Felgueira
HM-01 - Felgueira
CONCESSÃO
MORADA:
Caldas da Felgueira, 3525-201 Canas de Senhorim
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Viseu
Concelho - Nelas
ÁREA DA CONCESSÃO:
60,00 ha
DATA DO CONTRATO:
18-09-1991
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 1157/2001, DR 229, Série I-B, 02-10-2001
Concessionário
Companhia das Águas Medicinais da Felgueira, S.A.
Captação
AC3
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos hercínicos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
- Aluviões;
- Granito monzonítico, predominantemente biotítico, porfiróide, de grão grosseiro;
- Granito monzonítico, predominantemente biotítico, porfiróide, de grão médio a fino;
- Filões de quartzo, por vezes brechificados.
N60°-80°E constitui a principal direção estrutural, materializada por uma falha de grande extensão, com movimentação esquerda e por diversas estruturas subparalelas de extensão assinalável e distantes entre si de 250m a 300m, e ainda por uma série de filões com preenchimento silicioso. Estas estruturas desempenham papel importante a nível hidrogeológico, funcionando como canais de fluxo preferencial das águas subterrâneas até à superfície.
Assinalam-se ainda: uma falha de orientação N40°-60°W que condiciona a orientação do vale de fratura no qual se instala a ribeira da Pantanha, e um sistema de diaclases com orientações preferenciais N10°-20°E e N15°-25°W.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 17-C da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1962
HIDROGEOLOGIA
Suportado pela unidade granítica, fortemente diaclasada, com permeabilidade fissural, do tipo cativo, semi-confinado.
- Aluviões - depósitos de reduzida espessura, dispostos ao longo das principais linhas de água;
- Granitos arenizados - camada areno-argilosa resultante da alteração do granito, de espessura muito irregular, dando localmente origem, quer a aquíferos, quer a aquitardos;
- Granitos fraturados - granito são, fraturado por ação da tectónica local, o que origina diferentes trajetos de circulação subterrânea e sistemas aquíferos a diversas profundidades, sendo o aquífero hidromineral um exemplo.
- Recarga - efetua-se preferencialmente na zona alta interfluvial dos rios Dão e Mondego, favorecida pelos numerosos filões e fraturas de orientação N60°-80°E.
- Circulação - no seu percurso descendente a água atravessa um meio redutor, onde adquire as propriedades físico-químicas que a caracterizam. De acordo com a aplicação de geotermómetros, estima-se que o reservatório hidromineral esteja a uma profundidade de 2,5km, onde atinjirá temperatura da ordem dos 100°C, sendo o tempo de permanência relativamente curto.
- Descarga - o fluxo ascendente parece ser condicionado pela falha N60°-80°E. As inúmeras diaclases concorrem para a dispersão do fluido mesotermal com implicações sobre o quimismo e temperatura nas emergências, promovendo a mistura com águas freáticas e a diversificação dos trajetos efetuados.
Adaptado de Geoestudos, 1990
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Gammaproteobacteria e Betaproteobacteria.
Os valores de reads obtidos (sequências curtas resultantes da reação de sequenciamento e posterior leitura), na classificação taxonómica das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, com base na afiliação taxonómica por classe, apresentam uma distribuição em 6 classes, com média percentual (? ̅) maior ou igual a 0,22, ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018. Pela análise destes resultados, depreende-se que estas comunidades são principalmente constituídas por Gammaproteobacteria (81,53%) e Betaproteobacteria (14,91%). A classe Gammaproteobacteria é mais abundante na amostra F5 (93,11%), enquanto que Betaproteobacteria predomina na amostra F7 (26,73%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A classificação ao nível de género, por comparação entre as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), correspondentes aos anos hidrológicos de 2017 (F1 e F3) e de 2018 (F5 e F7), indica o mesmo padrão de distribuição entre as quatro amostras.
Estes resultados revelam assim estabilidade na constituição do hidrogenoma desta água, que se distribui maioritariamente pelos géneros Thiothrix e Thiovirga, ambos pertencentes à classe Gammaproteobacteria.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Thiothrix lacustris e Thiovirga sulfuroxydans. Estes microrganismos identificados são bactérias oxidantes de enxofre (Elena Chernousova, et al., 2009) (Tsukasa Ito, et al., 2005).
As amostras colhidas na primavera (F1-F5) apresentam menor diversidade das comunidades bacterianas do que as amostras colhidas no outono (F3-F7). A variação de OTUs de 80 a 269, que caracteriza esta água mineral natural, corresponde às amostras F1 e F3, entre as quais F1 apresenta menor riqueza específica (OTUs = 80), devido à presença dominante do género Thiothrix (78,49%), contrastante com a amostra F3, na qual as classes Alphaproteobacteria e Epsilonproteobacteria são mais predominantes, relativamente às outras amostras.