Fonte Santa de Monfortinho

HM-45 - Fonte Santa de Monfortinho

Termalismo

CONCESSÃO

Property

MORADA:
Termas de Monfortinho, 6060-072 Monfortinho

LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Castelo Branco
Concelho - Idanha-a-Nova

ÁREA DA CONCESSÃO:
52,25 ha

DATA DO CONTRATO:
22-01-2001

PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 393/2007, DR n.º 81, Série II, 26-04-2007

Concessionário

XIPU - Gestão e Administração de Activos, Lda.

Captação

AC7

Tipo

furo

SETOR DE ATIVIDADE

Termalismo

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Doenças da pele
Doenças do aparelho circulatório
Doenças do aparelho digestivo
Doenças do aparelho nefro-urinário
Doenças do aparelho respiratório
Doenças metabólico-endócrinas
Doenças reumáticas e músculo-esqueléticas
Swimming pool

CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA

Tipo de Água
Hipossalina
Composição Principal
Silicatada
Composição Secundária
Bicarbonatada sódica
Mineralização
Hipossalina
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS:
Data da analíse físico-química completa - 23/01/2017
Mineralização Total - 44 mg/L
pH - 5,6
Temperatura - 29,4 ⁰C
Condutividade Elétrica - 33 µS/cm
PROJETO HIDROGENOMA:
pH - 5,5
Temperatura emerg. - 30,5 ⁰C

GEOLOGIA

Localização

Zona Centro-Ibérica Sinclinal de Penha Garcia.

45MAPA

 Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010

UNIDADES GEOLÓGICAS:

Na área da concessão aflora essencialmente uma cobertura de sedimentos cenozóicos, constituída por:

  • Aluviões - dispostas ao longo do vale do rio Erges, compostas por cascalheiras e areias grosseiras que não ultrapassam alguns metros de espessura.
  • Formação de Monfortinho do Pliocénico - constituída por conglomerados e arenitos com matriz argilosa rica em óxidos de ferro.
  • Formação de Torre do Miocénico - constituída por conglomerados, grauvaques feldspáticos e lutitos.

Os sedimentos cenozóicos cobrem as unidades paleozóicas que constituem o sinclinal de Penha Garcia, sendo que na área da concessão apenas aflora a unidade quartzítica do ordovícico inferior constituída por quartzitos em bancadas espessas, cuja espessura poderá atingir os 180m. Devido à sua resistência à erosão formam as cristas mais altas da região.

TECTÓNICA:

As termas de Monfortinho situam-se no flanco sul do sinclinal de Penha Garcia, uma estrutura hercínica com plano axial aproximadamente N60°W, flancos subverticais e eixo mergulhante para ESE. A zona é afetada por fraturação tardi-hercínica subvertical, sendo NE-SW a direção mais frequente, ocorrendo também segundo as direções E-W, NW-SE e WNW-ESE. Na zona das termas, o encaixe do rio Erges faz-se segundo a direção NNE-SSW sugerindo a presença de uma falha em profundidade - a falha de Monfortinho.

 CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO

45CARTA

Adaptada da folha 25B da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1996

HIDROGEOLOGIA

SISTEMA AQUÍFERO:

Suportado por rochas quartzíticas, de circulação profunda e fluxo fundamentalmente vertical, com permeabilidade por fraturação, confinado.

UNIDADES AQUÍFERAS:

Coexistem diversos sistemas aquíferos superficiais, de permeabilidade intersticial, onde circulam águas normais, constituídos pelas unidades detríticas do Cenozóico representadas por conglomerados, arenitos e argilitos, e, no caso das aluviões, por areias e cascalheiras. 

Subjacentes aos depósitos detríticos, as unidades xistosas do paleozóico constituem unidades aquíferas de baixa a muito baixa permeabilidade, e as unidades quartzíticas, onde se inclui o sistema aquífero hidromineral, constituem sistemas aquíferos com permeabilidade secundária por fraturação, em geral elevada.

MODELO CONCEPTUAL DO SISTEMA AQUÍFERO:

As zonas de recarga do aquífero hidromineral serão constituídas essencialmente pelas cristas quartzíticas, sendo a infiltração profunda facilitada pelas descontinuidades geológicas - estratificação, xistosidade - das unidades paleozóicas que constituem o sinclinal de Penha Garcia. A falha de Monfortinho constituirá a principal conduta da água a profundidades elevadas, permitindo que esta adquira termalidade no reservatório constituído pela unidade quartzítica.

A ascensão é facilitada pela temperatura e pela fraturação intensa, constituindo esta o mecanismo de emergência. A piezometria do aquífero hidromineral permite que não ocorram misturas significativas com as águas superficiais que circulam nas formações aluvionares e detríticas suprajacentes.

Estudo do Microbismo Natural

Assinatura Hidrobiómica (espécies exclusivas)

F1: Roseburia faecis, Leptotrichia goodfellowii, Lactobacillus jensenii, Aeromicrobium panaciterrae, Sporolactobacillus laevus, Blautia obeum e Pseudobutyrivibrio xylanivorans.

F5: Staphylococcus delphini. 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---

Classes representativas: Betaproteobacteria e Alphaproteobacteria.

A composição das comunidades bacterianas por classe desta água hipossalina, revela uma distribuição em 7 classes (?x ̅ 3,87%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, das quais Betaproteobacteria (32,13%) e Aphaproteobacteria (18,55%) são as mais abundantes. A classe Betaproteobacteria é mais frequente nas amostras F3-F7, enquanto que Alphaproteobacteria é mais frequente nas amostras F1-F5.

45CLASSE

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---

Na classificação taxonómica ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que o hidrogenoma desta água é variável.

Na amostra F1 os géneros Pseudomonas, Thermogemmatispora e Azospirillum têm presença maioritária, enquanto que em F5, são os géneros Thermogemmatispora e Cupriavidus.

Nas amostras F3-F7 existe uma alteração na comunidade bacteriana desta água, surgindo os géneros Zoogloea, Ralstonia e Mycobacterium na sua composição.

45GENERO

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---

As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Zoogloea resiniphila, Thermogemmatispora onikobensis, Pseudomonas plecoglossicida, Cupriavidus pauculus, Rhodocyclus purpureus, Pseudomonas panipatensis e Enhydrobacter aerosaccus. Destes microrganismos identificados Thermogemmatispora onikobensis, por exemplo, é uma bactéria termofílica, capaz de crescer a temperaturas superiores a 50C (Shuhei Yabe, et al., 2011).

45DIVERSIDADE

A diversidade das comunidades bacterianas é menor nas amostras da época do outono (F3-F7) do que nas amostras da época da primavera (F1-F5), concordante com a variação de OTUs. Esta água mineral natural é também caracterizada pela variação de OTUs totais de 177 a 666, entre a última (F7) e a primeira (F1) amostras colhidas. A diminuição acentuada da riqueza específica na última amostra, deve-se à menor representatividade da classe Alphaproteobacteria e ausência da classe Gammproteobacteria (género Pseudomonas).  

 

45VIAVEIS

 

 

 

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