Caldas do Cró
HM-46 - Caldas do Cró
CONCESSÃO
MORADA:
Praça da República, 6324-007 Sabugal
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Guarda
Concelho - Sabugal
ÁREA DA CONCESSÃO:
51,80 ha
DATA DO CONTRATO:
28-03-2001
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 291/2005, DR 57, Série I-B, 22-03-2005
Concessionário
Câmara Municipal de Sabugal
Captação
ACP2
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
A litologia predominante na área da concessão é um granito monzonítico porfiróide de grão grosseiro, ou grosseiro a médio. São frequentes as rochas filonianas de quartzo, como é o caso do grande filão de extensão quilométrica que atravessa a zona das termas na direção NE-SW. São ainda de assinalar as rochas filonianas pegmatíticas e aplito-pegmatíticas que preenchem as frequentes fraturas do maciço granítico. Alguns depósitos aluvionares de fraca espessura preenchem o vale da ribeira do Boi.
Esta região apresenta intensa fraturação que condicionou a instalação da rede hidrográfica, a qual se dispõe segundo as principais direções estruturais, ou seja, NNE-SSW, NE-SW e W-E. Grande parte das fraturas encontra-se preenchida por filões pegmatíticos e aplito-pegmatíticos. As ações tectónicas relacionadas com a orogenia alpina levaram à instalação de filões hipotermais de quartzo.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 18C da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1963
HIDROGEOLOGIA
Desenvolve-se em meio granítico fraturado, com circulação fissural profunda, o que permite a aquisição da sulfuração que caracteriza este recurso hidromineral.
A unidade granito porfiróide de grão grosseiro a médio, muito fraturado, desenvolve uma permeabilidade secundária elevada.
As zonas superficiais do maciço granítico alterado fornecem aquíferos descontínuos, de permeabilidade muito variável.
Os depósitos aluvionares têm fraca expressão, pelo que não têm interesse do ponto de vista hidrogeológico.
A recarga dar-se-á por infiltração de águas meteóricas na bacia hidrográfica da ribeira de Boi. As falhas profundas que cortam o maciço granítico permitem que a circulação atinja profundidades elevadas, onde, os processos de interação com as rochas graníticas, conjugados com o tempo de residência, proporcionam a mineralização característica deste recurso hidromineral. A emergência dá-se em "nó tectónico" de estruturas de direção NNE-SSW com as conjugadas de direção W-E.
Assinatura Hidrobiómica* (espécies exclusivas)
F7: Mycoplasma sualvi
*hidrogenoma consolidado
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Betaproteobacteria, Gammaproteobacteria e Epsilonproteobacteria.
A composição taxonómica por classe destas comunidades bacterianas, indica uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 1,01%) ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, das quais Betaproteobacteria (30,89%), Gammaproteobacteria (27,61%) e Epsilonproteobacteria (25,70%) são as mais abundantes. Contudo, existe um variação significativa na representatividade destas classes em cada uma das amostras, apresentando valores de desvio padrão elevados (∼30).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que este hidrogenoma apresenta uma distribuição em géneros muito variável entre as quatro amostras. Os géneros que caracterizam as comunidades bacterianas desta água sulfúrea são essencialmente Thiovirga (em F5 e F3-F7), Thiothrix (em todas as amostras), Sulfuritalea (em F1 e F3-F7) e Sulfuricurvum (em F1-F5 e F3). Assim como, Denitratisoma (presente em F1 e F3), Methyloversatilis (presente em F1 e F3) e Propionivibrio (em F1 e F7). Nas amostras F1 e F7 a percentagem de reads (sequências) sem classificação é mais elevada do que nas amostras F3 e F5.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Sulfuricurvum kujiense, Thiothrix caldifontis, Thiovirga sulfuroxydans, Thiomonas intermedia, Arcobacter skirrowii, Methyloversatilis universalis e Denitratisoma oestradiolicum. A maior parte destes microrganismos identificados estão relacionados com a metabolização do enxofre.
A diversidade das comunidades bacterianas é maior na primeira (F1) e última (F7) amostras. Os valores de OTUs totais que caracterizam esta água mineral natural variam de 123 a 365, nas amostras F5 e F7 do ano hidrológico de 2018, verificando-se um padrão semelhante entre as amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017. A riqueza específica é maior nas amostras F3-F7 (outono), comparativamente com as amostras F1-F5 (primavera), fundamentada pela maior representatividade da classe Gammproteobacteria (géneros Thiovirga e Thiothrix) nas amostras da época do outono.