Água Campilho
HM-16 - Água Campilho
CONCESSÃO
MORADA:
Quinta do Revolar-Rua Padre Raimundo Peres, 5425-329 Vidago
LOCALIZAÇÃO:
Distrito - Vila Real
Concelho - Chaves
ÁREA DA CONCESSÃO:
49,37 ha
DATA DO CONTRATO:
28-02-1996
PERÍMETRO DE PROTEÇÃO:
Fixado
Portaria n.º 105/2016, DR 79, Série I, 22-04-2016
Concessionário
Águas Campilho Vidago, S.A.
Captação
Campilho 1
Tipo
furo
SETOR DE ATIVIDADE
Engarrafamento
CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA
GEOLOGIA
Localização
Zona Centro-Ibérica - Série dos granitos hercínicos biotíticos com plagioclase cálcica, tardi a pós-orogénicos.
Adaptada da Carta Geológica de Portugal à escala 1:1.000.000, LNEG-2010
Na área da concessão afloram as seguintes unidades geológicas:
- Depósitos aluvionares - descontínuos, constituídos por cascalheiras, com calhaus no seio de uma matriz areno-argilosa.
- Granito de Pedras Salgadas - granito pós-tectónico biotítico, porfiróide de grão médio.
- Granito de Vila Pouca de Aguiar - granito pós-tectónico, biotítico, porfiróide, de grão médio a grosseiro.
O grande acidente de direção NNE-SSW - a falha de Penacova-Régua-Verin - é a estrutura regional que, nesta zona, rege o ambiente geo-estrutural. Trata-se de uma zona de falha ativa herdada da Orogenia Hercínica e múltiplas vezes reativada. A movimentação essencialmente de desligamento esquerdo originou bacias de tipo “pull-apart” como é o caso da bacia de Vidago, em cujo extremo norte ocorre a Água Campilho.
CARTA GEOLÓGICA DA CONCESSÃO
Adaptada da Folha 2 da Carta Geológica de Portugal à escala 1:200.000, LNEG-2000
HIDROGEOLOGIA
A Água Campilho é captada num amplo e profundo vale de origem tectónica denominado “Bacia de Vidago”. Tem forma aproximadamente triangular alongada, com orientação geral NNE-SSW e é controlado pelo sistema de falhas de Penacova-Régua-Verin. O sistema aquífero é suportado por rochas graníticas porfiróides de grão médio a grosseiro, sendo a permeabilidade do tipo fissural dependente do grau de alteração das rochas graníticas.
- Sistema aquífero superficial - constituído pelos depósitos aluvionares, onde circula água do tipo normal.
- Sistema aquífero intermédio - descontínuo e de espessura variável, constituído pela camada de alteração superficial das rochas graníticas.
- Sistema aquífero hidromineral - mais profundo, na dependência de rochas graníticas fraturadas pelo sistema regional de falhas profundas que contribuem para o enriquecimento do recurso hidromineral em CO2.
O circuito da Água Campilho compreende infiltração, circulação e emergência de água de origem meteórica em formações graníticas, os granitos pós-tectónicos, porfiróides de grão médio a grosseiro. Não são conhecidas com rigor as áreas de recarga e as condições de circulação em profundidade, admitindo-se, no entanto, que a circulação se faça até profundidades consideráveis ao longo de falhas ativas e/ou de atividade mais ou menos recente, de orientação essencialmente NNE-SSW, conjuntamente com a fraturação secundária transversal a esta direção, e de cuja interseção resultam as estruturas favoráveis à localização de nascentes do recurso hidromineral. O gás carbónico (CO2), de origem mantélica, é adicionado ao aquífero hidromineral na fase ascendente da água mineral natural, que, pela sua elevada mineralização, incorpora com facilidade este gás.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR CLASSE ---
Classe representativa: Betaproteobacteria.
A classificação taxonómica por classe, das comunidades bacterianas desta água gasocarbónica, indica uma distribuição em 8 classes (?̅ ≥ 1,65%), ao longo dos anos hidrológicos de 2017 e 2018, demonstrando a presença maioritária de Betaproteobacteria (55,55%), predominante na amostra F3, seguida por Alphaproteobacteria (18,36%). Esta classe (Alphaproteobacteria) apresenta maior variabilidade, tendo menor expressão na amostra F1 (2,15%), nas amostras F3 e F5 não foi identificada e na última amostra F7 é mais abundante (34,56%) .
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR GÉNERO ---
No que respeita à classificação ao nível de género, comparando as amostras F1-F5 (primavera) e F3-F7 (outono), verifica-se que a percentagem de reads (sequências) sem classificação para este grupo taxonómico é elevada em todas as amostras (∼20%). No entanto, o hidrogenoma da Água Campilho é caracterizado pela predominância do género Gallionella e pela significativa representatividade dos géneros Thauera, Thermodesulfovibrio e Thermodesulfatator. O género Methylobacterium marca também presença na amostra F7.
--- COMUNIDADES BACTERIANAS POR ESPÉCIE ---
As espécies mais representativas que caracterizam este bacteroma são: Gallionella ferruginea, Thauera selenati, Oxalobacter vibrioformis, Thermodesulfovibrio aggregans, Thermodesulfovibrio thiophilus. Destes microrganismos identificados, por exemplo, Gallionella ferruginea está relacionada com a metabolização do ferro (S.M.Glasauer, et al., 2013) e Oxalobacter vibrioformis é capaz de degradar oxalato (Irmtraut Dehning, et al., 1989).
As amostras F1-F5 (primavera) apresentam maior diversidade bacteriana do que as amostras F3-F7 (outono). Nas amostras F1-F5, verifica-se um aumento da riqueza específica em F5, devido à maior frequência do género Thermodesulfovibrio. Enquanto que nas amostras F3-F7, verifica-se uma diminuição da riqueza específica em F7, explicada pela menor representatividade da classe Betaproteobacteria (género Gallionella e Thauera).