Caldas de Vizela
HM-68 - Caldas de Vizela
CONCESSÃO
MORADA:
Rua das Termas, 37, 4815-416 Caldelas de Vizela
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Braga
Concelho - Vizela
ÁREA DA CONCESSÃO:
54,00 ha
DATA DO CONTRATO:
16-09-2011
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 91/2019, DR 59, Série I, 25-03-2019
Concessionário
Companhia dos Banhos de Vizela, S.A.
Captação
GO-01
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo e Geotermia
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
- Depósitos aluvionares - de natureza arenosa e silto-argilosa, por vezes com calhaus.
- Granito de Guimarães e Santo Tirso - granito biotítico, porfiróide, de grão grosseiro, tardi-orogénico. Em geral muito fraturado e com diferentes níveis de alteração, por vezes muito arenizado e caulinizado.
Dois importantes sistemas de falhas rejogaram nos diversos episódios tectónicos que afetaram a região, podendo alguns deles permanecer ativos na atualidade. O primeiro tem orientação preferencial NNW-SSE. Com esta direção ocorre a falha de Vizela. O segundo sistema de falhas tem orientação NE-SW a NNE-SSW. Ocorrem ainda diversos sistemas de diaclases, quase sempre sem preenchimento, sendo dominantes as direções N15°±5°W e N70°±10°E, ambas subverticais.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 9B Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1986
HIDROGEOLOGIA
Granítico, com origem estimada a profundidades da ordem dos 3000m a 3300m, com permeabilidade fissural e artesianismo repuxante, o que origina elevadas pressões nas captações. A falha de Vizela, de direção NNW-SSE, conjuntamente com as suas conjugadas de direção NE-SW, são as principais estruturas responsáveis pelo apreciável número de nascentes termais existentes na concessão das Caldas de Vizela.
Coexistem dois tipos de sistemas aquíferos:
Um sistema aquífero de águas superficiais - constituído pela camada superficial de granito arenizado e pela cobertura aluvionar dos vales das linhas de água, com permeabilidade intersticial variável e produtividade, em geral, baixa.
O sistema aquífero hidromineral - suportado por granito biotítico porfiróide, de grão grosseiro, em geral muito fraturado pela existência de acidentes tectónicos mais ou menos profundos que funcionarão, quer como condutas permeáveis que permitem uma rápida ascensão do recurso, quer como barreiras impermeáveis, possibilitando a existência de blocos de permeabilidade e produtividade variáveis.
As águas de origem meteórica infiltram-se nas zonas de cotas mais baixas, preferencialmente nas áreas mais arenizadas e fraturadas do maciço granítico. Os sistemas de falhas presentes permitem que as águas atinjam profundidades elevadas, promovendo também longos tempos de residência, o que permite que adquiram mineralização e altas temperaturas. Os mesmos acidentes tectónicos facilitam a rápida ascensão das águas mineralizadas que mantêm elevada temperatura à superfície.
Assinatura Hidrobiómica (espécies exclusivas)
F3: Porphyromonas bennonis
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Thermodesulfobacteria e Deinococci.
A composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, indica uma distribuição em 8 classes (?̅ ≥ 3,56%) ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, entre as quais Thermodesulfobacteria (39,17%) e Deinococci (17,66%) têm presença maioritária. A classe Alphaproteobacteria tem apenas presença na primeira amostra colhida (F1), no entanto, apresenta uma percentagem de reads (sequências) significativa (45,49%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A composição taxonómica ao nível de género, analisando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), demonstra variabilidade nestas comunidades microbianas. Este hidrogenoma é caracterizado pela presença maioritária do género Thermodesulfatator, presente nas quatro amostras, com maior expressão em F5 (81,24%) e F3 (23,41%). O género Thermodesulfovibrio, embora com menor prevalência, está também presente em todas as amostras. O género Sphingobium tem uma percentagem de reads significativa (40,63%) em F1, seguido por Thermus (presente em F1 e F7) e Edaphobacter (presente em F1 e F3).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Sphingobium amiense, Edaphobacter modestus, Sphingobium cloacae, Acinetobacter rhizosphaerae, Halanaerobacter chitinivorans, Thermodesulfatator atlanticus, Meiothermus granaticius, Edaphobacter modestus, entre outras. Destes microrganismos identificados Meiothermus granaticius é uma espécie termofílica (cresce idealmente entre 45 e 50◦C) também identificada em furnas nos Açores (Luciana Albuquerque, et al., 2010).
A diversidade bacteriana é mais elevada nas amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017, tal como o número de espécies em relação a F5 e F7. Os valores de OTUs que caracterizam esta água mineral natural variam de 126 a 700, entre as amostras F5 e F1, verificando-se uma redução mais acentuada da riqueza específica na amostra F5.