Caldas do Gerês
HM-31 - Caldas do Gerês
CONCESSÃO
MORADA:
Praça dos Lavadores, 200, 4460-302 Senhora da Hora
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Braga
Concelho - Terras de Bouro
ÁREA DA CONCESSÃO:
135,00 ha
DATA DO CONTRATO:
07-10-1998
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 958/1999, DR 254, Série I-B, 30-10-1999
Concessionário
Empresa das Águas do Gêres, S.A.
Captação
Forte
Tipo
nascente
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos biotíticos, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
O suporte geológico das ocorrências hidrominerais das Caldas do Gerês é o granito do Gerês, uma das fácies graníticas que constituem o maciço granítico pós-tectónico da Peneda-Gerês. Todas as fácies correspondem a granitos biotíticos, caracterizando-se o granito do Gerês por apresentar textura porfiróide e grão grosseiro, ou grosseiro a médio. O maciço granítico encontra-se profusamente fraturado, estando muitas das fraturas preenchidas por filões de quartzo e de rochas básicas. No vale do rio Gerês encontram-se alguns depósitos aluvionares relacionados com a dinâmica fluvial deste rio.
Destaca-se, pela sua extensão e linearidade, o acidente Gerês-Lobios com orientação geral N17°E que corresponde a uma estrutura com atividade neotectónica. Deu origem a um vale de fratura, profundamente encaixado, que recorta o maciço granítico da Serra do Gerês e por onde corre o rio Gerês. É na vertente oriental deste vale que se situam as emergências hipertermais das Caldas do Gerês. Cortando esta estrutura, desenvolvem-se outros sistemas de fraturas cujas direções mais representativas são: NNW-SSE, NW-SE e ainda E-W.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada das folhas 5B e 6A da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1974, 1982
HIDROGEOLOGIA
Desenvolve-se a profundidade elevada em rochas graníticas muito fraturadas por ação da falha de Gerês-Lobios. A permeabilidade, de tipo fissural, é elevada e acrescida devido à presença de numerosos filões de quartzo transversais ao acidente principal. A ascensão é facilitada pela barreira hidrogeológica criada por filões de rocha básica alterada.
Tal como nos maciços graníticos em geral, também nas Caldas de Gerês coexistem diversas unidades aquíferas sobrepostas e intercomunicantes entre si:
- Uma unidade aquífera superficial de águas frias e pouco mineralizadas que circulam nas aluviões e nas camadas superficiais de terra vegetal.
- Uma unidade intermédia coincidente com a zona superficial de alteração do maciço granítico, onde circula uma mistura das águas superficiais com as águas mais profundas e mineralizadas.
- Uma unidade profunda com permeabilidade fissural associada à fraturação do maciço granítico pouco alterado a são, onde circula o recurso hidromineral mineralizado e de temperatura elevada.
A água hipertermal das Caldas do Gerês tem origem nas águas meteóricas que se infiltram na serra do Gerês ao longo da rede hidrográfica, em grande parte, associada a fraturas de extensão regional que recortam o maciço granítico que constitui esta serra. As fraturas profundas promovem a infiltração e circulação da água a profundidades elevadas, o que conduz, não só a um incremento na mineralização, mas também ao aumento da sua temperatura.
A ascensão e emergência do recurso hidromineral dá-se devido a condições hidráulicas favoráveis, mantendo uma temperatura relativamente elevada, por comparação com a temperatura das águas superficiais.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Betaproteobacteria e Nitrospira.
Os valores obtidos na composição taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água bicarbonatada, indicam uma distribuição em 8 classes (?̅ ≥ 0,56%), revelando a presença maioritária das classes Betaproteobacteria (75,92%), seguida por Nitrospira (10,46%), cuja representatividade é nitidamente menor na primeira amostra colhida (F1), comparativamente com as restantes, com uma percentagem de 0,73%.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
a classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que o hidrogenoma desta água mostra alguma estabilidade na sua composição, apesar de apresentar percentagens significativas de reads (sequências) sem classificação para este grupo taxonómico. Observa-se a predominância do género Methyloversatilis nas quatro amostras, seguido por Thermodesulfovibrio (nas amostras F3, F5 e F7). As amostras F3-F7 apresentam uma composição semelhante ao nível dos géneros mais representativos (Methyloversatilis e Thermodesulfovibrio), nas quais Thiobacillus marca também presença, o que permite caracterizar com robustez este hidrogenoma.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Methyloversatilis universalis, Thermodesulfovibrio aggregans, Thiobacillus sajanensis, Thermodesulfovibrio thiophilus e Thauera selenatis. Destes microrganismos identificados, os que pertencem ao género Thermodesulfovibrio são bactérias termofílicas (temperatura ótima de crescimento de 55 a 60◦C) e redutoras de sulfato (Yuji Sekiguchi, et al., 2008).
A diversidade das comunidades bacterianas é maior nas amostras F3 e F5, verificando-se que o aumento do índice de Shannon-Wiener acompanha o aumento do número de OTUs, exceto em F5. Os valores de OTUs totais que caracterizam esta água bicarbonatada, variam de 80 a 304, entre as amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017. O aumento da riqueza específica na amostra F3, deve-se à maior representatividade da classe Nitrospira (género Thermodesulfovibrio) nesta amostra.