Fadagosa de Nisa
HM-02 - Fadagosa de Nisa
CONCESSÃO
MORADA:
Apartado 8, 6050-358 Nisa
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Portalegre
Concelho - Nisa
ÁREA DA CONCESSÃO:
74,88 ha
DATA DO CONTRATO:
18-09-1991
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 948/1992, DR 225, Série I-B, 29-09-1992
Concessionário
Câmara Municipal de Nisa
Captação
ACP4
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos hercínicos biotíticos, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Granito de Nisa - granito biotítico-moscovítico, porfiróide de grão muito grosseiro, com abundantes megacristais de plagioclase e feldspato potássico, cujas dimensões chegam a atingir cerca de 10cm x 2cm.
Não deformado e apenas afetado por fraturação tardi hercínica. Apresenta como característica um elevado teor em urânio.
As principais estruturas estão orientadas a N10o- 20oE e N50o- 60oE criando corredores onde o granito se encontra muito fraturado e alterado. Como direções secundárias destaca-se N10o- 20oW.
São numerosas as diaclases, quase sem preenchimento e com atitudes paralelas às principais direções estruturais.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 28-D da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1972
HIDROGEOLOGIA
Suportado por granito porfiróide de grão grosseiro, com permeabilidade fissural, em geral baixa. Estima-se uma profundidade do reservatório de cerca de 3000m e uma temperatura, estimada com base em geotermómetros do quartzo, de cerca de 80°C. Fluxo ascensional muito regular.
Aluviões - depósitos de reduzida espessura, dispostos ao longo das principais linhas de água.
Granitos arenizados - camada areno-argilosa resultante da alteração dos granitos, de espessura muito irregular, dando localmente origem, quer a aquíferos, quer a aquitardos.
Granitos fraturados - por ação da tectónica local, o que origina diferentes trajetos de circulação subterrânea e sistemas aquíferos a diversas profundidades.
O modelo conceptual do sistema hidromineral de Fadagosa de Nisa supõe a infiltração de fluidos meteóricos em zonas de permeabilidade vertical franca, que, após uma permanência mais ou menos longa em contacto com as rochas graníticas, volta a emergir em zonas de fratura.
O mecanismo de emergência é controlado pelas estruturas N10°-20°E, associadas às estruturas N50°-60°E, na interseção das quais estão criadas condições de permeabilidade das rochas graníticas que permitem a ascensão do recurso hidromineral.
Assinatura Hidrobiómica (espécies exclusivas)
F1: Leuconostoc pseudomesenteroides
F3: Deinococcus ficus
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Gammaproteobacteria e Epsilonproteobacteria.
Os valores obtidos na classificação taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, revelam uma distribuição em 7 classes (? ≥ 1,69%), com percentagens de reads (sequências) muito variáveis entre as três amostras analisadas. No entanto, considera-se que as classes predominantes nestas comunidades são Gammaproteobacteria (34,19%) e Epsilonproteobacteria (30,31%). Observa-se uma similaridade no perfil taxonómico das amostras colhidas no outono (F3-F7) que contrasta nitidamente com o perfil da amostra F5 colhida na primavera.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A classificação ao nível de género, considerando apenas as amostras F3-F7 comparáveis, correspondentes aos anos hidrológicos de 2017 (F3) e de 2018 (F7), aponta para a estabilidade microbiológica na composição do hidrogenoma desta água, apresentando os mesmos géneros representativos (Thiovirga e Sulfuricurvum), seguidos por Sphingobium, Thiothrix e Sulfuritalea, comuns nas duas amostras colhidas no outono. Na amostra F3 Sulfuricurvum é mais abundante que Thiovirga, destacando-se também os géneros Sulfurospirillum e Thiobacillus. Na amostra F7 Thiovirga é o mais representativo, apresentando também na sua composição os géneros Limnobacter e Thiomonas.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Sulfuricurvum kujiense, Thiovirga sulfuroxydans, Sphingobium xenophagum, Thiobacillus sajanensis, Sphingobium amiense, Sphingobium rhizovicinum, Thiobacillus thioparus, entre outras. Destes microrganismos identificados Sphingobium rhizovicinum, por exemplo, é uma bactéria capaz de tolerar [NaCl] = 3% (C.-C.Young, et al., 2008) e Thiobacillus thioparus de oxidar tiossulfato e enxofre elementar (Y Katayama, H Kuraishi, 1978).
A amostra F3 apresenta maior diversidade bacteriana do que F7, assim como maior número de espécies identificadas (OTUs), indicando maior riqueza específica, fundamentada pela maior representatividade das classes Epsilonproteobacteria (géneros Sulfuricurvum e Sulfurospirillum) e Alphaproteobacteria (género Sphingobium).