Caldas de Monção
HM-40 - Caldas de Monção
CONCESSÃO
MORADA:
Monção, 4950-405 Monção
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Viana do Castelo
Concelho - Monção
ÁREA DA CONCESSÃO:
88,21 ha
DATA DO CONTRATO:
08-10-1999
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 225/2003, DR 61, Série I-B, 13-03-2003
Concessionário
Câmara Municipal de Monção
Captação
G01
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo e Geotermia
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos biotíticos, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Litologicamente, a zona das Caldas de Monção é dominada por rochas graníticas hercínicas por vezes cortadas por filões aplito-pegmatíticos e de quartzo. Sobre estas ocorrem sedimentos recentes que constituem terraços fluviais e aluviões associados à dinâmica do rio Minho.
Os principais sistemas de fraturação que afetam a região das Caldas de Monção consistem em desligamentos tardi-hercínicos, com as seguintes orientações preferenciais: ENE-WSW, WNW-ESE, NNE-SSW e NNW-SSE. O vale do Rio Minho corresponde provavelmente a uma depressão tectónica, com direção ENE-WSW. Presume-se que tenha atividade recente e que com ela estejam relacionadas as emergências do recurso hidromineral e geotérmico de Monção.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 1B da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1985
HIDROGEOLOGIA
O recurso hidromineral e geotérmico das Caldas de Monção emerge na margem esquerda do rio Minho, nos depósitos aluvionares que cobrem o maciço granítico subjacente, no interior do qual adquire a mineralização e a termalidade que o caracteriza. Trata-se de um sistema fraturado, de circulação profunda, confinado, emergente ao longo de um sistema de fraturas de orientação principal segundo ENE-WSW, a direção da provável falha ativa do vale do rio Minho.
As aluviões e terraços fluviais relacionados com a dinâmica do rio Minho e seus afluentes constituem sistemas aquíferos superficiais, livres, com permeabilidade intersticial dominante.
O maciço granítico subjacente fornece unidades aquíferas fraturadas, descontínuas, de circulação superficial, cuja permeabilidade depende do grau de alteração/fraturação do maciço rochoso.
Nas zonas de maior fraqueza estrutural, ou seja, ao longo de falhas ativas, ou de atividade mais ou menos recente, como é provavelmente o caso da falha do vale do rio Minho, as águas que circulam no interior do maciço granítico atingem profundidades elevadas onde adquirem mineralização e temperatura elevada.
A água das Caldas de Moção terá origem nas águas meteóricas que se infiltram a altitudes da ordem dos 350-475m. No percurso subterrâneo adquirem mineralização por processos de alteração e dissolução dos minerais que constituem o maciço rochoso que atravessam. O reservatório localiza-se a uma profundidade estimada de 3,6 km, atingindo-se aí uma temperatura, também estimada, de 110-120°C. Do reservatório, a água ascenderá preferencialmente através do sistema de falhas orientadas segundo a direção ENE-WSW.
Assinatura Hidrobiómica (espécies exclusivas)
F5: Vagococcus penaei
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Betaproteobacteria e Clostridia.
O resumo comparativo da classificação taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, apresenta uma distribuição em 7 classes (x̅ ≥ 2,54%) ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, na qual a classe Betaproteobacteria tem presença maioritária (59,94%), com valores na ordem dos 70% em ambas as amostras colhidas no outono (F3-F7). A classe Clostridia é a segunda mais representativa (16,17%), no entanto, apresenta variabilidade significativa (desvio padrão de 15,99%) entre as amostras, sendo predominante em F1 (33,84%). O perfil taxonómico da amostra F5 difere do perfil das outras amostras.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A classificação ao nível de género, analisando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), indica que o hidrogenoma desta água é caracterizado pela diversidade de géneros que variam em cada uma das amostras, apresentando também uma percentagem significativa de reads (sequências) sem classificação, menor na amostra F5. Na amostra F1, verifica-se a presença maioritária dos géneros Tepidanaerobacter, Thermodesulfovibrio e Propionivibrio, enquanto que em F5 predomina Thiofaba, Phycicoccus e Bradyrhizobium. Na amostra F3 os géneros mais frequentes são Sterolibacterium, Methyloversatilis e Ralstonia. Por fim, em F7 dominam os géneros Propionivibrio e Thiobacillus.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Methyloversatilis universalis, Propionivibrio limicola, Ralstonia detusculanense, Ralstonia pickettii, Leptotrichia buccalis, Thermodesulfovibrio aggregans e Acinetobacter tjernbergiae. Destes microrganismos identificados Propionivibrio limicola, por exemplo, é uma bactéria especializada na degradação de hidrocarbonetos aromáticos (Andreas Brune, et al., 2002) que poderá ter aplicabilidade em processos de biorremediação.
A diversidade das comunidades bacterianas é superior nas amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017, para as quais a variação de OTUs totais que caracteriza esta água mineral natural é de 87 a 340. O aumento acentuado da riqueza específica na amostra F3 colhida no outono, deve-se ao aumento da representatividade da classe Betaproteobacteria (géneros Sterolibacterium, Methyloversatilis e Ralstonia).