Águas de Vilarelho
HM-48 - Águas de Vilarelho
CONCESSÃO
MORADA:
Praça Camões, 5400-150 Chaves
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Vila Real
Concelho - Chaves
ÁREA DA CONCESSÃO:
50,86 ha
DATA DO CONTRATO:
11-10-2019
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Por fixar
Concessionário
Câmara Municipal de Chaves
Captação
ACP1-F3
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Termalismo e Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos hercínicos de duas micas, sin-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
A área da concessão é ocupada essencialmente por rochas graníticas hercínicas sin-orogénicas, representadas por granito de duas micas de grão médio a grosseiro, cobertas por depósitos aluvionares e de terraços fluviais. Aflora ainda uma pequena mancha de rochas sedimentares do Complexo Parautóctone de idade silúrica, aqui representado por alternâncias de pelitos, xistos negros, grauvaques e liditos.
Em termos estruturais destaca-se a falha de Vilarelho da Raia de direção aproximada NNE-SSW que faz parte do grande sistema de falhas de Penacova-Régua-Verin, que se estende por mais de 200km entre as povoações de Verin em Espanha e Penacova no centro de Portugal.
Localmente, identificam-se várias famílias de fraturas com as seguintes direções preferenciais: NNE-SSW a NE-SW; E-W a WNW-ESE pontualmente com preenchimento de rochas básicas; NNW-SSE e ENE-WSW.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 2D da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50 000, LNEG-1969 e da folha 2 da Carta Geológica de Portugal à escala 1:200 000, LNEG-2000
HIDROGEOLOGIA
Suportado por granito de grão médio a grosseiro intensamente fraturado, com circulação profunda e permeabilidade fissural descontínua, variável conforme o grau de fraturação local do granito. Apresenta fluxo subvertical dominante. Faz parte de uma grande província hidromineral de águas gasocarbónicas, cuja circulação é controlada estruturalmente pela mega estrutura de Penacova-Régua-Verin, que se considera ter atividade recente.
Para além do sistema aquífero hidromineral profundo, ocorrem outros sistemas aquíferos mais superficiais, relacionados, quer com as zonas de alteração superficial do maciço granítico, quer com depósitos aluvionares e de terraços fluviais que cobrem o maciço granítico.
O recurso hidromineral de Vilarelho da Raia tem origem nas águas meteóricas que se infiltram na serra do Larouco localizada a NW da área da concessão. As condições tectónicas locais controlam a circulação regional destas águas, a qual ocorre a baixa profundidade, sendo a água mineralizada pela interação água-rocha-gás carbónico que terá origem na zona superior do manto terrestre. As estruturas locais, nomeadamente a falha de Vilarelho da Raia, criam as condições necessárias para a sua ascensão.
Assinatura Hidrobiómica* (espécies exclusivas)
F5: Flavobacterium omnivorum
F7: Flavobacterium algicola
*hidrogenoma consolidado
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Betaproteobacteria e Gammaproteobacteria.
A composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água mineral natural, indica uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 3,04%) ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, das quais Betaproteobacteria (23,16%) tem presença maioritária, seguida por Gammaproteobacteria (15,12%). Estas duas classes predominam na amostra F5. Verifica-se uma percentagem de reads (sequências) sem classificação elevada, no conjunto das três amostras analisadas (18,57%).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
No que respeita à classificação ao nível de género, comparando as amostras F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se também uma percentagem de reads sem classificação elevada, principalmente nas amostras F3 e F7. Os géneros que caracterizam este hidrogenoma são Crenothrix, Nitrosovibrio, Bifidobacterium e Sterolibacterium, presentes nas amostras F5 e F7 colhidas no ano hidrológico de 2018, tal como Methylosinus (na amostra F7), Desulfosarcina e Thermodesulfovibrio (ambos presentes na amostra F3).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Desulfosarcina ovata, Uliginosibacterium gangwonense, Thermodesulfovibrio aggregans, Desulfovibrio psychrotolerans, Bifidobacterium bombi e Crenothrix polyspora. Destes microrganismos identificados Crenothrix polyspora, por exemplo, é uma bactéria oxidante de metano que pode desempenhar um papel importante na remoção ambiental deste gás (Kirsten Oswald, et al., 2017).
A diversidade das comunidades bacterianas é maior nas amostras F3 e F7, colhidas na época do outono. Os valores de OTUs totais que caracterizam esta água mineral natural variam de 304 a 408, entre as amostras F7 e F3. A diminuição da riqueza específica na última amostra colhida (F7), pode ser devido à menor representatividade dos géneros Thermodesulfovibrio e Desulfosarcina.