Caldas de Monchique

HM-06 - Caldas de Monchique

Termalismo e Engarrafamento

CONCESSÃO

Caldas de Monchique

MORADA:
Caldas de Monchique, 8550-232 Monchique

LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Faro
Concelho - Monchique

ÁREA DA CONCESSÃO:
50,00 ha

DATA DO CONTRATO:
16-12-1992

PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 238/2015, DR 156, Série I, 12-08-2015

Concessionário

Sociedade das Termas de Monchique II, Lda.

Captação

CHIC

Tipo

furo

SETOR DE ATIVIDADE

Termalismo e Engarrafamento

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Doenças do aparelho digestivo
Doenças do aparelho respiratório
Doenças reumáticas e músculo-esqueléticas
TIPO DE ÁGUA ENGARRAFADA:
Mineral natural lisa
Blue

CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA

Tipo de Água
Bicarbonatada
Composição Principal
Bicarbonatada Sódica
Composição Secundária
Tiossulfatada
Mineralização
Fracamente Mineralizada
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS:
Data da analíse físico-química completa - 23/11/2016
Mineralização Total - 350 mg/L
pH - 9,5
Temperatura - 31,6 ⁰C
Condutividade Elétrica - 465 µS/cm
PROJETO HIDROGENOMA:
pH - 9,5
Temperatura emerg. - 32,1 ⁰C

GEOLOGIA

Localização

Maciço subvulcânico de Monchique.

06MAPA

 

 Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010

UNIDADES GEOLÓGICAS:
  • Grupo do Flysch do Baixo Alentejo - representado pela Formação de Brejeira do Carbónico, constituída essencialmente por séries de  xistos e grauvaques.
  • Maciço subvulcânico de Monchique - de estrutura anelar, representado por sienitos nefelínicos, sienitos heterogéneos, brechas sieníticas e gabros.
  • Orla de metamorfismo de contacto - originada pela intrusão do maciço sienítico nos metassedimentos carbónicos, representada por corneanas de dureza elevada.
TECTÓNICA:

Destaca-se a Falha do Barranco do Banho de orientação NNE-SSW, com a qual está relacionada a emergência do recurso hidromineral das Caldas de Monchique.

O maciço sienítico de Monchique intruiu a série paleozóica do Grupo do Flysch do Baixo Alentejo, no final do Cretácico, estando a intrusão relacionada com uma mega estrutura de direção NNW-SSE que terá jogado em consequência da abertura do oceano Atlântico.

 

CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO

09CARTA

Adaptada de González-Clavijo & Valadares (2003)

HIDROGEOLOGIA

SISTEMA AQUÍFERO:

Sistema aquífero de origem profunda, suportado por sienito nefelínico do maciço subvulcânico de Monchique, com permeabilidade fissural e produtividade elevada. O recurso emerge na zona de falha que condicionou a modelação de um vale de fractura profundamente encaixado - o Barranco do Banho.

UNIDADES AQUÍFERAS:
  • Sistema local de circulação superficial - constituído por uma zona superficial de sienito arenizado por ação dos agentes meteóricos, e pela zona imediatamente subjacente de sienito fraturado por ação das forças de descompressão do maciço. Constitui um aquífero livre com permeabilidade intersticial.
  • Sistema profundo - suportado por sienito fraturado, por onde circula o recurso hidromineral.
MODELO CONCEPTUAL DO SISTEMA AQUÍFERO:

O recurso tem origem nas águas meteóricas infiltradas no topo da elevação da Picota, a elevação que constitui a parte oriental da serra de Monchique.

A circulação é favorecida pelas zonas mais alteradas e fraturadas do maciço sienítico e, na zona das Caldas de Monchique, pelos corredores de fraturação originados pela falha do Barranco do Banho. As águas, no seu percurso no interior do maciço, sofrem aquecimento e reações de interação água-rocha. Em consequência de levantamentos crustais recentes, é provável que haja ascensão de voláteis responsáveis pela sulfuração da água na forma de tiossulfato.

Estudo do Microbismo Natural

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---

Classe representativa: Betaproteobacteria.

Na composição taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água bicarbonatada, verifica-se uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 0,58%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, com elevada variabilidade de resultados entre as quatros amostras (valores de desvio padrão superiores à media), não permitindo validar estatisticamente esta composição. Porém, estas comunidades bacterianas são compostas principalmente por Betaproteobaceria (42,47%), predominante na amostra F5 (85,58%) e com menor expressão na amostra F1 (8,19%).

06CLASSE

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GENÉRO ---

A classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), revela a presença do género Thermodesulfovibrio em todas as amostras, com maior incidência na época do outono. Os géneros Sphingomonas e Thauera caracterizam as amostras colhidas na primavera, sendo substituídos pela presença de Gallionella, Sterobacterium e Methyloversatilis nas amostras colhidas no outono. É também percetível que nas amostras F3 e F7 a percentagem de reads (sequências) sem classificação é superior relativamente a F1 e F5.  

06GENERO

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---

As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Thermodesulfovibrio aggregans, Sphingomonas panni, Thermodesulfovibrio thiophilus, Parvibaculum lavamentivorans, Thauera mechernichensis, Methyloversatilis universalis, Dechloromonas hortensis. Destes microrganismos identificados Thauera mechernichensis e Dechloromonas hortensis podem ter aplicabilidade em processos de biorremediação de xenobióticos (Edzard Scholten, et al., 1999) (Artur Wolterink, et al., 2005).

06DIVERSIDADE

Os valores do índice de Shannon-Wiener são mais elevados na primeira (F1) e última (F7) amostras, para as quais a riqueza específica é menor. Os valores de OTUs que caracterizam esta água mineral natural, variam de 109 e 375, entre as amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017. O aumento da riqueza específica na segunda amostras (F3), deve-se à substituição do género Sphingomonas (predominante em F1 - 74,67%), por vários géneros (Gallionella, Thermodesulfovibrio, Sterolibacterium e Parvibaculum).

06VIAVEIS

 

 

 

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