Água do Fastio
HM-56 - Água do Fastio
CONCESSÃO
MORADA:
Lugar de Gradouro 9, Chamoim, Pergoim, 4840-050 Terras de Bouro
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Braga
Concelho - Terras de Bouro
ÁREA DA CONCESSÃO:
50,00 ha
DATA DO CONTRATO:
15-02-2005
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria 146/2012, DR 49, Série II, 08-03-2012
Concessionário
Água do Fastio - Comércio e Engarrafamento de Águas Minerais, S.A.
Captação
Nascente N.Srª.Fastio
Tipo
nascente
SETOR DE ATIVIDADE
Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro Ibérica - Série dos granitos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Na área da concessão afloram essencialmente rochas ígneas:
- Granito de Terras de Bouro - granito monzonítico biotítico, porfiróide, de grão grosseiro a médio, de cor cinzenta azulada. Os megacristais de feldspato potássico de cor branca ou acinzentada chegam a atingir 7cm de comprimento por 5cm de largura. A alteração superficial é intensa, sendo frequente a arenização total da camada superficial com a consequente formação de solos, por vezes, de espessura importante.
- Filões de rochas básicas - de espessura em geral inferior a 2,5m, dispõem-se segundo direções que variam entre N70°W e N80°E. Instalaram-se em fraturas importantes apresentando-se muito alterados e, por vezes, cisalhados e laminados, o que atesta a ocorrência de movimentações nas fraturas após a sua instalação.
- Filões de quartzo - ocorrem em direções equivalentes às anteriores.
Alguns depósitos aluvionares de fraca espessura preenchem o vale muito encaixado da ribeira da Roda.
A área da concessão é cortada por um grande acidente tectónico de orientação N80°E que condiciona, não só a nascente de Nª Srª do Fastio, como outras nascentes que se observam localmente. Esta e outras fraturas subparalelas, encontram-se frequentemente preenchidas por rochas básicas. São ainda frequentes sistemas de fraturas de orientação N75°-80°W, N-S, N45°W e N20°-30°E.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da folha 5B da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, LNEG-1974
HIDROGEOLOGIA
Trata-se de um sistema de circulação curta e relativamente superficial em rochas graníticas muito fraturadas e cortadas por filões de rochas básicas, com permeabilidade fissural e produtividade moderada.
Sobrepõem-se as seguintes unidades que intercomunicam entre si:
- Uma unidade aquífera superficial constituída pelas aluviões de fraca espessura e pelas camadas superficiais de terra vegetal, por vezes de espessura considerável.
- Uma unidade aquífera profunda com permeabilidade fissural associada à fraturação do maciço granítico pouco alterado a são, onde circula o recurso hidromineral.
A recarga do sistema aquífero hidromineral dar-se-á nas vertentes declivosas da serra do Gerês, com infiltração predominante nas camadas superficiais mais arenizadas do maciço granítico. O reservatório, com permeabilidade fissural decorrente da elevada fraturação do maciço granítico, será pouco profundo. A circulação subterrânea está altamente dependente da fraturação e do acentuado declive regional. A emergência, embora condicionada pela presença dos filões de rocha básica, dá-se essencialmente através da fraturação induzida pela falha do vale da ribeira da Roda.
Assinatura Hidrobiómica* (espécies exclusivas)
F1, F5: Cellvibrio fulvus
F1: Clostridium gasigenes, Rhizobium indigoferae, Rickettsia limoniae, Rhizobium lusitanum, Labrys okinawensis, Treponema putidum e Clostridium putrefaciens.
*hidrogenoma consolidado
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
A composição taxonómica por classe das comunidades bacterianas desta água hipossalina, indica uma distribuição quase equitativa em 7 classes (?̅ ≥ 3,57%) ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e de 2018, entre as quais Alphaproteobacteria (17,14%), Betaproteobacteria (13,78%) e Deltaproteobacteria (12,09%) apresentam maior percentagem de reads (sequências) sem dominância. Este perfil taxonómico aponta para a baixa seletividade das características desta água sobre as comunidades microbianas existentes.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
Na classificação por género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se uma distribuição em vários géneros com reduzida percentagem de reads, evidenciando diversidade nas comunidades microbianas sem destaque de géneros, apresentando também uma elevada percentagem de reads sem classificação (∼20%) nas quatro amostras.
Este hidrogenoma é caracterizado pela presença dos géneros Halliangium, Chondromyces (nas amostras F1-F5 e F3), Candidatus Solibacter (em F1 e F3-F7) e Pelotomaculum (nas amostras F1-F5 da primavera).
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Chondromyces pediculatus, Pelotomaculum isophthalicicum, Oxalobacter vibrioformis, Edaphobacter modestus, Moorella glycerini e Ralstonia detusculanense. Destes microrganismos identificados Chondromyces pediculatus pode produzir metabolitos com ação antifúngica (Brigite Kunge, et al., 2008) e Oxalobacter vibrioformis é capaz de degradar oxalato (Irmtraut Dehning e Bernhard Schink, 1989).
A diversidade bacteriana é mais elevada nas amostras F1 e F3 do ano hidrológico de 2017. A riqueza de espécies é mais elevada na primeira amostra colhida (F1), verificando-se uma redução ao longo das amostras, sendo esta água mineral natural caracterizada pela variação de OTUs de 464 a 810, entre as amostras F7 e F1. O número elevado de espécies identificadas aponta para uma reduzida seletividade exercida por esta água sobre as comunidades microbianas presentes.