Águas Santas do Vimeiro (Fonte dos Frades)
HM-58 - Águas Santas do Vimeiro (Fonte dos Frades)
CONCESSÃO
MORADA:
Rua Joaquim Belchior, nº1, 2560-086 Maceira TVD
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Lisboa
Concelho - Torres Vedras
ÁREA DA CONCESSÃO:
149,61 ha
DATA DO CONTRATO:
09-05-2005
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria 38/2018, DR 20, Série I, 29-01-2018
Concessionário
Empresa das Águas do Vimeiro, S.A.
Captação
Fonte dos Frades 7 (FF7)
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Bacias Meso-Cenozóicas - Bacia Lusitaniana.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
A área da concessão situa-se no bordo E da estrutura diapírica do Vimeiro, onde afloram as seguintes unidades do Jurássico Superior:
- Arenitos, margas e argilas de Bombarral.
- Calcários, arenitos margosos e margas de Miragaia.
- Calcários do Vimeiro - calcários de cor cinzenta clara, por vezes fortemente bioclásticos, no geral maciços, mas podendo, localmente, apresentar-se carsificados.
Os calcários do Vimeiro contactam por falha com o Complexo evaporítico de Dagorda, de idade Triásico Superior-Jurássico Inferior, que constitui o núcleo da estrutura diapírica e que se encontra localmente coberto por aluviões e terraços fluviais.
A nível tectónico, a região é caracterizada por elevada complexidade estrutural devido à presença da estrutura diapírica do Vimeiro, uma estrutura originada pela ascensão de sedimentos evaporíticos da unidade de Dagorda através da cobertura mesozóica, deformando-a em estrutura anticlinal. Esta estrutura tem orientação geral NNE-SSW e forma sigmóide. O flanco SE possui inclinações entre 75°SE e 90°, enquanto que o flanco NW mostra inclinações mais suaves entre 30° e 45°NW.
Ocorrem ainda algumas falhas de direção média NW-SE.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 30A da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1996
HIDROGEOLOGIA
Desenvolve-se na unidade dos Calcários do Vimeiro, com permeabilidade cársica e fissural e boas produtividades.
- As unidades de Bombarral e de Miragaia constituem aquíferos multicamada, com permeabilidade variável entre intersticial e fissural, e níveis confinados.
- A unidade dos calcários do Vimeiro, de onde emerge o recurso hidromineral, apresenta permeabilidade cársica, ou fissural.
- O Complexo evaporítico de Dagorda pela sua composição evaporítica (argilas gipsíferas e salíferas) tem comportamento de aquicluso, funcionando como barreira hidrogeológica impermeável.
A zona de recarga poderá localizar-se em calcários do Jurássico Médio e Superior no Planalto das Cezaredas a cerca de 20km a NE do Vimeiro ou, eventualmente, a maior distância e a cotas mais elevadas na Serra de Montejunto localizada a E.
A circulação subterrânea dá-se no sentido NNE-SSW ao longo de formações calcárias, margosas e arenosas, estimando-se que possam atingir profundidades da ordem dos 2000m.
A descarga dá-se ao longo do flanco E do diapiro do Vimeiro no contacto por falha entre os Calcários do Vimeiro e o Complexo evaporítico de Dagorda, funcionando este como barreira hidrogeológica.
Adaptado de Chaminé, H. et al. (2004)
Assinatura Hidrobiómica* (espécies exclusivas)
F1: Azospirillum melinis
F5: Tenacibaculum skagerrakense
*hidrogenoma consolidado
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Betaproteobacteria e Alphaproteobacteria.
A composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água cloretada, indica uma distribuição em 6 classes (?̅ ≥ 2,05%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, entre as quais Betaproteobacteria (26,66%) e Alphaproteobacteria (24,63%) são as mais representativas. Na amostra F5, a classe Betaproteobacteria é predominante (42,26%), enquanto que na amostra F3 é Alphaproteobacteria (15,92%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação ao nível de género, comparando as amostras F3-F7 (outono), verifica-se uma percentagem significativa de reads (sequências) sem classificação (∼20%). Os géneros Gallionella, Thermodesulfovibrio, Nitrospira, Azoarcus e Candidatus Scalindua são comuns nestas duas amostras, embora com percentagens diferentes de assignação taxonómica.
Os géneros Gallionella, Azoarcus e Thermodesulfovibrio estão presentes no conjunto das três amostras analisadas (F3, F5 e F7), caracterizando este hidrogenoma.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Sphingobium amiense, Zoogloea resiniphila, Pseudomonas plecoglossicida, Sphingobium cloacae, Thermodesulfovibrio aggregans, Pseudomonas benzenivorans, Oxalobacter vibrioformis, Uliginosibacterium gangwonense, Pseudomonas entomofila, Pseudomonas parafulva, Thermodesulfovibrio thiophilus, Azoarcus evansii e Nitrospira moscoviensis. Destes microrganismos identificados Pseudomonas parafulva, por exemplo, foi alvo de estudo para a identificação de mecanismos de biocontrolo em plantas, apresentando potencial antibacteriano (D. Kakembo, 2019).
Os valores de diversidade bacteriana são elevados em todas as amostras (H’ > 2), apontando para uma reduzida seletividade das comunidades existentes nesta água mineral natural. Os valores de OTUs obtidos que caracterizam esta água variam de 391 a 625, entre as amostras F7 e F3, indicando uma redução da riqueza específica ao longo da colheita de amostras.