Longroiva
HM-53 - Longroiva
CONCESSÃO
MORADA:
Largo do Município, 6430-179 Mêda
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Guarda
Concelho - Meda
ÁREA DA CONCESSÃO:
33,87 ha
DATA DO CONTRATO:
29-10-2004
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria 1360/2006, DR 232, Série I, 04-12-2006
Concessionário
Câmara Municipal da Mêda
Captação
AC1-A
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo e Geotermia
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Zona de contacto de granitos da série dos granitos hercínicos de duas micas sin-orogénicos com o Complexo Xisto-Grauváquico.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Afloram na área da concessão:
- Aluviões - areias e argilas e algumas cascalheiras.
- Complexo Xisto-Grauváquico (Grupo do Douro) - metagrauvaques e metaquartzovaques com finas intercalações de filitos de cor cinzento escuro a negro.
- Granito de Mêda – granito de duas micas, de grão médio, sin-orogénico.
- Filões de quartzo.
A falha das termas de Longroiva tem orientação geral NNE-SSW e movimentação de desligamento esquerdo. Pertence a um sistema de falhas subparalelas e subverticais que faz parte da megaestrutura de Manteigas-Vilariça-Bragança. A atividade deste sistema de falhas originou um mosaico de blocos abatidos e elevados, de que se destacam as depressões de Vilariça e de Longroiva, esta última situada a E da zona das termas, ambas preenchidas por uma espessa camada de sedimentos de idade cenozóica a atual.
Ocorrem ainda outros sistemas de falhas com orientações predominantes ENE-WSW e WNW-ESE.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 15A da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1990
HIDROGEOLOGIA
Suportado por rochas graníticas muito fraturadas, semiconfinado, com permeabilidade fissural e artesianismo.
- Os depósitos aluvionares dão origem a aquíferos livres com permeabilidade intersticial, sem interferência com o sistema hidromineral.
- O Complexo Xisto-Grauváquico dá origem a aquíferos impermeáveis, de produtividade muito baixa e de extrema importância para o sistema hidromineral, uma vez que funciona de barreira à sua dispersão.
- O Granito de Mêda apresenta permeabilidade fissural e suporta dois sistemas aquíferos:
- Um superficial e livre, relacionado com a zona de alteração superficial do maciço granítico, onde circula água não mineral fria, apresentando fraca produtividade.
- Um mais profundo de água mineral quente, confinado e profundo, com maior produtividade e com artesianismo.
O estilo tectónico local condicionou a implantação da rede hidrográfica, que corre com frequência em vales de fratura facilitando a infiltração das águas superficiais a grandes profundidades.
A circulação subterrânea é facilitada pela intensa fracturação do maciço granítico. A água ascende de zonas profundas através do maciço granítico, ressurgindo à superfície com as características da água mineral natural, próximo do contacto por falha entre xistos e granitos, a qual funciona como barreira à dispersão da água.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Gammaproteobacteria e Betaproteobacteria
A composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, indica uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 2,10%) ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, entre as quais Gammaproteobacteria (20,09%) e Betaproteobacteria (19,80%) são as mais representativas. Verifica-se uma variação significativa (valores de desvio padrão superiores à media) para algumas destas classes, nomeadamente Deltaproteobacteria e Alphaproteobacteria, devido essencialmente à percentagem elevada de reads (sequências) sem assignação taxonómica nas amostras F3 e F7 (∼29%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação ao nível de género, por comparação das amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se uma elevada diversidade neste grupo taxonómico, dada a elevada percentagem sem classificação nas amostras F3‑F7, à semelhança do perfil taxonómico por classe.
Contudo, os géneros Desulfomonile, Ectothiorhodospira e Thermodesulfovibrio marcam presença em pelo menos três das amostras (F3, F5 e F7), caracterizando estas comunidades microbianas.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Desulfomonile tiedjei, Methyloversatilis universalis, Thermodesulfovibrio aggregans, Ectothiorhodospira haloalkaliphila, Veillonella dispar, Methylobacterium radiotolerans, Methylobacterium mesophilicum, Pseudomonas plecoglossicida e Chondromyces pediculatus. Destes microrganismos Chondromyces pediculatus, por exemplo, produz metabolitos secundários relacionados com atividade antifúngica (Brigitte Kunze, et al., 2008).
A diversidade das comunidades bacterianas é maior nas amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017. Os valores de OTUs obtidos que caracterizam esta água mineral natural variam de 103 a 141, entre as amostras F5 e F3. As amostras F1-F5 (primavera) apresentam menor riqueza específica, relativamente às amostras F3-F7 (outono).