Felgueira

HM-01 - Felgueira

Termalismo

CONCESSÃO

Building

MORADA:
Caldas da Felgueira, 3525-201 Canas de Senhorim

LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Viseu
Concelho - Nelas

ÁREA DA CONCESSÃO:
60,00 ha

DATA DO CONTRATO:
18-09-1991

PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 1157/2001, DR 229, Série I-B, 02-10-2001

Concessionário

Companhia das Águas Medicinais da Felgueira, S.A.

Captação

AC3

Tipo

furo

SETOR DE ATIVIDADE

Termalismo

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Doenças do aparelho respiratório
Doenças reumáticas e músculo-esqueléticas
Room

CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA

Tipo de Água
Sulfúrea
Composição Principal
Bicarbonatada Sódica
Sulfúrea
Composição Secundária
Fluoretada
Sulfidratada
Mineralização
Fracamente Mineralizada
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS:
Data da analíse físico-química completa - 09/12/2014
Mineralização Total - 408 mg/L
pH - 8,3
Temperatura - 32,3 ⁰C
Condutividade Elétrica - 468 µS/cm
PROJETO HIDROGENOMA:
pH - 8,4
Temperatura emerg. - 35,0 ⁰C

GEOLOGIA

Localização

Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos hercínicos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.

01MAPA

Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010

UNIDADES GEOLÓGICAS:
  • Aluviões;
  • Granito monzonítico, predominantemente biotítico, porfiróide, de grão grosseiro;
  • Granito monzonítico, predominantemente biotítico, porfiróide, de grão médio a fino;
  • Filões de quartzo, por vezes brechificados.
TECTÓNICA:

N60°-80°E constitui a principal direção estrutural, materializada por uma falha de grande extensão, com movimentação esquerda e por diversas estruturas subparalelas de extensão assinalável e distantes entre si de 250m a 300m, e ainda por uma série de filões com preenchimento silicioso. Estas estruturas desempenham papel importante a nível hidrogeológico, funcionando como canais de fluxo preferencial das águas subterrâneas até à superfície.

Assinalam-se ainda: uma falha de orientação N40°-60°W que condiciona a orientação do vale de fratura no qual se instala a ribeira da Pantanha, e um sistema de diaclases com orientações preferenciais N10°-20°E e N15°-25°W.

 

CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO

01CARTA

 Adaptada da folha  17-C da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1962

HIDROGEOLOGIA

SISTEMA AQUÍFERO:

Suportado pela unidade granítica, fortemente diaclasada, com permeabilidade fissural, do tipo cativo, semi-confinado.

 

UNIDADES AQUÍFERAS:
  • Aluviões - depósitos de reduzida espessura, dispostos ao longo das principais linhas de água;
  • Granitos arenizados - camada areno-argilosa resultante da alteração do granito, de espessura muito irregular, dando localmente  origem, quer a aquíferos, quer a aquitardos;
  • Granitos fraturados - granito são, fraturado por ação da tectónica local, o que origina diferentes trajetos de circulação subterrânea e sistemas aquíferos a diversas profundidades, sendo o aquífero hidromineral um exemplo.
MODELO CONCEPTUAL DO SISTEMA AQUÍFERO:
  • Recarga - efetua-se preferencialmente na zona alta interfluvial dos rios Dão e Mondego, favorecida pelos numerosos filões e fraturas de orientação N60°-80°E.
  • Circulação - no seu percurso descendente a água atravessa um meio redutor, onde adquire as propriedades físico-químicas que a caracterizam. De acordo com a aplicação de geotermómetros, estima-se que o reservatório hidromineral esteja a uma profundidade de 2,5km, onde atinjirá temperatura da ordem dos 100°C, sendo o tempo de permanência relativamente curto.
  • Descarga - o fluxo ascendente parece ser condicionado pela falha N60°-80°E. As inúmeras diaclases concorrem para a dispersão do fluido mesotermal com implicações sobre o quimismo e temperatura nas emergências, promovendo a mistura com águas freáticas e a diversificação dos trajetos efetuados.
01MODELO

 Adaptado de Geoestudos, 1990

Estudo do Microbismo Natural

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---

Classes representativas: Gammaproteobacteria e Betaproteobacteria.

Os valores de reads obtidos (sequências curtas resultantes da reação de sequenciamento e posterior leitura), na classificação taxonómica das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, com base na afiliação taxonómica por classe, apresentam uma distribuição em 6 classes, com média percentual (? ̅) maior ou igual a 0,22, ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018. Pela análise destes resultados,  depreende-se que estas comunidades são principalmente constituídas por Gammaproteobacteria (81,53%) e Betaproteobacteria (14,91%). A classe Gammaproteobacteria é mais abundante na amostra F5 (93,11%), enquanto que Betaproteobacteria predomina na amostra F7 (26,73%).

01classe

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---

A classificação ao nível de género, por comparação entre as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), correspondentes aos  anos hidrológicos de 2017 (F1 e F3) e de 2018 (F5 e F7), indica o mesmo padrão de distribuição entre as quatro amostras.

Estes resultados revelam assim estabilidade na constituição do hidrogenoma desta água, que se distribui maioritariamente pelos géneros Thiothrix e Thiovirga, ambos pertencentes à classe Gammaproteobacteria.

HM01genero

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---

As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Thiothrix lacustris e Thiovirga sulfuroxydans. Estes microrganismos identificados são bactérias oxidantes de enxofre (Elena Chernousova, et al., 2009) (Tsukasa Ito, et al., 2005).

01

As amostras colhidas na primavera (F1-F5) apresentam menor diversidade das comunidades bacterianas do que as amostras colhidas no outono (F3-F7). A variação de OTUs de 80 a 269, que caracteriza esta água mineral natural, corresponde às amostras F1 e F3, entre as quais F1 apresenta menor riqueza específica (OTUs = 80), devido à presença dominante do género Thiothrix (78,49%), contrastante com a amostra F3, na qual as classes Alphaproteobacteria e Epsilonproteobacteria são mais predominantes, relativamente às outras amostras. 

 

HM01_viaveis

 

 

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