Corgas Largas
HM-25 - Corgas Largas
CONCESSÃO
MORADA:
Quinta da Salmoura - Cabanas, 2951-502 Quinta do Anjo
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Guarda
Concelho - Gouveia
ÁREA DA CONCESSÃO:
135,53 ha
DATA DO CONTRATO:
07-11-1997
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 530/2003, DR 153, Série I-B, 05-07-2003
Concessionário
Refecon Águas - Sociedade Industrial de Bebidas, S.A.
Captação
Fonte da Lua 1
Tipo
nascente
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo e Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
A ocorrência hidromineral das Corgas Largas situa-se numa zona de contacto entre as unidades:
- Granito monzonítico porfiróide de grão grosseiro, ou grosseiro a médio, instalado em fase tardia da orogenia hercínica.
- Complexo Xisto-Grauváquico do Neoproterozóico-Câmbrico, metamorfizado pela intrusão do granito e representado nesta zona por corneanas e xistos mosqueados.
Na área da concessão ocorrem ainda alguns depósitos superficiais de fraca expressão:
- Depósitos de fundo de vale.
- Depósitos de vertente - de espessura inferior a 1m.
As direções de fratura dominantes, a nível regional, estão orientadas segundo NE-SW, NW-SE e N-S.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 17D da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1966
HIDROGEOLOGIA
O sistema aquífero hidromineral desenvolve-se em rochas graníticas e em corneanas resultantes do metamorfismo de contacto, com permeabilidade fissural, de circulação pouco profunda e tempo de residência curto. Tem características de sistema livre a semi-livre.
A sequência vertical é típica de rochas compactas fissuradas - rochas graníticas e corneanas. Deste modo, a uma cobertura de alterito pouco espessa, segue-se o maciço de rocha alterada com permeabilidade mista e de rocha sã, ou pouco alterada, com permeabilidade fissural dominante.
A precipitação e, sobretudo, o degelo na encosta declivosa situada a montante da área da concessão, favorecem uma circulação hídrica superficial quase permanente e, consequentemente, uma recarga regular dos sistemas aquíferos subterrâneos. Destaca-se o papel dos depósitos de vertente que, apesar da sua reduzida espessura, funcionam como retentores da infiltração e regularizadores do degelo.
A água infiltrada alcançará profundidades de algumas dezenas de metros, aproveitando as descontinuidades estruturais resultantes da tectónica local. O fluxo subterrâneo far-se-á no sentido genérico de SE para NW, tal como a direção privilegiada da drenagem superficial.
Os gradientes elevados, condicionados pelos declives acentuados das encostas a montante, favorecem uma descarga do sistema hidromineral com caudais em artesianismo bastante regulares.
Assinatura Hidrobiómica (espécies exclusivas)
F3: Deinococcus geothermalis
F7: Enterobacter aerogenes
Serratia marcescens
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Clostridia, Nitrospira e Betaproteobacteria.
A composição taxonómica por classe, das comunidades bacterianas identificadas nesta água hipossalina, revela a presença maioritária de 3 classes (?̅ ≥ 10,38%) e uma percentagem significativa sem classificação (16,79%). A amostra F5, destaca-se por ser a única a não apresentar as classes Nitrospira, Deltaproteobacteria e Alphaproteobacteria, afastando-se mais do padrão de distribuição das outras amostras, apresentando a classe Clostridia com a maior representatividade (29,14%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
No que respeita à classificação ao nível de género, os resultados obtidos para as amostras F1-F5 (primavera) mostram grande variabilidade entre si. Por outro lado, o perfil taxonómico das amostras F3-F7 (outono) indica a prevalência dos géneros Thermodesulfovibrio e Pelotomaculum em ambas as amostras.
Os géneros mais representativos deste hidrogenoma, apesar da elevada percentagem de reads (sequências) sem classificação nas quatro amostras, são Pelotomaculum, Moorella e Haliangium.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Caldithrix palaeochoryensis, Candidatus Tammella caduceiae, Chondromyces pediculatus, Moorella glycerini, Pelotomaculum isophthalicicum, Pseudomonas azotoformans, Thermogemmati sporafoliorum e Thermodesulfovibrio thiophilus. Destes microrganismos identificados Chondromyces pediculatus pode produzir metabolitos com propriedades antifúngicas (Inoue, H., et al.,2009) e a espécie Pseudomonas azotoformans pode produzir calcite bacteriana (Nonakaran, S., et al., 2015), o que poderá contribuir para a dureza desta água.
A diversidade das comunidades bacterianas é maior na primeira e última amostras colhidas (F1 e F7). Os valores de OTUs totais que caracterizam esta água mineral natural, variam de 206 a 331, verificando-se que as amostras F3-F7 (outono) apresentam maior riqueza específica do que F1-F5 (primavera), devido à presença mais elevada dos géneros predominantes (com valores > 100 hits), Thermodesulfovibrio, Halliangium, Gallionella, Chondromyces e Candidatus Phytoplasma.