Melgaço
HM-26 - Melgaço
CONCESSÃO
MORADA:
S. Mamede de Infesta, Apartado 1044, 4466-955 S. Mamede de Infesta
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Viana do Castelo
Concelho - Melgaço
ÁREA DA CONCESSÃO:
327,30 ha
DATA DO CONTRATO:
23-12-1997
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 69/2000, DR 40, Série I-B, 17-02-2000
Concessionário
VMPS - Águas e Turismo, S.A.
Captação
Melgaço 2
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo e Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos e gnaisses migmatíticos sin-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Na área da concessão predominam as rochas ígneas, representadas por granitos e granitóides de fácies diversificadas:
- Granito de Melgaço - granito de duas micas, de grão médio a fino, muito heterogéneo, variando desde as fácies granito-migmatíticas até aos granitos com restites.
- Granito de Couço - granito de duas micas, de grão médio, com raras restites de metassedimentos.
Numerosos filões pegmatíticos e aplito-pegmatíticos, cuja orientação predominante varia de NW-SE a N-S, cortam as rochas granitóides. Ocorrem ainda filonetes de quartzo.
O leito do rio Minho é acompanhado por formações sedimentares recentes, correspondentes a aluviões e a depósitos de terraços fluviais. Estes são essencialmente constituídos por conglomerados com calhaus rolados de quartzito e quartzo.
Em termos estruturais, destaca-se o vale do rio Minho que corresponde a uma depressão tectónica alongada na direção NE-SW. Outras direções estruturais presentes estão orientadas a NNW-SSE, NW-SE e N-S a NNE-SSW. O sistema de fraturas presente é, provavelmente, o resultado dos últimos movimentos da tectónica hercínica, tendo sido reativadas no contexto geodinâmico atual. O modelado topográfico presente é condicionado pela fraturação predominante.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 1B da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50 000, LNEG-1985
HIDROGEOLOGIA
Desenvolve-se em rochas graníticas muito fraturadas, de circuito longo e profundidade elevada, emergindo na interseção de importantes estruturas tectónicas locais. Contrariamente às outras águas minerais naturais gasocarbónicas que ocorrem no território continental, as águas gasocarbónicas da falha do rio Minho são bicarbonatadas cálcicas.
- Aquíferos superficiais - relacionados, quer com a camada de alteração superficial das rochas graníticas, quer com os depósitos aluvionares relacionadas com o rio Minho e seus afluentes, onde circulam águas de baixa mineralização. Em geral descontínuos, com permeabilidade intersticial e de fraca espessura, apresentam ciclo hidrogeológico curto, cujo fluxo acompanha a topografia.
- Aquífero hidromineral profundo - relacionado com a rocha granítica sã, fortemente fraturada, com ciclo longo e profundo, donde resulta uma água muito mineralizada, com incorporação de gás carbónico.
O aquífero hidromineral será recarregado fundamentalmente através de infiltração de água proveniente da precipitação nas zonas de cota mais elevada, não sendo, no entanto, de desprezar a eventual contribuição que poderá provir da rede hidrográfica instalada nas principais estruturas que afetam o maciço granítico.
A circulação tem fluxo sub-vertical dominante na recarga e na ascensão. Trata-se de típica circulação fissural com fluidos de origem profunda que arrefecem durante uma ascensão relativamente lenta até à emergência.
O gás carbónico (CO2), proveniente de zonas profundas da crosta, ou do manto superior, é incorporado no aquífero hidromineral na fase ascendente da água mineral natural que, pela sua elevada mineralização, incorpora com facilidade este gás.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classe representativa: Betaproteobacteria.
O resumo comparativo da composição taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água gasocarbónica, indica a presença maioritária da classe Betaproteobacteria (73,73%), sendo predominante em F1 (95,91%) e com menor expressão em F7 (48,95%).
O perfil de distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 1,33%) é semelhante entre as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), havendo uma diminuição da classe Betaproteobacteria e um aumento da percentagem de reads (sequências) sem classificação, nas amostras colhidas no outono (F3 e F7).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação ao nível de género, por comparação entre as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que a percentagem de géneros sem assignação taxonómica é elevada, principalmente na amostra F7 (77,64%). No entanto, o hidrogenoma desta água caracteriza-se pela predominância dos géneros Methyloversatilis, Gallionella, Thiobacillus, Propionivibrio, Zoogloea e Schlegelella. Nas amostras F1-F5 os géneros mais representativos são Methyloversatilis e Thiobacillus, enquanto que nas amostras F3-F7, são Methyloversatilis (com menor presença do que F1-F5) e Gallionella (com maior representatividade).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Methyloversatilis universalis, Propionivibrio dicarboxylicus, Schlegelella aquatica, Thiobacillus sajanensis e Zoogloea oryzaee. Destes microrganismos Schlegelella aquatica, de acordo com a literatura, é um organismo termofílico resistente a temperaturas elevadas (30 - 60 ◦C), já isolado de fontes quentes (Yi-Ju Chou, et al.,2006).
A diversidade das comunidades bacterianas é maior nas amostras F5 e F7 do ano hidrológico de 2018. Os valores de OTUs totais que caracterizam esta água mineral natural, variam de 108 a 375, entre as amostras F1 e F3 colhidas em 2017. A riqueza específica é maior em F3, devido à presença mais abundante dos géneros Zoogloea e Propionivibrio.