Águas de Grichões
HM-04 - Águas de Grichões
CONCESSÃO
MORADA:
Caminho de Grichões, 528 - Quintã-Ferreira, 4940-259 Paredes de Coura
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Viana do Castelo
Concelho - Paredes de Coura
ÁREA DA CONCESSÃO:
50,12 ha
DATA DO CONTRATO:
15-07-1992
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 944/1993, DR 227, Série I-B, 27-09-1993
Concessionário
Alto Minho - Águas Minero Medicinais de Grichões, Lda.
Captação
Nascente Salutis
Tipo
nascente
SETOR DE ATIVIDADE
Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos hercínicos de duas micas sin-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Na área da concessão afloram:
- Granitos de duas micas de grão fino a médio, pertencentes à série dos granitos hercínicos de duas micas sin-tectónicos.
Já fora da área da concessão afloram:
- Granodioritos sin-tectónicos e sin a tardi-tectónicos.
- Ortognaisses pré-hercínicos.
- Metassedimentos do Complexo Parautóctone, de idade silúrica, representados por xistos negros, psamitos, pelitos e rochas vulcânicas.
Do ponto de vista estrutural, assinala-se uma rede de fraturas extensas, bastante penetrativa, sendo NW-SE a direção principal e NE-SW a direção secundária. Constituem um corredor de cisalhamento e apresentam-se frequentemente sem preenchimento. Uma família de fraturas, menos representativa, apresenta a direção aproximada NNE-SSW.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 1C da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1962 e da Folha 1 da Carta Geológica de Portugal à escala 1:200 000, LNEG-1989
HIDROGEOLOGIA
Suportado por granito são com permeabilidade por fraturação, semi-confinado a livre e de circulação subsuperficial, condicionado na emergência pelas duas famílias de fraturas mais representativas, NW-SE e NE-SW.
- Sistema aquífero superficial livre - associado a granito muito alterado, com percolação por porosidade.
- Sistema aquífero profundo - suportado por granito pouco alterado a compacto, onde circula o recurso hidromineral. Tem características de aquífero livre a semi-confinado, com percolação essencialmente por fraturação.
A água subterrânea circula por um corredor de cisalhamento constituído por uma família de fraturas de direção NW-SE, que facilitam os fluxos subterrâneos segundo este alinhamento, intercruzada com uma segunda família de fraturas de direção NE-SW, que promovem fluxos hídricos subterrâneos também segundo esta direção. Neste corredor de fraturação estão criadas as condições para ascensão à superfície, sob a forma de nascente, do recurso hidromineral de origem mais profunda.
Assinatura Hidrobiómica (espécies exclusivas)
F1: Mycobacterium aemonae
Actinoallomurus iriomotensis
F5: Streptomyces albus
Pseudonocardia saturnea
Thermoactinomyces vulgaris
F7: Megamonas hypermegale
Bacteroides plebeius
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classe representativa: Alphaproteobacteria.
As comunidades bacterianas desta água hipossalina são maioritariamente constituídas por Alphaproteobacteria (29,97%), apresentando uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 2,41%), sendo visível algum paralelismo entre as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), entre as quais Alphaproteobacteria é mais abundante nas amostras colhidas no outono e Clostridia nas amostras colhidas na primavera.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GENÉRO ---
A classificação por género, comparando as quatro amostras, apresenta uma elevada percentagem de reads (sequências) sem classificação a este nível taxonómico nas amostras F1, F3 e F5, revelando também uma presença quase equitativa (com percentagens baixas e aproximadas) entre os vários géneros que compõem estas comunidades bacterianas, tais como, Moorella, Bradyrhizobium, Rhodoplanes Oxalobacter, Novosphingobium e Cupriavidus. De uma forma geral, esta composição taxonómica aponta para uma reduzida pressão seletiva das características desta água sobre as comunidades microbianas existentes, não apresentando uma dominância evidente.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Hyphomicrobium aestuarii, Nevskia soli, Bradyrhizobium pachyrhizi e Rhodoplanes cryptolactis. Destes mircrorganismos Rhodoplanes cryptolactis é uma bactéria termotolerante capaz de produzir pigmentos carotenoides (Akira Hiraishi, Keiko Okamura, 2017) e Hyphomicrobium aestuarii pode estar associada à metabolização de nitratos (Christine Martineau, et al.,2015).
Os resultados obtidos revelam maior diversidade bacteriana nas amostras F1-F5 (primavera) do que nas amostras F3-F7 (outono). Verifica-se uma variação de OTUs de 226 a 846, entre as amostras F7 e F3, ambas colhidas no outono. A segunda amostra colhida (F3) apresenta maior riqueza específica, comparativamente às outras amostras, devido à maior representatividade da classe Alphaproteobacteria (géneros Bradyrhizobium e Rhodoplanes).