO:
250,32 ha
DATA DO CONTRATO:
30-03-1998
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 109/2016, DR 82, Série I, 28-04-2016
Concessionário
VMPS - Águas e Turismo, S.A.
Captação
Pedras Salgadas 25
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo e Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos biotíticos, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Afloram na área da concessão rochas graníticas hercínicas pós-tectónicas, cobertas por sedimentos recentes relacionados com a dinâmica do rio Avelames. Destes destacam-se: aluviões de espessura variável que preenchem o vale de origem tectónica do referido rio, e terraços fluviais constituídos por cascalheiras de clastos rolados. De entre as rochas graníticas predomina o granito de Pedras Salgadas, essencialmente biotítico, porfiróide de grão médio. O granito de Sabroso, de grão fino, aflora mais a sul, e o granito de Vila Pouca de Aguiar, biotítico, porfiróide, de grão médio a grosseiro, aflora já fora da área da concessão.
O elemento estrutural dominante, responsável, não só, pela geomorfologia, bem como pelo estabelecimento do circuito hidromineral, é o sistema de falhas de Penacova-Régua-Verin, com cerca de 200 km de extensão na direção NNE-SSW, que teve diversos episódios de movimentação ao longo do tempo geológico, sendo ainda ativo na atualidade. Outros sistemas de falhas presentes apresentam direções dominantes N-S, NE-SW, NW-SE, WNW-ESE.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 6D da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50 000, LNEG-1998
HIDROGEOLOGIA
A água mineral natural emerge na bacia de Pedras Salgadas, uma depressão tectónica estreita e pouco profunda, de direção NNE-SSW, controlada pelo sistema de falhas de Penacova-Régua-Verin. O reservatório é bastante superficial pelo que a água apresenta baixa temperatura. A fase gasosa, essencialmente CO2, presente nesta água tem origem mantélica.
- Sistema aquífero superficial descontínuo - relacionado com os depósitos aluvionares do rio Avelames, de permeabilidade intersticial variável.
- Sistema aquífero de águas superficiais - nas zonas de alteração superficial do granito, de espessura e permeabilidade variáveis, por onde circulam águas hipossalinas a mesossalinas.
- Sistema aquífero hidromineral - desenvolve-se em rochas graníticas, com circulação fissural típica e fluxo sub-vertical dominante. A permeabilidade é descontínua e em geral baixa.
A água de origem meteórica infiltra-se nas zonas de cota mais baixa e de maior permeabilidade. As condições tectónicas locais, caracterizadas em especial pela existência de um sistema de falhas profundas, permitem o enriquecimento da água em gás carbónico (CO2) proveniente das zonas superiores do manto terrestre e, ao mesmo tempo, induzem uma percolação lenta a profundidades moderadas, de que resulta a elevada mineralização, a baixa temperatura e o conteúdo em gás carbónico que caracterizam esta água mineral natural.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Epsilonproteobacteria e Betaproteobacteria.
Os resultados obtidos na composição taxonómica por classe, das comunidades desta água gasocarbónica, apresentam uma distribuição em 8 classes (?̅ ≥ 0,36%), ao longos dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, com a presença maioritária da classe Epsilonproteobacteria (49,01%) e Betaproteobacteria (39,84%). A classe Epsilonproteobacteria predomina nas amostras colhidas no outono, F3 (82,37%) e F7 (55,54%), enquanto que Betaproteobacteria predomina nas amostras colhidas na primavera, F1 (39,66%) e F5 (79,03%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
No que respeita à classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que a maior parte dos géneros que compõem estas comunidades bacterianas são comuns nas diferentes amostras, o que indica estabilidade microbiológica. Além disso, a presença dos géneros Rhodoferax, Sulfuricurvum e Sulfurospirillum é maioritária em todas as amostras, permitindo caracterizar com grande robustez este hidrogenoma.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Sulfuricurvum kujiense, Rhodoferax ferrireducens, Acidovorax temperans e Rhodoferax antarcticus. Destes microrganismos identificados Rhodoferax antarcticus, por exemplo, produz bacterioclorofila (pigmento) (M T Madigan, et al., 2000).
A diversidade das comunidades bacterianas é maior nas amostras F1 e F5 colhidas na época da primavera. Os valores de OTUs que caracterizam esta água mineral natural, variam entre 105 e 255, entre as amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017. Esta diferença coincide com o aumento da representatividade da classe Epsilonproteobacteria (género Sulfuricurvum) na amostra F3, relativamente a F1.