Águas de Bem Saúde
HM-05 - Águas de Bem Saúde
CONCESSÃO
MORADA:
Rua Dr. António João Eusébio, 24, 2790-124 Carnaxide
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Bragança
Concelho - Vila Flor
ÁREA DA CONCESSÃO:
100,00 ha
DATA DO CONTRATO:
15-07-1992
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 77/1997, DR 26, Série I-B, 31-01-1997
Concessionário
Sumol + Compal Marcas, S.A.
Captação
FRIZE 7 (AC7)
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona de Galiza-Trás-os-Montes - Complexo Parautóctone.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
- Depósitos recentes - aluviões de natureza areno-argilosa e espessura da ordem da dezena de metros.
- Formação quartzítica do Ordovícico - compreende duas bandas de quartzitos com uma faixa de xistos e grauvaques intercalados.
- Complexo Xisto-Grauváquico do Neoproterozóico-Câmbrico - composto por alternâncias de xistos e grauvaques.
- Complexo Parautóctone da Zona de Galiza-Trás-os-Montes - xistos com lentículas de cherts, liditos e quartzitos, de idade silúrica.
- Rochas filonianas - filões de quartzo.
O elemento estrutural dominante é a megaestrutura de Manteigas-Vilariça-Bragança, um sistema de falhas extensas e profundas de direção NNE-SSW que, conjuntamente com os sistemas conjugados, condiciona a estrutura e circulação das águas subterrâneas.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da Folha 2 da Carta Geológica de Portugal à escala 1:200.000, LNEG-2000
HIDROGEOLOGIA
Desenvolve-se na unidade parautóctone de xistos com lentículas de cherts, liditos e quartzitos, de idade silúrica, onde a percolação é condicionada pela estrutura geológica existente destacando-se a mega estrutura profunda de Manteigas-Vilariça-Bragança com desenvolvimento NNE-SSW e o seu sistema subsidiário de fraturas.
- Depósitos recentes - apresentam permeabilidade intersticial que diminui com o aumento da fração argilosa.
- Quartzitos ordovícicos - representam as formações com melhores condições de permeabilidade por fraturação. No entanto, as intercalações xistosas presentes entre estes, estabelecem barreiras à circulação, o que diminui a potencialidade aquífera desta unidade.
- Complexo Xisto-Grauváquico - apresenta permeabilidade em geral baixa.
A permeabilidade das diferentes unidades aumenta consideravelmente nas proximidades do sistema de falhas de Manteigas-Vilariça-Bragança.
A recarga dá-se em zona acidentada onde prevalece a escorrência superficial sobre a infiltração.
Devido à profundidade e intensidade da fraturação, a circulação da água deverá atingir zonas profundas da crosta e temperatura da ordem dos 190°C.
A ascensão dos fluidos de origem profunda para zonas mais superficiais da crosta, através do sistema de fraturas associado ao sistema de falhas de Manteigas-Vilariça-Bragança, deverá ser lenta o que, não só conduz a uma diminuição da sua temperatura, mas permite ainda importantes variações na sua composição. O sistema aquífero hidromineral comporta-se, assim, como um sistema químico estabilizado, de baixa temperatura e sobressaturado de dióxido de carbono.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classes representativas: Betaproteobacteria e Alphaproteobacteria.
Na composição taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água gasocarbónica, verifica-se uma distribuição em 7 classes (?̅ ≥ 0,73%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, com variabilidade significativa (valores de desvio padrão elevados) entre os resultados obtidos nas quatro amostras (F1, F3, F5 e F7), não permitindo a sua validação estatística. Contudo, consideram-se predominantes nestas comunidades as classes Betaproteobacteria (44,42%) e Alphaproteobacteria (23,70%). Betaproteobacteria é mais abundante na amostra F5 (80,83%), contrastando com a amostra F1 (3,32%), enquanto que Alphaproteobacteria predomina na amostra F3 (45,31%), não estando representada na última amostra colhida (F7).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GENÉRO ---
A composição taxonómica por género destas quatro amostras (F1-F5, F3-F7) é assinalada por uma variabilidade acentuada entre os géneros mais predominantes, observando-se nas amostras do ano hidrológico de 2017 (F1 e F3) diferentes géneros representativos. Nas amostras F5 e F7 colhidas no ano 2018, os géneros Rhodoferax e Nitrosovibrio são comuns, no entanto com abundância variável (diferente percentagem de reads - sequências). Os géneros mais representativos do hidrogenoma desta água são Rhodoferax e Nitrosovibrio, seguidos por Uliginosibacterium e Johnsonella.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Methylobacterium radiotolerans, Johnsonella ignava, Uliginosibacterium gangwonense, Methylobacterium longum, Methylobacterium mesophilicum, Methylobacterium agregans, Sphingomonas panni, Dechloromonas aromatica, Rhodoferax antarcticus. Destes microrganismos identificados Rhodoferax antarcticus, por exemplo, é uma bactéria capaz de crescer a baixas temperaturas (0 - 25◦C) que contem bacterioclorofila (M T Madigan, et al., 2000).
As amostras do ano hidrológico de 2017 (F1 e F3) apresentam maior diversidade bacteriana e riqueza específica, relativamente às amostras do ano hidrológico de 2018 (F5 e F7). Esta água mineral natural é caracterizada pela variação de OTUs de 161 a 450, entre as amostras F1 e F3, do mesmo ano hidrológico, entre as quais F3 tem maior riqueza específica, devido à maior representatividade da classe Aphaproteobacteria (género Methylobacterium).