Fonte Santa de Almeida
HM-03 - Fonte Santa de Almeida
CONCESSÃO
MORADA:
Praça da Liberdade, 6350-130 Almeida
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Guarda
Concelho - Almeida
ÁREA DA CONCESSÃO:
58,86 ha
DATA DO CONTRATO:
10-01-1992
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 119/2016, DR 84, Série I, 02-05-2016
Concessionário
Câmara Municipal de Almeida
Captação
AQ1
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos hercínicos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
- Granito monzonítico de duas micas, com predomínio da biotite, porfiróide de grão grosseiro.
- Granito monzonítico de duas micas porfiróide de grão médio a fino.
- Granito monzonítico não porfiróide de grão fino.
- Filões de quartzo leitoso com textura brechóide que se dispõem de modo geral segundo NNE-SSW.
As principais estruturas estão orientadas a N10°-20°E e N50°-60°E criando corredores onde o granito se encontra muito fraturado e alterado. Como direções secundárias destaca-se N10°-20°W.
São numerosas as diaclases, quase sem preenchimento, com atitudes paralelas às principais direções estruturais.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada das folhas e 15-D e 18-B da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1959 e 1960
HIDROGEOLOGIA
Desenvolve-se na unidade granítica porfiróide de grão grosseiro, com permeabilidade condicionada pela intensa fraturação que o afeta.
- Formações detríticas superficiais - constituídas por aluviões, coluviões e terraços fluviais de reduzida expressão, caracterizadas em geral por permeabilidade elevada e alimentadas lateralmente pela água do rio.
- Zona de alteração superficial do granito - na dependência de falhas ou intenso diaclasamento, com permeabilidade muito variável.
- Formação granítica - com permeabilidade por fraturação, geralmente baixa.
Admite-se para o sistema aquífero hidromineral o seguinte modelo conceptual:
- Recarga por infiltração de águas meteóricas na zona aplanada da região onde se inserem as termas, de preferência nas zonas de alteração do granito, ou nas zonas de falha e de intenso diaclasamento.
- Circulação fissural a profundidade elevada (estimada em cerca de 2km), onde ocorre mistura com fluidos hidrotermais e consequente sulfuração. Os baixos valores de trítio indiciam um tempo de residência elevado. O fluxo subterrâneo ocorre na zona tectonizada dos granitos, em particular ao longo da falha central orientada segundo NNE-SSW e inclinação subvertical.
- Ascensão ao longo da estrutura principal, na margem direita do rio Côa, conjuntamente com a família de diaclases perpendicular a esta e orientada segundo WNW-ESE. As falhas e diaclases preenchidas, ou não, por materiais argilosos funcionam, quer como zonas de barragem à circulação, quer como caminhos preferenciais para a mesma.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Gammaproteobacteria e Betaproteobacteria.
Os resultados da composição taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, mostram uma distribuição em 7 classes (com média percentual ≥ 2,37), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, entre as quais Gammaproteobacteria (56,58%) e Betaproteobacteria (22,43%) são representativas e, em contraste, Actinobacteria (2,91%) e Nitrospira (2,37%) têm menor expressão. Verifica-se maior correspondência no perfil taxonómico das amostras por época do ano, sendo Gammaproteobacteria mais predominante nas amostras F3-F7 (outono), não estando representada na amostra F1, enquanto que as classes Deltaproteobacteria, Clostridia, Actinobacteria e Nitrospira predominam nas amostras F1-F5 (primavera).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera), evidencia uma percentagem elevada de reads (sequências) sem classificação a este nível taxonómico, de 25,20% e 43,33%, respetivamente.
No entanto, os valores obtidos nas amostras F3-F7 (outono) diferem dos anteriores, apresentando resultados estatisticamente significativos, sendo clara a presença maioritária dos géneros Thiovirga e Dechloromonas, em ambas as amostras, demonstrando maior estabilidade na composição do hidrogenoma desta água na época do outono.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Thiovirga sulfuroxydans, Dechloromonas aromatica, Methyloversatilis universalis, Azovibrio restrictus, Sphingobium amiense, Novosphingobium acidiphilum, Leucothrix mucor e Dechloromonas fungiphilus. Destes microrganismos identificados Dechloromonas aromatica, por exemplo, pode ter aplicabilidade em processos de biorremediação (Kennan Kellaris Salinero, et al., 2009).
Verifica-se maior diversidade na primeira e última amostras colhidas (F1 e F7). Além disso, esta água sulfúrea é caracterizada pela variação de OTUs de 55 a 298, entre as amostras F5 e F3, indicando maior riqueza específica nas amostras F3-F7 (outono), do que nas amostras F1-F5 (primavera). O decréscimo da riqueza de espécies na amostra F5, pode ser devido à elevada percentagem de reads sem classificação. A amostra F7 tem menor riqueza específica do que F3, pela presença quase total do género Thiovirga (89,09%) na sua composição.