Águas Santas do Vimeiro (Fonte Santa Isabel)

HM-58 - Águas Santas do Vimeiro (Fonte Santa Isabel)

Termalismo e Engarrafamento

CONCESSÃO

Imágem 1

MORADA:
Rua Joaquim Belchior, nº1, 2560-086 Maceira TVD

LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Lisboa
Concelho - Torres Vedras

ÁREA DA CONCESSÃO:
149,61 ha

DATA DO CONTRATO:
09-05-2005

PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 38/2018, DR 20, Série I, 29-01-2018

Concessionário

Empresa das Águas do Vimeiro, S.A.

Captação

EAV9

Tipo

furo

SETOR DE ATIVIDADE

Termalismo e Engarrafamento

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
Doenças da pele
Doenças do aparelho circulatório
Doenças do aparelho digestivo
Doenças do aparelho respiratório
TIPO DE ÁGUA ENGARRAFADA:
Mineral natural gaseificada
Mineral natural lisa
Water

CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA

Tipo de Água
Bicarbonatada
Composição Principal
Bicarbonatada-Cloretada Sódico-Cálcica
Mineralização
Mesossalina
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS:
Data da analíse físico-química completa - 04/09/2017
Mineralização Total - 1022 mg/L
pH - 7,1
Temperatura - 24,8 ⁰C
Condutividade Elétrica - 1280 µS/cm
PROJETO HIDROGENOMA:
pH - 7,1
Temperatura emerg. - 24,5 ⁰C

GEOLOGIA

Localização

Bacias Meso-Cenozóicas Bacia Lusitaniana.

58Bmapa

Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010

UNIDADES GEOLÓGICAS:

A área da concessão situa-se no bordo E da estrutura diapírica do Vimeiro, onde afloram as seguintes unidades do Jurássico Superior:

  • Arenitos, margas e argilas de Bombarral.
  • Calcários, arenitos margosos e margas de Miragaia.
  • Calcários do Vimeiro - calcários de cor cinzenta clara, por vezes fortemente bioclásticos, no geral maciços, mas podendo, localmente, apresentar-se carsificados.

Os calcários do Vimeiro contactam por falha com o Complexo evaporítico de Dagorda, de idade Triásico Superior-Jurássico Inferior, que constitui o núcleo da estrutura diapírica e que se encontra localmente coberto por aluviões e terraços fluviais.

TECTÓNICA:

A nível tectónico, a região é caracterizada por elevada complexidade estrutural devido à presença da estrutura diapírica do Vimeiro, uma estrutura originada pela ascensão de sedimentos evaporíticos da unidade de Dagorda através da cobertura mesozóica, deformando-a em estrutura anticlinal. Esta estrutura tem orientação geral NNE-SSW e forma sigmóide. O flanco SE possui inclinações entre 75°SE e 90°, enquanto que o flanco NW mostra inclinações mais suaves entre 30° e 45°NW.

Ocorrem ainda algumas  falhas de direção média NW-SE.

 

CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO

58bCARTA

Adaptada da folha 30A da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1996

HIDROGEOLOGIA

SISTEMA AQUÍFERO:

Desenvolve-se na unidade dos Calcários do Vimeiro, apresentando permeabilidade cársica e fissural e boas produtividades.

UNIDADES AQUÍFERAS:
  • As unidades de Bombarral e de Miragaia constituem aquíferos multicamada, com permeabilidade variável entre intersticial e fissural, e níveis confinados.
  • A unidade dos calcários do Vimeiro, de onde emerge o recurso hidromineral, apresenta permeabilidade cársica, ou fissural.
  • O Complexo evaporítico de Dagorda pela sua composição evaporítica (argilas gipsíferas e salíferas) tem comportamento de aquicluso, funcionando como barreira hidrogeológica impermeável.
MODELO CONCEPTUAL DO SISTEMA AQUÍFERO:

A zona de recarga poderá localizar-se em calcários do Jurássico Médio e Superior no Planalto das Cezaredas,  a cerca de 20km a NE do Vimeiro ou, eventualmente, a maior distância e a cotas mais elevadas na Serra de Montejunto localizada a E.

A circulação subterrânea dá-se no sentido NNE-SSW ao longo de formações calcárias, margosas e arenosas, estimando-se que possam atingir profundidades da ordem dos 2000m.

A descarga dá-se ao longo do flanco E do diapiro do Vimeiro no contacto por falha entre os Calcários do Vimeiro e o Complexo evaporítico de Dagorda, funcionando este como barreira hidrogeológica.

58BMODELO

Adaptado de Chaminé, H. et al. (2004)

Estudo do Microbismo Natural

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---

Classes representativas: Betaproteobacteria, Nitrospira e Alphaproteobacteria.

A composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água bicarbonatada, indica uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 4,11%) ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, entre as quais Betaproteobacteria (22,01%), Nitrospira (19,88%) e Alphaproteobacteria (15,35%) são as mais representativas. As classes Deltaproteobacteria (σ = 0,78) e Gammaproteobacteria (σ = 0,58), apresentam percentagens de reads (sequências) bastante estáveis entre as quatro amostras, revelando valores de desvio padrão menores que 1.

58BCLASSE

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---

A classificação taxonómica comparativa ao nível de género, revela que este hidrogenoma é caracterizado pela presença maioritária dos géneros Thermodesulfovibrio (presente em todas as amostras, predominando em F1), Zoogloea (presente nas amostras F3, F5 e F7, sendo mais frequente em F5) e Sphingomonas (com presença em F3 e F5, predominando em F3).

As amostras F1-F5 (primavera) apresentam maior abundância dos géneros Thermodesulfovibrio e Zoogloea, enquanto que nas amostras F3-F7 (outono) destacam-se outros géneros para além destes, nomeadamente Sphingomonas, Thermodesulfatator e Nitrospira.

58BGENERO

 

--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---

As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Zoogloea resiniphila, Thermodesulfovibrio aggregans, Sphingomonas wittichii, Thermodesulfatator atlanticus, Dechloromonas hortensis, Sphingomonas fennica, Chitinophaga soli, Thermodesulfovibrio thiophilus, Candidatus Scalindua brodae, Sphingomonas sanxanigenens, Phenylobacterium mobile, Chondromyces pediculatus e Nitrospira moscoviensis. Destes microrganismos identificados Chondromyces pediculatus, por exemplo, pode produzir metabolitos com ação antifúngica (Brigite Kunge, et al., 2008).

58BDIVERSIDADE

A diversidade bacteriana é mais elevada nas amostras F3 e F5, para as quais a riqueza específica é também maior. No geral, os valores de diversidade são elevados, apontando para a reduzida seletividade das comunidades bacterianas. Os valores de OTUs que caracterizam esta água mineral natural variam de 304 a 682, entre as amostras F1 e F5 (primavera). A menor riqueza específica na primeira amostra colhida (F1), deve-se à elevada representatividade do género Thermodesulfovibrio.

 

58BVIAVEIS

 

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