Caldas de Monção

HM-40 - Caldas de Monção

Termalismo e Geotermia

CONCESSÃO

Caldas de Monção

MORADA:
Monção, 4950-405 Monção

LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Viana do Castelo
Concelho - Monção

ÁREA DA CONCESSÃO:
88,21 ha

DATA DO CONTRATO:
08-10-1999

PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 225/2003, DR 61, Série I-B, 13-03-2003

Concessionário

Câmara Municipal de Monção

Captação

G01

Tipo

furo

SETOR DE ATIVIDADE

Termalismo e Geotermia

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Doenças do aparelho respiratório
Doenças reumáticas e músculo-esqueléticas
APLICAÇÕES DE GEOTERMIA:
Climatização do(s) balneário(s) termal(ais)
Águas quentes sanitárias
Aquecimento de piscina(s)
Swimming pool

CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA

Tipo de Água
Sulfúrea
Composição Principal
Bicarbonatada Sódica
Sulfúrea
Composição Secundária
Fluoretada
Mineralização
Fracamente Mineralizada
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS:
Data da analíse físico-química completa - 15/01/2019
Mineralização Total - 566 mg/L
pH - 7,5
Temperatura - 46,0 ⁰C
Condutividade Elétrica - 596 µS/cm
PROJETO HIDROGENOMA:
pH - 7,7
Temperatura emerg. - 47,0 ⁰C

GEOLOGIA

Localização

Zona Centro-Ibérica Série dos granitos biotíticos, tardi a pós-orogénicos.

40MAPA

 Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010

UNIDADES GEOLÓGICAS:

Litologicamente, a zona das Caldas de Monção é dominada por rochas graníticas hercínicas por vezes cortadas por filões aplito-pegmatíticos e de quartzo. Sobre estas ocorrem sedimentos recentes que constituem terraços fluviais e aluviões associados à dinâmica do rio Minho.

TECTÓNICA:

Os principais sistemas de fraturação que afetam a região das Caldas de Monção consistem em desligamentos tardi-hercínicos, com as seguintes orientações preferenciais: ENE-WSW, WNW-ESE, NNE-SSW e NNW-SSE. O vale do Rio Minho corresponde provavelmente a uma depressão tectónica, com direção ENE-WSW. Presume-se que tenha atividade recente e que com ela estejam relacionadas as emergências do recurso hidromineral e geotérmico de Monção.

 

CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO

40CARTA

 Adaptada da folha 1B da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1985

HIDROGEOLOGIA

SISTEMA AQUÍFERO:

O recurso hidromineral e geotérmico das Caldas de Monção emerge na margem esquerda do rio Minho, nos depósitos aluvionares que cobrem o maciço granítico subjacente, no interior do qual adquire a mineralização e a termalidade que o caracteriza. Trata-se de um sistema fraturado, de circulação profunda, confinado, emergente ao longo de um sistema de fraturas de orientação principal segundo ENE-WSW, a direção da provável falha ativa do vale do rio Minho. 

UNIDADES AQUÍFERAS:

As aluviões e terraços fluviais relacionados com a dinâmica do rio Minho e seus afluentes constituem sistemas aquíferos superficiais, livres, com permeabilidade intersticial dominante.

O maciço granítico subjacente fornece unidades aquíferas fraturadas, descontínuas, de circulação superficial, cuja permeabilidade depende do grau de alteração/fraturação do maciço rochoso.

Nas zonas de maior fraqueza estrutural, ou seja, ao longo de falhas ativas, ou de atividade mais ou menos recente, como é provavelmente o caso da falha do vale do rio Minho, as águas que circulam no interior do maciço granítico atingem profundidades elevadas onde adquirem mineralização e temperatura elevada.

MODELO CONCEPTUAL DO SISTEMA AQUÍFERO:

A água das Caldas de Moção terá origem nas águas meteóricas que se infiltram a altitudes da ordem dos 350-475m. No percurso subterrâneo adquirem mineralização por processos de alteração e dissolução dos minerais que constituem o maciço rochoso que atravessam. O reservatório localiza-se a uma profundidade estimada de 3,6 km, atingindo-se aí uma temperatura, também estimada, de 110-120°C. Do reservatório, a água ascenderá preferencialmente através do sistema de falhas orientadas segundo a direção ENE-WSW.

Estudo do Microbismo Natural

Assinatura Hidrobiómica (espécies exclusivas)

F5: Vagococcus penaei 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---

Classes representativas: Betaproteobacteria e Clostridia.

O resumo comparativo da classificação taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, apresenta uma distribuição em 7 classes ( ≥ 2,54%) ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, na qual a classe Betaproteobacteria tem presença maioritária (59,94%), com valores na ordem dos 70% em ambas as amostras colhidas no outono (F3-F7). A classe Clostridia é a segunda mais representativa (16,17%), no entanto, apresenta variabilidade significativa (desvio padrão de 15,99%) entre as amostras, sendo predominante em F1 (33,84%). O perfil taxonómico da amostra F5 difere do perfil das outras amostras.

40CLASSE

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---

A classificação ao nível de género, analisando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), indica que o hidrogenoma desta água é caracterizado pela diversidade de géneros que variam em cada uma das amostras, apresentando também uma percentagem significativa de reads (sequências) sem classificação, menor na amostra F5. Na amostra F1, verifica-se a presença maioritária  dos géneros Tepidanaerobacter, Thermodesulfovibrio e Propionivibrio, enquanto que em F5 predomina Thiofaba, Phycicoccus e Bradyrhizobium. Na amostra F3 os géneros mais frequentes são Sterolibacterium, Methyloversatilis e Ralstonia. Por fim, em F7 dominam os géneros Propionivibrio e Thiobacillus

40GENERO

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---

As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Methyloversatilis universalis, Propionivibrio limicola, Ralstonia detusculanense, Ralstonia pickettii, Leptotrichia buccalis, Thermodesulfovibrio aggregans e Acinetobacter tjernbergiae. Destes microrganismos identificados Propionivibrio limicola, por exemplo, é uma bactéria especializada na degradação de hidrocarbonetos aromáticos (Andreas Brune, et al., 2002) que poderá ter aplicabilidade em processos de biorremediação.

40DIVERSIDADE

A diversidade das comunidades bacterianas é superior nas amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017, para as quais a variação de OTUs totais que caracteriza esta água mineral natural é de 87 a 340. O aumento acentuado da riqueza específica na amostra F3 colhida no outono, deve-se ao aumento da representatividade da classe Betaproteobacteria (géneros Sterolibacterium, Methyloversatilis e Ralstonia).

 

40VIAVEIS

 

 

 

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