Caldas da Saúde
HM-44 - Caldas da Saúde
CONCESSÃO
MORADA:
Caldas da Saúde, 4784-907 Areias STS
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Porto
Concelho - Santo Tirso
ÁREA DA CONCESSÃO:
74,39 ha
DATA DO CONTRATO:
06-12-2000
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 80/2008, DR 27, Série II , 07-02-2008
Concessionário
Empresa das Caldas da Saúde, S.A.
Captação
AC1A
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
A área da concessão localiza-se numa zona onde predominam as rochas graníticas hercínicas tardi-orogénicas distinguindo-se, localmente, duas fácies monzograníticas: monzogranito biotítico, porfiróide, de grão grosseiro e monzogranito biotítico, porfiróide, de grão médio.
Na parte norte, as rochas graníticas estão cobertas por alguns depósitos aluvionares recentes associados à dinâmica do rio Pele.
A nível estrutural, esta zona é essencialmente afetada por um conjunto de estruturas frágeis resultantes das fases de fraturação tardi-hercínicas. A presença destas descontinuidades é evidenciada pela concordância com o traçado da rede de drenagem, destacando-se as direções NNE-SSW a ENE-WSW e NW-SE a NNW-SSE. A emergência das Caldas da Saúde parece estar condicionada pela fraturação de orientação NNW-SSE.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 9B da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1986
HIDROGEOLOGIA
Desenvolve-se em domínio granítico fraturado, com permeabilidade do tipo fissural, confinado a semi-confinado.
· Aluviões e zonas de alteração superficial do maciço granítico - dão origem a sistemas aquíferos descontínuos, de espessura muito variável, com permeabilidade do tipo intersticial, ou fissural, onde circulam águas frias, ácidas e de baixa mineralização.
· Formações graníticas pouco alteradas e fraturadas - constituem o suporte litológico do sistema aquífero hidromineral, cujo comportamento a nível de permeabilidade depende das condições de fraturação do maciço granítico.
O recurso hidromineral tem origem meteórica com altitude média de infiltração estimada em cerca de 450m. A infiltração processa-se ao longo da bacia hidrográfica do rio Pele, aproveitando as descontinuidades resultantes da densa rede de fraturação existente. A circulação subterrânea decorrerá preferencialmente segundo a direção de escoamento superficial, ou seja, de NE para SW.
Estima-se que o reservatório se situe a profundidades da ordem dos 1300m, onde a água mineral atingirá temperaturas da ordem dos 112°C. Na emergência a temperatura do recurso hidromineral ronda os 35°C.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classe representativa: Gammaproteobacteria.
A composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas presentes nesta água sulfúrea, demonstra uma distribuição em 5 classes (?̅ ≥ 0,23%) ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, assinalada pela predominância evidente da classe Gamaproteobacteria (91,56%) no conjunto das três amostras estudadas (F1, F3 e F7). A classe Betaproteobacteria tem presença maioritária na amostra F1 (9,88%) colhida na primavera, enquanto que nas amostras F3 e F7 colhidas no outono a percentagem de reads (sequências) é da ordem de 2%, em ambas as amostras.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação ao nível de género, comparando as amostras F1 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se alguma estabilidade microbiológica neste hidrogenoma, devido à presença maioritária do género Thiofaba em todas as amostras. Os géneros Thiofaba e Thiovirga apresentam valores percentuais em proporção semelhante nas amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017. Na amostra F7 a representatividade de Thiofaba é maior do que nas amostras anteriores, não estando representado na sua composição o género Thiovirga, surgindo Thiothrix com maior expressão.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Thiovirga sulfuroxydans, Ectothiorhodospira imhoffii e Thiothrix caldifontis. Estes 3 microrganismos identificados estão associados à capacidade de metabolizar o enxofre (Tsukasa Ito, et al., 2005) (Elena Chernousova, et al., 2009) (Marcus Tank, 2010).
A diversidade das comunidades bacterianas é mais elevada na amostra F1 e menor em F3, verificando-se que tende a apresentar um valor menor, quanto maior o valor de OTUs obtido. Esta água mineral natural é também caracterizada pela variação de OTUs totais de 97 a 166, entre as amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017. O aumento da riqueza específica na segunda amostra colhida (F3), deve-se à maior representatividade da classe Gammaproteobacteria (géneros Thiofaba, Thiovirga e Ectothiorhodospira) e do género Thiobacillus.
