Caldas de Moledo
HM-32 - Caldas de Moledo
CONCESSÃO
MORADA:
Castelo de S. Tiago da Barra, 4900-360 Viana do Castelo
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Vila Real
Concelho - Peso da Régua
ÁREA DA CONCESSÃO:
50,01 ha
DATA DO CONTRATO:
16-10-1998
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 285/2005, DR 56, Série I-B, 21-03-2005
Concessionário
Turismo do Porto e Norte de Portugal, E.R.
Captação
AC1
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Rochas metassedimentares do Neoproterozóico-Câmbrico.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Na área da concessão das Caldas de Moledo ocorrem fundamentalmente rochas metassedimentares de natureza turbidítica do Complexo Xisto-Grauváquico representado, localmente, por metapelitos de cor cinzenta clara a escura, alternado com níveis metapsamíticos esbranquiçados. Intercalam alguns níveis de rochas calcossilicatadas. Ocorrem ainda com muita frequência filões e massas de aplito-pegmatitos. No vale do rio Douro são frequentes depósitos recentes de aluviões e de terraços fluviais.
O elemento estrutural dominante é o sistema de falhas de Penacova-Régua-Verin de orientação geral NNE-SSW, que será responsável pela circulação profunda e pela ascensão do recurso hidromineral. Outras estruturas de relevo, como o cisalhamento de Vigo-Régua e a falha do rio Douro, com orientações N135°E a N150°E, terão papel relevante, respetivamente, na recarga e na ascensão do recurso hidromineral. Toda a rede de drenagem local apresenta, frequentemente, sinais de controlo tectónico, com troços retilíneos, inflexões súbitas e paralelismos entre conjuntos de linhas de água.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 10C da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1967
HIDROGEOLOGIA
Caracteriza-se por um circuito hidrogeológico com recarga em zonas distantes, trajeto longo e profundo e tempo de residência elevado. Apresenta artesianismo repuxante em todas as perfurações já realizadas, pelo que se trata de um sistema confinado. A intensa fraturação local confere-lhe permeabilidade fissural elevada.
Na zona das Caldas de Moledo, coexistem 3 sistemas aquíferos sobrepostos e interrelacionados:
- Um sistema superficial, livre, com circulação de águas normais.
- Um sistema de profundidade intermédia, confinado, onde circulam também águas normais.
- Um sistema profundo, confinado, onde circula o recurso hidromineral.
A infiltração e recarga dar-se-ão preferencialmente a NW e WNW da concessão. O cisalhamento de Vigo-Régua terá papel fundamental não só na recarga, mas também na fase inicial do fluxo subterrâneo. A circulação a profundidades elevadas e o armazenamento profundo deverão estar associados à megaestrutura de Penacova-Régua-Verin, conjuntamente com a falha do rio Douro. As diversas fraturas com orientação NNE-SSW a NE-SW, paralelas e subparalelas ao acidente principal, serão as principais responsáveis pelo transporte dos fluidos profundos até à superfície.
Adaptado de Espinha Marques et. al. 2003
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Betaproteobacteria e Deltraproteobacteria.
A composição taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água mineral natural, indica uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 1,87%), com a presença principal de Betaproteobacteria (27,66%) e Deltaproteobacteria (24,34%), variando significativamente entre as amostras analisadas (desvios padrão ≥ 21,18). Nas amostras F1-F5 (primavera) a classe Deltaproteobacteria é a mais representativa, enquanto que nas amostras F3-F7 (outono) é a Betaproteobacteria, predominante na amostra F3 (85,44%), na qual a percentagem de reads (sequências) sem classificação é menor (1,73%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A composição taxonómica ao nível de género, por comparação das amostras F1-F5 e F3-F7, mostra que este hidrogenoma é caracterizado pelos géneros Desulfomonile e Ectothiorhodospira. Verifica-se que os valores apresentados são concordantes com os resultados ao nível de classe, observando-se na amostra F3 a predominância evidente dos géneros Rubrivivax e Comamonas (classe Betaproteobacteria). É visível um padrão de distribuição em géneros análogo por época. Nas amostras F1-F5 (primavera) destacam-se os géneros Desulfomonile e Ectothiorhodospira e, por sua vez, nas amostras F3-F7 (outono) destacam-se os géneros Rubrivivax, Ectothiorhodospira e Methyloversatilis.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Desulfomonile tiedjei, Ectothiorhodospira haloalkaliphila, Pelomonas saccharophila, Fervidobacterium pennivorans, Pseudomonas azotoformans, Clostridium tepidiprofundi, Thermodesulfovibrio aggregans e Sphingomonas asaccharolytica. Destes microrganismos identificados Fervidobacterium pennivorans é descrito como capaz de degradar polissacarídeos (Yong-Jik Lee, et al.,2015), o que poderá eventualmente relacionar-se com o tratamento de doenças de pele.
A diversidade das comunidades bacterianas é menor nas amostras F1 e F3 colhidas em 2017, entre as quais se verifica uma variação de OTUs de 56 a 303 que caracteriza esta água sulfúrea. O aumento acentuado da riqueza específica na amostra F3, deve-se à maior representação da classe Betaproteobacteria (85,44%).