Caldas de S. Jorge
HM-35 - Caldas de S. Jorge
CONCESSÃO
MORADA:
Apartado 135, 4524-909 Santa Maria da Feira
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Aveiro
Concelho - Santa Maria da Feira
ÁREA DA CONCESSÃO:
127,20 ha
DATA DO CONTRATO:
01-03-1999
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 292/2005, DR 57, Série I-B, 22-03-2005
Concessionário
Câmara Municipal de Santa Maria da Feira
Captação
SJ1
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona de Ossa-Morena - Faixa de cisalhamento de Porto-Tomar.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
As Caldas de S. Jorge integram-se numa complexa faixa metamórfica com direção geral NNW-SSE - a faixa de cisalhamento de Porto-Tomar - que se inclui maioritariamente na Zona de Ossa-Morena contactando, localmente, a oriente, com a Zona Centro-Ibérica. A nível litológico apresenta elevada complexidade, aflorando as seguintes unidades na área da concessão:
- Micaxistos granatíferos, paragnaisses e migmatitos, do Proterozóico.
- Xistos ardosíferos com intercalações de metassiltitos, do Ordovícico médio.
- Rochas graníticas hercínicas, sin-orogénicas, representadas por granito de duas micas de grão médio.
Esta área apresenta grande complexidade estrutural devido à sua localização na zona de cisalhamento que separa as zonas de Ossa-Morena e Centro-Ibérica. Evidenciam-se compartimentos morfotectónicos definidos pelo rejogo de dois sistemas de falhas orientados, respetivamente, a NNW-SSE e NNE-SSW. As falhas do primeiro exibem rejeitos verticais com grande expressão e encontram-se com frequência preenchidas por filões quartzosos, dos quais o Filão Metalífero das Beiras é um exemplo.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da base geológica da Carta de Depósitos Minerais do Norte - Geoportal LNEG
HIDROGEOLOGIA
Suportado por rochas graníticas de elevado grau de metamorfismo, com permeabilidade fissural.
Identificam-se dois sistemas de circulação subterrânea:
- Um, associado aos depósitos aluvionares do rio Uíma, que apresentam permeabilidade intersticial e por onde circulam águas superficiais de baixa mineralização.
- O outro, imediatamente por baixo, com permeabilidade do tipo fissural, desenvolve-se ao longo de falhas, fraturas e diaclases das formações graníticas e xistentas, onde circula água mineralizada de circuito mais lento e profundo.
A infiltração da água em profundidade é facilitada pela fraturação que afeta as diversas unidades litológicas. A circulação sujeita o recurso a variações de pressão e temperatura, que induzem interações água-rocha, provocando transformações que lhe conferem a assinatura hidrogeoquímica. A ascensão é facilitada pelas estruturas que afetam o maciço rochoso, salientando-se o Filão Metalífero das Beiras que, conjuntamente com as falhas que o seccionam, tem um papel preponderante na emergência do recurso hidromineral.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Gammaproteobacteria e Betaproteobacteria.
A composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, indica uma distribuição em 9 classes (?̅ ≥ 0,76%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, com prevalência das classes Gammaproteobacteria (34,63%) e Betaproteobacteria (31,14%), variáveis entre as amostras. Em primeiro lugar, a classe Gammaproteobacteria predomina nas amostras F3-F7 (outono), destacando-se na última amostra colhida (F7) com presença quase total (96,26%). Em segundo lugar, a classe Betaproteobacteria marca presença nas amostras F1-F5 (primavera), sendo pouco frequente na amostra F7 (0,92%). A classe Epsilonproteobacteria tem apenas representatividade nas amostras F3-F7 da época outono, contrastante com as da época primavera, para as quais não tem expressão.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que este hidrogenoma é caracterizado pela sua diversidade microbiológica, não havendo um padrão de distribuição em géneros entre as amostras desta água. Ressalta a presença maioritária do género Thiovirga (presente em F5 e F3-F7) e significativa representatividade dos géneros Thiomonas (em F1-F5 e F7), Sulfuritalea (com representação em todas as amostras), Arcobacter (com presença em F3-F7) e Acinetobacter (em F3).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Arcobacter marinus, Thiomonas intermedia, Acinetobacter rhizosphaerae, Propionis porahippei, Thiovirga sulfuroxydans, Acinetobacter oleivorans, Thiomonas perometabolis, Acinetobacter antiviralis e Denitratisoma oestradiolicum. Destes microrganismos Acinetobacter antiviralis, por exemplo, pode produzir metabolitos com propriedades antivirais (Jung-Sook Lee, et al., 2009).
A diversidade bacteriana é maior nas amostras F3 e F5, assim como o número de espécies identificadas. Esta água mineral natural é caracterizada pela variação de OTUs totais de 39 a 229, entre as amostras F7 e F3 colhidas no outono. A redução da riqueza específica na amostra F7, justifica-se pela presença quase absoluta do género Thiovirga. A amostra F3 apresenta maior riqueza específica, devido à presença dos géneros Arcobacter e Acinetobacter.