Caldas das Murtas
HM-62 - Caldas das Murtas
CONCESSÃO
MORADA:
Alameda Teixeira de Pascoaes, 4600-011 Amarante
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Porto
Concelho - Amarante
ÁREA DA CONCESSÃO:
43,78 ha
DATA DO CONTRATO:
25-05-2007
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Publicitado
Aviso n.º 20346/2019, DR n.º 243, Série II, de 18-12-2019.
Concessionário
Câmara Municipal de Amarante
Captação
AC3
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos hercínicos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
- Cenozóico:
Aluviões - areias e cascalheiras atuais, preenchem as principais linhas de água.
- Rochas Graníticas:
Granito de Amarante - granito essencialmente biotítico, porfiróide, de grão grosseiro, pertencente à série dos granitos hercínicos tardi a pós-orogénicos.
- Rochas filonianas:
Filões de aplito-pegmatito,
Brechas graníticas soldadas por quartzo.
Evidenciam-se dois importantes sistemas de falhas:
- Um sistema de orientação NW-SE de que se destaca a falha de Amarante integrada numa estrutura de maiores dimensões - a zona de cisalhamento dúctil de Malpica-Lamego.
- Um sistema de orientação preferencial NE-SW de que se destaca a falha responsável pelo encaixe do rio Tâmega.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 10C da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50 000, LNEG-1967
HIDROGEOLOGIA
Suportado por granito biotítico, porfiróide, de grão grosseiro, com permeabilidade fissural, circulação profunda e artesianismo.
- Formações aluvionares - de permeabilidade intersticial, cobrem a unidade granítica nos vales das principais linhas de água.
- Zonas de granito alterado - muito descontínuas, com permeabilidade do tipo intersticial.
- Formação granítica sã - com permeabilidade fissural, tanto mais elevada quanto maior a proximidade aos acidentes tectónicos locais.
A recarga resulta da infiltração das águas meteóricas ao longo da bacia hidrográfica do rio Tâmega.
A circulação é profunda e a emergência dá-se em consequência dos acidentes tectónicos locais que funcionam, quer como agentes de percolação vertical criando zonas de permeabilidade no maciço granítico, quer como barreiras à sua dispersão.
As exsurgências naturais existentes nesta zona aparecem associadas à falha que condiciona o vale do rio Tâmega, numa faixa tectonizada com cerca de 1km de largura.
Assinatura Hidrobiómica (espécies exclusivas)
F3: Paenibacillus dendritiformis
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
A composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, indica uma distribuição em 8 classes (?̅ ≥ 3,54%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, entre as quais são predominantes Betaproteobacteria (35,15%), Gammaproteobacteria (16,34%) e Clostridia (11,71%), no entanto, estas três classes apresentam uma variabilidade significativa, com valores de desvio padrão elevados (de 43,41, 20,67 e 11,88, respetivamente). A classe Betaproteobacteria tem presença quase total na amostra F1 (95,35%), Gammaproteobacteria não está representada na amostra F3, na qual Clostridia é maioritária (27,04%) e, por outro lado, a classe Anaerolineae apenas tem presença significativa na amostra F5 (10,88%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
A classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), revela uma composição de géneros muito variável entre as quatro amostras analisadas.
Nas amostras F1-F5 os géneros predominantes não são os mesmos, destacando-se nestas comunidades bacterianas Ralstonia, Thiobacillus e Sulfuritalea.
Nas amostras F3-F7 marcam presença nas duas amostras os géneros Treponema e Tepidanaerobacter (também presentes em F1). O género Acinetobacter apenas tem presença maioritária em F7.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Bellilinea caldifistulae, Desulfomonile tiedjei, Desulfobulbus elongatus, Methyloversatilis universalis, Thiomonas intermedia, Treponema paraluiscuniculi, Tepidanaerobacter syntrophicus, Mycobacterium frederiksbergense, Ralstonia pickettii, Limnobacter litoralis, entre outras. Estes microrganismos identificados podem ter aplicabilidade em processos de biorremediação ou produzir metabolitos potencialmente bioativos.
A diversidade bacteriana e riqueza específica é menor na primeira amostra colhida (F1). Os valores de OTUs que caracterizam esta água mineral natural variam de 103 a 469, verificando-se menor riqueza específica nas amostra primeira (F1) e última (F7) amostras, devido à maior representatividade dos géneros Ralstonia (71,95% em F1) e Acinetobacter (35,80% em F7).