Caldas e Fonte Santa
HM-08 - Caldas e Fonte Santa
CONCESSÃO
MORADA:
Calçada de Santana, 180, 1169-062 Lisboa
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Guarda
Concelho - Manteigas
ÁREA DA CONCESSÃO:
81,00 ha
DATA DO CONTRATO:
20-07-1993
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 143/2001, DR 52, Série I-B, 02-03-2001
Concessionário
Fundação INATEL
Captação
AC2
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos hercínicos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
- Aluviões atuais, constituídos por areias e outros materiais detríticos.
- Depósitos fluvio-glaciários de idade plistocénica, constituídos por calhaus de dimensão variada, conjuntamente com detritos finos.
- Granito calco-alcalino, biotítico, porfiróide, de grão grosseiro, tardi a pós-orogénico.
- Granito não porfiróide, de grão médio, ou médio a fino, sin-tectónico.
- Filões de quartzo.
- Filões de rochas básicas.
A principal estrutura tectónica responsável pela emergência do recurso hidromineral é o sistema de falhas de Manteigas que faz parte do acidente tectónico maior de Manteigas-Vilariça-Bragança com um longo historial de movimentação tectónica, que origina uma densa rede de fraturas conjugadas, orientados segundo NNE-SSW e NNW-SSE.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada das folhas 17D e 20B da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1966 e 1975
HIDROGEOLOGIA
Suportado por granito porfiróide de grão grosseiro, muito fraturado, com permeabilidade média do tipo fissural.
- Depósitos recentes - aluviões e depósitos fluvio-glaciares, muito descontínuos, com permeabilidade elevada do tipo intersticial.
- Granito alterado - camada de alteração superficial do maciço granítico, de espessura variável.
- Granito fissurado - constitui o sistema aquífero hidromineral.
O recurso hidromineral tem origem nas águas meteóricas que, a partir dos pontos mais elevados do relevo circundante, escorrem ao longo de vertentes vigorosas, infiltrando-se essencialmente nas zonas aplanadas mais baixas e preferencialmente nas zonas em que o granito se encontra mais alterado, ou fraturado.
A circulação subterrânea ao longo do sistema de falhas profundas existente, permite que o reservatório atinja a profundidade estimada de cerca de 2,6km, onde terá uma temperatura, também estimada, entre 79°C e 89°C.
A ascensão é facilitada pela fraturação associada à falha de Manteigas, presumindo-se que seja rápida, o que impede o reequilíbrio da temperatura, pelo que a emergência se dá em nó tectónico NNE-SSW/NNW-SSE com temperatura de cerca de 47°C.
Assinatura Hidrobiómica (espécies exclusivas)
F5: Alcanivorax venustensis
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Betaproteobacteria e Clostridia.
A composição das comunidades bacterianas desta água sulfúrea por atribuição taxonómica de classe, apresenta uma distribuição em 9 classes (?̅ ≥ 4,44%), sendo marcada pela elevada percentagem de reads (sequências) sem classificação (34,59%), no entanto, pode-se inferir que a classe Betaproteobacteria (11,30%) é predominante nestas comunidades bacterianas, seguida por Clostridia (10,81%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A classificação taxonómica ao nível de género, revela uma percentagem de reads sem classificação elevada em todas as amostras, corroborando os resultados anteriores por classe. Os géneros Halanaerobacter e Candidatus Methylacidiphilum (presentes em F1, F3 e F7), são os mais representativos. No entanto, na amostra F5 são predominantes os géneros Desulfobulbus e Thermodesulfovibrio (presente também em F1), enquanto que na amostra F7 é mais abundante o género Thiobacillus. Os géneros Thermus (também presente em F1) e Treponema estão representados nas duas amostras colhidas no outono (F3-F7).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Halanaerobacter chitinivorans, Treponema zioleckii, Edaphobacter modestus, Desulfobulbus elongatus, Ectothiorhodospira haloalkaliphila, Thiobacillus thioparus, Desulfomonile tiedjei, Clostridium tepidiprofundi, Chlorobaculum limnaeum, entre outras. Destes microrganismos Halanaerobacter chitinivorans e Ectothiorhodospira haloalkaliphila são halófilas, capazes de viver em ambientes com elevada concentração de sal (Liaw HJ e Mah RA, 1992) (Johannes F. Imhoff, 2006). A espécie Chondromyces pediculatus, produz metabolitos secundários relacionados com atividade antifúngica (Brigitte Kunze, et al., 2008).
A diversidade das comunidades bacterianas é menor nas amostras colhidas no outono (F3-F7) do que nas amostras colhidas na primavera (F1-F5). Os valores de OTUs obtidos variam de 127 a 372, entre as amostras F1-F7 e F3. A riqueza específica é maior na amostras F3 e menor na primeira (F1) e última (F7) amostras.