Caldas de Carlão
HM-21 - Caldas de Carlão
CONCESSÃO
MORADA:
Candedo, 5090-011 Murça
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Vila Real
Concelho - Murça
ÁREA DA CONCESSÃO:
50,17 ha
DATA DO CONTRATO:
02-10-1996
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 89/2019, DR 59, Série I, 25-03
Concessionário
Empresa Termal de Caldas de Carlão, Lda.
Captação
AM2
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos hercínicos de duas micas sin-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
- Granitos hercínicos sin-orogénicos - granitos de duas micas, com tendência porfiróide, de grão médio a grosseiro.
- Complexo Xisto-Grauváquico (Grupo do Douro) - xistos micáceos, luzentes e mosqueados, com laminação fina paralela, alternando com metagrauvaques a metaquartzovaques, por vezes carbonatados (Formação Pinhão – Neoproterozóico-Câmbrico).
- Filões de aplito-pegmatito - muito frequentes na zona de contacto das unidades anteriores.
Destacam-se duas famílias de falhas que compartimentam a região num reticulado onde se instala a rede hidrográfica:
- A primeira tem direção NNE-SSW a NE-SW, com inclinação de 55°a 75° para NW.
- A segunda tem direção WNW-ESE, com inclinação de 55° a 75° para NNE.
A rede de drenagem orienta-se segundo estas direções, o que denota a influência tectónica na sua instalação.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 10B da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-2015
HIDROGEOLOGIA
Granítico fraturado, extenso e profundo, com elevado tempo de residência. Tem artesianismo positivo com caudais moderados a elevados.
- Granito alterado - funciona quer como aquífero poroso, quer como aquitardo, dependendo do grau de arenização local.
- Granito fraturado - com permeabilidade fissural.
- Xistos e grauvaques - de permeabilidade reduzida ou nula, funcionando, neste caso, como selante de unidades aquíferas subjacentes.
O sistema aquífero hidromineral das Caldas do Carlão tem origem nas águas meteóricas que se infiltram em pontos de cotas elevadas na região envolvente.
As águas circulam a profundidades médias e têm tempo de residência elevado, dado que são praticamente desprovidas de trítio. A circulação tanto superficial como subterrânea dá-se de preferência de NE para SW.
Várias emergências sob a forma de nascentes ocorrem na base da encosta norte do vale encaixado do rio Tinhela, próximo da zona de contacto entre xistos e granitos. Estão no geral associadas a zonas de interseção das duas famílias de falhas predominantes, caracterizadas por corredores de intensa fraturação.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Betaproteobacteria, Gammaproteobacteria e Alphaproteobacteria.
A composição taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, apresenta uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 0,59%), ao longo dos anos de 2017 e 2018, assinalando a presença maioritária de Betaproteobacteria (45,48%), predominante nas amostras colhidas na primavera F1 (90,95%) e F5 (81,48%). Estes resultados contrastam com os das amostras F3-F7 (outono), sendo Alphaproteobacteria predominante na amostra F3 (53,63%) e Gammaproteobacteria na amostra F7 (75,02%). Esta diferença aponta para um possível desequilíbrio na estrutura populacional, verificando-se em F3 maior percentagem de reads sem classificação (28,85%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação taxonómica ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera), verifica-se que os géneros mais representativos deste bacteroma são Sulfuritalea, Methyloversatilis e Thiobacillus, destacando-se nesta composição o género Sulfuritalea.
Por outro lado, ao comparar as amostras F3-F7 (outono), observa-se uma alteração na composição das comunidades microbianas. Enquanto que na amostra F3 predomina o género Methylobacterium, na amostra F7 domina Acinetobacter, não havendo estabilidade na composição do bacteroma entre estas amostras.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Acinetobacter johnsonii, Thiobacillus denitrificans, Thiobacillus sajanensis, Thiobacillus thioparus, Methylobacterium mesophilicum, Methylobacterium radiotolerans, entre outras. Destes microrganismos identificados Acinetobacter johnsonii, por exemplo, pode ter aplicabilidade em processos de biorremediação (Yan Jiang, et al., 2018).
As amostras F3-F7 (outono) apresentam maior diversidade bacteriana, comparativamente às amostras F1-F5 (primavera), entre as quais a riqueza específica é mais elevada na amostra F5, devido ao aumento da representatividade do género Thiobacillus, relativamente a F1. Os valores de OTUs que caracterizam esta água mineral natural, variam de 64 a 218 entre as amostras F1 e F3, aumentando a riqueza específica com a presença maioritária dos géneros Methylobacterium e Desulfomonile em F3.