Ladeira de Envendos
HM-27 - Ladeira de Envendos
CONCESSÃO
MORADA:
Apartado 1044, 4466-955 S.Mamede de Infesta
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Santarém
Concelho - Mação
ÁREA DA CONCESSÃO:
318,75 ha
DATA DO CONTRATO:
23-12-1997
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 100/2016, DR 78, Série I, 21-04-2016
Concessionário
Unicer Águas, S.A.
Captação
Vital 3
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo e Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Sinforma Amêndoa-Carvoeiro.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
A área da concessão caracteriza-se pela ocorrência de duas sequências litoestratigráficas separados por uma discordância angular. Na base o Complexo Xisto-Grauváquico de idade Neoproterozóico-Câmbrico, um conjunto metassedimentar em que alternam metagrauvaques e xistos, a que se segue uma sucessão paleozóica do Ordovícico representada por duas unidades: a Formação do Quartzito Armoricano do Ordovícico inferior, representada por um conglomerado na base seguido por bancadas de quartzitos de espessura apreciável que formam um relevo de dureza saliente na paisagem, a serra da Ameirosa; a Formação do Brejo Fundeiro do Ordovícico médio, representada essencialmente por xistos e siltitos.
Localmente ocorrem ainda depósitos de vertente, resultantes da erosão das encostas declivosas.
A Ladeira de Envendos localiza-se no flanco norte do sinforma de Amêndoa-Carvoeiro, uma estrutura resultante da atuação das fases de deformação da orogenia hercínica. Localmente corresponde a um monoclinal, com os estratos a inclinar para SW, segmentado por várias famílias de falhas, cujas direções predominantes são: NNW-SSE, NE-SW e WNW-ESE a W-E.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 28A da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50 000, LNEG-2000
HIDROGEOLOGIA
Ocorre numa estrutura monoclinal, mergulhante para SW, do flanco NE do sinforma Amêndoa-Carvoeiro, sendo suportado por rochas quartzíticas muito fraturadas e de elevada permeabilidade, limitadas a NE pelo Complexo Xisto-Grauváquico e a SW por xistos do Ordovícico médio.
As camadas quartzíticas do Ordovícico inferior, muito fraturadas, formam sistemas aquíferos de elevada permeabilidade fissural, como é o caso do sistema aquífero hidromineral.
As camadas mais xistosas, quer do Complexo Xisto-Grauváquico, quer do Ordovícico inferior, formam sistemas aquíferos de permeabilidade inferior, permitindo com frequência o confinamento, a topo e na base, das camadas quartzíticas mais produtivas.
O sistema aquífero hidromineral tem origem na infiltração de águas meteóricas através de uma rocha muito fraturada, constituída maioritariamente por quartzitos do Ordovícico inferior.
A circulação subterrânea é favorecida pela elevada fraturação local, sendo a descarga natural controlada estruturalmente pela existência de falhas com orientações NNE-SSW e E-W que, conjuntamente com as rochas xistosas e siltíticas, constituem fronteiras impermeáveis que promovem a ascensão do recurso.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Alphaproteobacteria e Betaproteobacteria.
Os valores de reads obtidos (sequências curtas resultantes da reação de sequenciamento e posterior leitura), na classificação das comunidades bacterianas desta água hipossalina, com base na afiliação taxonómica por classe, revelam uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 1,90%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, entre as quais Alphaproteobacteria (46,03%) e Betaproteobacteria (22,10%) são representativas. A classe Alphaprotebacteria predomina em F7 (74,58%), tendo presença maioritária em todas as amostras, exceto em F5, na qual Betaproteobacteria apresenta maior percentagem de reads (38,24%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), indica que este hidrogenoma é muito variável, no entanto, o género Gallionella tem presença em todas as amostras analisadas, predominante nas amostras F1-F5 colhidas na primavera. Destacam-se também outros géneros que constituem as comunidades bacterianas desta água, nomeadamente Methylobacterium (F7), Sphingomonas (F1), Phenylobacterium (F3 e F5), Pelomonas (F5), Thiofaba (F3), Oxalobacter (F1 e F7) e Mycobacterium (F5 e F7).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Methylobacterium radiotolerans, Ectothiorhodospira imhoffii, Phenylobacterium falsum, Pelomonas puraquae, Brevundimonas olei, Methylobacterium mesophilicum e Phenylobacterium lituiforme. Destes microrganismos identificados Brevundimonas olei é uma bactéria conhecida pelo sua ação antifúngica, útil no controlo biológico e crescimento de certas culturas (p. ex. tomate) (Amanul Islam, et al., 2018).
A diversidade bacteriana é mais elevada nas amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017. Os valores de OTUs obtidos variam de 178 a 577, entre as amostras F7 e F3 colhidas na época do outono. Esta variação é fundamentada pela maior representatividade da classe Gammaproteobacteria (géneros Thiofaba, Ectothiorhodospira e Thiovirga) na amostra F3, diminuindo consideravelmente na amostra F7.