Banho de Alcafache

HM-49 - Banho de Alcafache

Termalismo e Geotermia

CONCESSÃO

Banho de Alcafache

MORADA:
Rua do Balneário - Banhos de Alcafache, 3530-026 Alcafache

LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Viseu

ÁREA DA CONCESSÃO:
50,05 ha

DATA DO CONTRATO:
23-01-2002

PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 926/2009, DR 190, Série II, 30-09-2009

Concessionário

Termas Sulfurosas de Alcafache, S.A.

Captação

AC1

Tipo

furo

SETOR DE ATIVIDADE

Termalismo e Geotermia

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Doenças do aparelho respiratório
Doenças reumáticas e músculo-esqueléticas
APLICAÇÕES DE GEOTERMIA:
Climatização do(s) balneário(s) termal(ais)
Building

CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA

Tipo de Água
Sulfúrea
Composição Principal
Bicarbonatada Sódica
Composição Secundária
Carbonatada
Fluoretada
Sulfidratada
Mineralização
Fracamente Mineralizada
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS:
Data da analíse físico-química completa - 04/02/2015
Mineralização Total - 305 mg/L
pH - 8,3
Temperatura - 50,0 ⁰C
Condutividade Elétrica - 426 µS/cm
PROJETO HIDROGENOMA:
pH - 8,4
Temperatura emerg. - 51,0 ⁰C

GEOLOGIA

Localização

Zona Centro-Ibérica Série dos granitos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.

49mapa

 Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010

UNIDADES GEOLÓGICAS:

Granito de Alcafache - monzogranito biotítico-moscovítico, porfiróide, de grão médio tardi a pós-tectónico relativamente à 3ª fase de deformação varisca.

TECTÓNICA:

A intensa fraturação presente reflete a importância da estrutura principal responsável pela instalação do rio Dão (localmente com direção N50°-N60°E). Esta não apresenta caixa de falha assinalável, tratando-se de uma zona larga de alteração que condiciona, para além das emergências de Alcafache, outras no alinhamento regional desta estrutura (NE-SW). A grande intensidade de diaclasamento, maioritariamente subparalela à direção da estrutura principal, indicia fortemente a existência da mesma. São de assinalar ainda outras orientações de diaclasamento - N65°-70°E, N20°-40°W, NS e EW - que podem ser relevantes no contexto geral da circulação subterrânea.

 CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO

49CARTA

Adaptada da folha 17A da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-2009

HIDROGEOLOGIA

SISTEMA AQUÍFERO:

Pertence ao domínio hidrogeológico das águas minerais naturais sulfúreas da região das Beiras. Emerge na bacia hidrográfica do rio Dão, em granito porfiróide de grão médio, estando relacionado com as zonas de fratura originadas pela provável falha do rio Dão. A profundidade do reservatório confere-lhe temperatura elevada, que pode sofrer algum arrefecimento na ascensão, mantendo uma temperatura de emergência que ronda os 50°C.

UNIDADES AQUÍFERAS:

As características  geológicas, geomorfológicas e hidrogeológicas, determinam localmente a existência de dois sistemas aquíferos:

  • Sistemas aquíferos superficiais - livres, de águas normais pouco mineralizadas e de circulação superficial, com permeabilidade variável, instalados na zona de alteração das formações graníticas, com espessura muito  irregular.
  • Sistema aquífero hidromineral profundo - semiconfinado a confinado, com permeabilidade do tipo fissural, condicionada pelo grau de fraturação do granito.
MODELO CONCEPTUAL DO SISTEMA AQUÍFERO:

A zona de recarga parece situar-se nas zonas do Alto Dão e Alto Mondego, sendo que, após a infiltração em profundidade, as águas de origem meteórica enriquecem em mineralização e temperatura. A água de circulação subterrânea tem fluxo subvertical dominante na recarga e na ascensão, emergindo condicionada, quer pela falha do rio Dão, quer pela fracturação NW-SE que, localmente, parece ser dominante.

As nascentes primitivas que ocorrem no vale do rio Dão estão orientadas sensivelmente a N80°W, brotando das fendas de uma faixa de granito orientadas nesta direção.

49modelo

 Adaptado de Costa, 2012

Estudo do Microbismo Natural

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---

Classes representativas: Gammaproteobacteria e Betaproteobacteria.

A composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água sulfúrea, indica uma distribuição em 8 classes (?̅ ≥ 0,14%) ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, das quais Gammaproteobacteria (63,60%) é a mais abundante, seguida por Betaproteobacteria (30,39%). A classe Gammaproteobacteria predomina na amostra F3 (91,88%), enquanto que Betaproteobacteria predomina em F1 (74,79%).

49CLASSE

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---

Na classificação ao nível de género, por comparação das amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que este hidrogenoma é caracterizado maioritariamente pelos géneros Thiofaba, Methyloversatilis, Tepidimonas e Ectothiorhodospira.

Nas amostras F1-F5, ressalta em F5 o aumento da representatividade do género Thiofaba, a diminuição da expressão de Tepidimonas e a ausência de Methyloversatilis (presente nas outras 3 amostras) que deixa de ter expressão. Nas amostras F3 e F7, predominam os géneros Thiofaba, Methyloversatilis, Ectothiorhodospira e Thermodesulfovibrio.

49GENERO

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---

As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Ectothiorhodospira imhoffii, Tepidimonas ignava, Methyloversatilis universalis, Thermodesulfovibrio aggregans, Denitratisomao estradiolicum, Schlegelella aquatica, Thauera selenatis e Comamonas kerstersii. Destes microrganismos identificados Tepidimonas ignava, Thermodesulfovibrio aggregans e Schlegelella aquatica são bactérias termofílicas (C. Moreira, et al., 2000) (Yuji Sekiguchi, et al., 2008) (Yi-Ju Chou, et al., 2006).

49DIVERSIDADE

A diversidade das comunidades bacterianas é maior na primeira (F1) e última (F7) amostras colhidas. Os valores de OTUs totais que caracterizam esta água mineral natural variam de 110 a 246, correspondendo às amostras F1 e F3. O aumento da riqueza específica na amostra F3, deve-se à representatividade do género Thiofaba.

 

49VIAVEIS

 

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