Luso
HM-07 - Luso
CONCESSÃO
MORADA:
Apartado 1, 3050-902 Luso
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Aveiro
Concelho - Mealhada
ÁREA DA CONCESSÃO:
51,73 ha
DATA DO CONTRATO:
20-07-1993
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 64/2003, DR 16,Série I-B, 20-01-2003
Concessionário
SSC - Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, S.A.
Captação
1L (F1L)
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo e Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Sinclinal do Buçaco
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Na área da concessão afloram as seguintes unidades:
- Carbónico - arenitos vermelhos e cinzentos com intercalações de conglomerados, de fácies continental;
- Neoproterozóico - “Série Negra”- xistos filitosos com intercalações psamíticas e carbonosas.
Fora da área da concessão destacam-se as unidades quartzíticas do Ordovícico inferior que constituem a serra do Buçaco, e os "Grés de Silves" de idade triásica.
A estrutura regional é dominada pela existência de um vasto sinclinal orientado a NW-SE e mergulhante para NW - o sinclinal do Buçaco, originado durante a orogenia varisca. O flanco nordeste constitui a Serra do Buçaco. Toda a estrutura é cortada por uma intensa rede de fraturação decorrente dos sucessivos episódios tectónicos que afetaram a região e apresentam direções predominantes de NNW-SSE a NW-SE e NNE-SSW a ENE-WSW. Algumas falhas cortam a serra transversalmente com orientações a ENE-WSW a NE-SW, compartimentando o maciço em diversos blocos.
Destaca-se ainda uma importante estrutura de movimentação inversa - o cavalgamento de Luso-Cruz Alta-Buçaco que coloca unidades neoproterozóicas sobre os terrenos paleozóicos.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada de A. S. Oliveira, 2019
HIDROGEOLOGIA
Desenvolve-se na unidade hidrogeológica fraturada, correspondente aos quartzitos do Ordovícico inferior, do flanco NE do sinclinal do buçaco, confinada no topo e na base por formações xistentas de permeabilidade muito baixa, ou mesmo ausente. O fluxo hídrico subterrâneo faz-se SE para NW , com profundidade e tempo de residência elevados.
- Aquífero não mineral de circulação superficial e ausência de termalidade;
- Aquífero termomineral superior de circulação intermédia com temperatura de emergência de cerca de 27oC;
- Aquífero termomineral inferior de circulação profunda e temperatura de emergência ligeiramente superior.
A recarga faz-se por infiltração direta da água da chuva nas zonas aplanadas mais elevadas da Serra do Buçaco.
Os planos de estratificação e o sistema bem desenvolvido de fraturas e falhas constituem o meio favorável para a infiltração das águas a diferentes profundidades, determinando ainda diferentes tempos de residência.
As particularidades geológicas determinam o sentido da circulação subterrânea que se faz de preferência para NW. A descarga é feita a diferentes níveis no extremo NW da Serra do Buçaco, sendo condicionada por fatores topográficos, geológicos e tectónicos.
Adaptado de A. S. Oliveira, 2019
Assinatura Hidrobiómica (espécies exclusivas)
F1: Clostridium baratii
Clostridium sardiniense
Staphylococcus vitulinus
F7: Bifidobacterium animalis
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Alphaproteobacteria e Gammaproteobacteria.
A composição taxonómica das comunidades bacterianas desta água hipossalina por classe, apresenta uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 4,37%), ao longo dos anos de 2017 e 2018, demonstrando a variação das classes representativas em proporção inversa. Nas amostras em que Alphaproteobacteria é mais abundante, a classe Gammaproteobacteria tem menor expressão e vice-versa. Alphaproteobacteria predomina em F3 (56,94%) e F5 (42,01%), enquanto que Gammaproteobacteria predomina nas amostras F1 (48,53%) e F7 (44,28%). A classe Actinobacteria não está representada na amostra F5.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação taxonómica por género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que o género Ralstonia marca presença em todas as amostras, exceto na amostra F5, na qual está representado o género Brochothrix. O género Methylobacterium é o que mais se destaca neste hidrogenoma, com uma elevada representatividade nas amostras F3 (53,15%) e F5 (38,36%). O género Acinetobacter surge apenas na amostra F7, distinguindo-se na composição desta amostra (39,26%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Methylobacterium radiotolerans, Methylobacterium mesophilicum, Methylobacterium longum, Pseudomonas plecoglossicida, Acinetobacter johnsonii, Acinetobacter rhizosphaerae, Methylobacterium aggregans, Moorella glycerini, Thermodesulfovibrio aggregans, entre outras. Destes microrganismos Acinetobacter rhizosphaerae, por exemplo, pode ser benéfica para práticas agrícolas, devido à capacidade de solubilização de fosfato (Arvind Gulati, et al., 2010).
As amostras F1-F5 (primavera) apresentam maior diversidade bacteriana do que F3-F7 (outono), verificando-se uma riqueza específica semelhante entre as primeiras três amostras (F1, F3 e F5), aumentando bastante na última amostra colhida (F7). Este aumento do número de espécies identificadas em F7, pode ser devido à presença do género Acinetobacter.