Fonte Santa de Monfortinho
HM-45 - Fonte Santa de Monfortinho
CONCESSÃO
MORADA:
Termas de Monfortinho, 6060-072 Monfortinho
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Castelo Branco
Concelho - Idanha-a-Nova
ÁREA DA CONCESSÃO:
52,25 ha
DATA DO CONTRATO:
22-01-2001
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 393/2007, DR n.º 81, Série II, 26-04-2007
Concessionário
XIPU - Gestão e Administração de Activos, Lda.
Captação
AC7
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Sinclinal de Penha Garcia.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Na área da concessão aflora essencialmente uma cobertura de sedimentos cenozóicos, constituída por:
- Aluviões - dispostas ao longo do vale do rio Erges, compostas por cascalheiras e areias grosseiras que não ultrapassam alguns metros de espessura.
- Formação de Monfortinho do Pliocénico - constituída por conglomerados e arenitos com matriz argilosa rica em óxidos de ferro.
- Formação de Torre do Miocénico - constituída por conglomerados, grauvaques feldspáticos e lutitos.
Os sedimentos cenozóicos cobrem as unidades paleozóicas que constituem o sinclinal de Penha Garcia, sendo que na área da concessão apenas aflora a unidade quartzítica do ordovícico inferior constituída por quartzitos em bancadas espessas, cuja espessura poderá atingir os 180m. Devido à sua resistência à erosão formam as cristas mais altas da região.
As termas de Monfortinho situam-se no flanco sul do sinclinal de Penha Garcia, uma estrutura hercínica com plano axial aproximadamente N60°W, flancos subverticais e eixo mergulhante para ESE. A zona é afetada por fraturação tardi-hercínica subvertical, sendo NE-SW a direção mais frequente, ocorrendo também segundo as direções E-W, NW-SE e WNW-ESE. Na zona das termas, o encaixe do rio Erges faz-se segundo a direção NNE-SSW sugerindo a presença de uma falha em profundidade - a falha de Monfortinho.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 25B da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1996
HIDROGEOLOGIA
Suportado por rochas quartzíticas, de circulação profunda e fluxo fundamentalmente vertical, com permeabilidade por fraturação, confinado.
Coexistem diversos sistemas aquíferos superficiais, de permeabilidade intersticial, onde circulam águas normais, constituídos pelas unidades detríticas do Cenozóico representadas por conglomerados, arenitos e argilitos, e, no caso das aluviões, por areias e cascalheiras.
Subjacentes aos depósitos detríticos, as unidades xistosas do paleozóico constituem unidades aquíferas de baixa a muito baixa permeabilidade, e as unidades quartzíticas, onde se inclui o sistema aquífero hidromineral, constituem sistemas aquíferos com permeabilidade secundária por fraturação, em geral elevada.
As zonas de recarga do aquífero hidromineral serão constituídas essencialmente pelas cristas quartzíticas, sendo a infiltração profunda facilitada pelas descontinuidades geológicas - estratificação, xistosidade - das unidades paleozóicas que constituem o sinclinal de Penha Garcia. A falha de Monfortinho constituirá a principal conduta da água a profundidades elevadas, permitindo que esta adquira termalidade no reservatório constituído pela unidade quartzítica.
A ascensão é facilitada pela temperatura e pela fraturação intensa, constituindo esta o mecanismo de emergência. A piezometria do aquífero hidromineral permite que não ocorram misturas significativas com as águas superficiais que circulam nas formações aluvionares e detríticas suprajacentes.
Assinatura Hidrobiómica (espécies exclusivas)
F1: Roseburia faecis, Leptotrichia goodfellowii, Lactobacillus jensenii, Aeromicrobium panaciterrae, Sporolactobacillus laevus, Blautia obeum e Pseudobutyrivibrio xylanivorans.
F5: Staphylococcus delphini.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Betaproteobacteria e Alphaproteobacteria.
A composição das comunidades bacterianas por classe desta água hipossalina, revela uma distribuição em 7 classes (?x ̅ ≥ 3,87%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, das quais Betaproteobacteria (32,13%) e Aphaproteobacteria (18,55%) são as mais abundantes. A classe Betaproteobacteria é mais frequente nas amostras F3-F7, enquanto que Alphaproteobacteria é mais frequente nas amostras F1-F5.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação taxonómica ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que o hidrogenoma desta água é variável.
Na amostra F1 os géneros Pseudomonas, Thermogemmatispora e Azospirillum têm presença maioritária, enquanto que em F5, são os géneros Thermogemmatispora e Cupriavidus.
Nas amostras F3-F7 existe uma alteração na comunidade bacteriana desta água, surgindo os géneros Zoogloea, Ralstonia e Mycobacterium na sua composição.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Zoogloea resiniphila, Thermogemmatispora onikobensis, Pseudomonas plecoglossicida, Cupriavidus pauculus, Rhodocyclus purpureus, Pseudomonas panipatensis e Enhydrobacter aerosaccus. Destes microrganismos identificados Thermogemmatispora onikobensis, por exemplo, é uma bactéria termofílica, capaz de crescer a temperaturas superiores a 50◦C (Shuhei Yabe, et al., 2011).
A diversidade das comunidades bacterianas é menor nas amostras da época do outono (F3-F7) do que nas amostras da época da primavera (F1-F5), concordante com a variação de OTUs. Esta água mineral natural é também caracterizada pela variação de OTUs totais de 177 a 666, entre a última (F7) e a primeira (F1) amostras colhidas. A diminuição acentuada da riqueza específica na última amostra, deve-se à menor representatividade da classe Alphaproteobacteria e ausência da classe Gammproteobacteria (género Pseudomonas).